JORGE HESSEN
jorgehessen@gmail.com
Brasília, DF
(Brasil)
O que não é obra
do homem...
Todos nós
trazemos na
consciência um
importante e
gigantesco
espaço reservado
para Deus. Há,
porém, pessoas
que imaginam
poder expulsá-Lo
de suas vidas.
Ao enumerar
pensadores de
ampla influência
na sociedade,
encontramos uma
confraria de
intelectuais,
arautos do mote
antideus, qual
Karl Marx, para
quem a religião
era o ópio do
povo; Sigmund
Freud que
considerava a fé
uma manifestação
de infantilismo,
Friedrich
Nietzsche que
teve a ousadia
de decretar a
“morte” de Deus.
Atualmente
existem outros
que permanecem
recusando a
existência do
Criador, a
exemplo do
biólogo Richard
Dawkins, que
escreveu o livro
“Deus, um
delírio”. Nessa
esteira ateia, o
Diretor do
Projeto Genoma,
Francis Collins,
escreveu o livro
“A linguagem de
Deus”. A Ciência
sempre negou o
Deus “teológico”
porque Ele seria
um tipo de
protótipo
correspondente
exclusivamente à
criatura humana,
a ponto de tê-la
criado à sua
imagem e
semelhança, o
que, por si, não
recomenda nada
este Criador. O
homem teria sido
feito a partir
de um modelo
cheio de
defeitos, desde
os morais até os
físicos.
Em 1921,
inquirido pelo
rabino H.
Goldstein, de
New York, se
acreditava em
Deus, Albert
Einstein
redarguiu:
"Acredito no
Deus de Spinoza,
que se revela
por si mesmo na
harmonia de tudo
o que existe, e
não no Deus que
se interessa
pela sorte e
pelas ações dos
homens". (1)
No final do
Século XIX,
Kelvin, expoente
e considerado o
“Pai” da
Termodinâmica
(2), foi
categórico em
sua declaração:
“Acabou,
chegamos ao
zênite! A
ciência já sabe
como estudar o
movimento, a
eletricidade e o
magnetismo; não
há nada além
desses universos
físicos”.
Entretanto,
poucos anos
depois
desvendaram o
átomo, o elétron
e, já no começo
do século XX,
Albert Einstein
instituiu a
Teoria da
Relatividade
(3). A cada
desvendar
científico sobre
o ilimitado
macro e
microcosmo
assinala-se a
certeza de que a
vida universal
oferece enigmas
maiores e mais
profundos sobre
sua verdadeira
essência,
transtornando a
hegemônica e
materialista
inteligência
científica.
Como nem todo
pesquisador é
ateu,
materialista e
presunçoso, importa
fazer referência
a um livro de
expressiva
importância
científica – “A
Partícula de
Deus” –
publicado nos
Estados Unidos
pelo físico Leon
Lederman, Prêmio
Nobel em 1988,
em que defende a
tese de que Deus
existe e está na
origem de todas
as coisas. O
desempenho de
investigação do
físico holandês,
Willem B. Drees,
autor de “Além
do Big Bang –
Cosmologia
Quântica e
Deus”, demonstra
com clareza que
há um empenho
crescente pela
inquirição
científica,
fundamentado na
certeza da
existência de
Deus.
Marcos Eberlin,
presidente da
Sociedade
Internacional de
Espectrometria
de Massas e
membro da
Academia
Brasileira de
Ciências (4),
sustenta a
Teoria do Design
Inteligente.
Assegura que
adota uma
metodologia
científica
robusta capaz de
detectar sinais
de inteligência
na vida e no
universo. Para
ele, Deus é uma
mente
inteligente
(causa primeira
da vida) e
consciente,
único agente
conhecido,
necessário e
suficiente para
a vida e o
Cosmo. Ou seja,
o design
detectado no
universo e na
vida não é
aparente ou
ilusório, mas
real e
inteligente. O
físico americano
Paul Davies, no
seu livro
intitulado “Deus
e a Nova
Física”, afirma,
categoricamente,
que o Universo
foi desenhado
por uma
inteligente
consciência
cósmica.
Eberlin assume
que a Vida é
fenômeno de
Deus, sobretudo
ao nível
molecular, em
que constatamos
ainda mais
claramente as
assinaturas da
mente
inteligente e
consciente do
Grande Regente
(Deus), que
orquestrou os
diversos códigos
e a informação
zipada,
encriptada e
compartimentalizada
do DNA, tipo
hard-disk. A
arquitetura
top-down
algorítmica da
vida
– sua
lógica
– é
estonteante e
hiperotimizada.
A descoberta da
"partícula de
Deus" poderia
completar os
elementos
essenciais do
chamado Modelo
Clássico da
Física, derivado
da labuta de
Albert Einstein
e seus herdeiros
no começo do
século 20, e que
abriu caminho
para a "nova
Física". Nessa
direção quase
transcendental
da Física, os
cientistas já
conseguiram até
mesmo capturar
átomos de
antimatéria por
mais de 16
minutos. A
antimatéria é um
dos grandes
mistérios ainda
não
completamente
explicados pelas
teorias modernas
da Física.
Um átomo se
compõe de
diversas
partículas
elementares (o
elétron, o
próton, o
nêutron e outras
mais), algumas
leves e outras
pesadas. A
existência de
méson (uma
partícula
intermediária)
entre as leves
(léptons) e as
pesadas
(hadrons),
segundo se diz,
tem a finalidade
exatamente de
estruturar o
átomo. O méson
(é um bóson) tem
um comando para
que possa atuar
em sua devida
função. Para
Yukawa,
descobridor do
méson, este
seria o elo
entre a vida
material do
átomo e o seu
respectivo
estruturador.
(5)
O bóson de
Higgs, ou
“Partícula de
Deus”,
supostamente
garante massa a
todas as demais;
seria
teoricamente a
última fronteira
não resolvida
pela Física.
Explicaria como
os átomos
ganharam massa,
dando origem à
matéria. Para
alguns
aventureiros, se
ficasse
comprovada a
existência do
famigerado Bóson
de Higgs, a
teoria do “Deus
criador” ruiria
por terra, já
que ficaria
evidenciado que
não haveria a
necessidade de
nenhum agente
espiritual
divino para a
formação do
mundo.
É atitude
aparvalhada e
destituída de
sensatez a caça
da partícula
“Deus” nos
confins da
matéria e no
interior do
“Campo Higgs”.
Ora, Deus não é
episódio! Deus é
Origem das
coisas. Deus É!
Puramente É!...
Deus se revela
em suas obras,
como a de um
pintor no seu
quadro,
elucida Allan
Kardec,
ilustrando que
“as obras de
Deus não são o
próprio Deus,
como o quadro
não é o pintor
que o concebeu e
executou”. (6)
No século XIX, o
ínclito Mestre
de Lyon indagou
aos Espíritos:
"Onde se pode
encontrar a
prova da
existência de
Deus?” (7) Os
Sábios do Além
responderam:
“Num axioma que
aplicais às
vossas ciências.
Não há efeito
sem causa.
Procurai a causa
de tudo o que
não é obra do
homem e a vossa
razão
responderá". (8)
Incontestavelmente,
não há efeito
sem causa, e
para todo efeito
inteligente tem
que haver uma
causa
inteligente;
como tal, a
matéria não
poderia existir
sem que houvesse
a Inteligência
Suprema que
atuasse sobre a
energia cósmica
amorfa e a
modulasse,
formando suas
partículas desde
as mais
elementares às
mais complexas,
inclusive, as
que permitem
transformá-las
em seres
biológicos. Da
megaestrutura
dos astros à
infraestrutura
subatômica, tudo
está mergulhado
na substância
viva da mente de
Deus.
Carl Gustav
Jung, num
programa de
televisão
americana, disse
que não
acreditava em
Deus porque
sabia que Ele
existia!!!
Voltaire afirmou
que não
acreditava nos
deuses criados
pelos homens,
mas sim no Deus
Criador do
homem. Sócrates
nomeava Deus
como "A razão
perfeita", e o
seu educando
Platão O
designava por
"Ideia do bem".
"Sendo Deus a
essência divina
por excelência,
unicamente os
Espíritos que
atingiram o mais
alto grau de
desmaterialização
o podem
perceber". (9)
Com a ciência
poderemos até
mesmo adentrar
na intimidade da
estrutura
atômica,
fotografar a
célula e
extasiar-nos
ante a genética.
Entretanto, não
alcançaremos,
sem prejuízos
psíquicos e
emocionais,
deslocar a ideia
de Deus em um
milímetro de
rota. Deus
representa
claridade de um
Sol que ilumina
a
Inteligência humana,
e, sem esse
Astro Rei
portentoso nas
vias do
conhecimento
terreno,
perderíamos
contato com a
magnífica
construção da
sabedoria.
Referências
bibliográficas:
1. Citado em
Golgher, I. O
Universo Físico
e Humano e
Albert Einstein,
B.H: Oficina de
Livros, 1991, p.
304.
2.
Genericamente,
calor significa
"energia" em
trânsito, e
dinâmica se
relaciona com
"movimento". Por
isso, em
essência, a
Termodinâmica
estuda o
movimento da
energia e como a
energia cria
movimento.
3. Muitos
historiadores e
físicos atribuem
a criação da
famosa fórmula
que explica a
relação entre
massa e energia
ao físico
italiano Olinto
De Pretto, que,
segundo
especulações,
desenvolveu a
fórmula dois
anos antes que
Albert Einstein,
e que teria
previsto o seu
uso para fins
bélicos e
catastróficos,
como o
desenvolvimento
de bombas
atômicas. Apesar
disso, foi
Einstein o
primeiro a dar
corpo à teoria,
juntando os
diversos fatos
até então
desconexos e os
interpretando
corretamente.
4. Professor do
Instituto de
Química da
Universidade
Estadual de
Campinas
(Unicamp).
Comendador da
Ordem Nacional
do Mérito
Científico e
autor de mais de
300 artigos
científicos com
mais de três mil
citações.
Realizou
pós-doutorado na
Purdue
University,
Estados Unidos.
5. Hideki Yukawa,
especializado em
Física Atômica e
familiarizado
com as
ferramentas
quânticas,
propôs em 1935
uma original
teoria que
explicava a
natureza das
forças nucleares
fortes, fazendo
uso de uma
partícula, o
méson, cuja
massa se situa
entre os valores
do próton e do
elétron, uma
teoria análoga à
vigente em
eletrodinâmica
quântica, que
explicava a
interação entre
cargas elétricas
por meio de
intercâmbio de
fótons.
Acreditava em
Deus, era
reencarnacionista,
e admitia a vida
espiritual fora
da matéria.
6. Kardec,
Allan. O Livro
dos Espíritos,
Rio de Janeiro:
Ed. FEB, 1994,
Questão 16.
7. Idem, questão
4.
8. Idem, ibidem.
9. Kardec,
Allan. A Gênese,
Rio de Janeiro:
Ed. FEB, 2001,
Cap. II - A
Providência,
item 34.