MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Evolução em Dois Mundos
André Luiz
(Parte
18)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Evolução em Dois Mundos,
de André Luiz,
psicografada pelos médiuns
Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1959 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Antes de ler as questões
e o texto indicado para
leitura, sugerimos ao
leitor que veja,
primeiro, as notas
constantes do glossário
pertinente ao estudo
desta semana.
Questões preliminares
A. Em que período da
evolução nasceu o
princípio da
responsabilidade na
criatura humana?
No paleolítico. Foi
quando o homem rude
aprendeu a chorar,
amando e perguntando
para ajustar-se às Leis
Divinas a se lhe
esculpirem na face
imortal e invisível da
própria consciência. Foi
aí, então, que –
reconhecendo-se ínfimo e
frágil diante da vida –
compreendeu que, perante
Deus, seu Pai e Criador,
estava entregue a si
mesmo. O princípio da
responsabilidade havia
nascido.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap. X, pág. 78.)
B. Que fato importante
se deu com o advento da
responsabilidade?
Com o advento da
responsabilidade, que o
separara da orientação
direta dos Benfeitores
Espirituais, o homem
entregou-se a múltiplos
tentames de progresso no
campo do espírito.
Conferindo asas
audaciosas ao
pensamento, mais se
acentuava o seu poder de
imaginar, o que
facilitava a
mentalização e o
desprendimento do corpo
espiritual.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap. XI, pp. 79 e 80.)
C. Quando nasceu entre
os homens a noção do
direito?
Ao instituir a
propriedade da faixa de
solo em que se lhe
encravava a moradia, o
homem traçou a si
próprio determinadas
regras de conduta, para
que não se impusessem
aos semelhantes ofensas
e prejuízos que não
desejava receber.
Aconteceu, assim, o
inesperado. O homem
selvático, que não
pretendia abandonar os
apetites e prazeres da
experiência animal,
fabricou para si mesmo
os freios que lhe
controlariam a
liberdade, a fim de que
se lhe enobrecesse o
caráter iniciante.
Estabelecendo a posse
tirânica em tudo o que
julgava seu, desistiu de
aproveitar o que
pertencia ao vizinho,
sob pena de expor-se a
penalidades cruéis.
Nascia, desse modo, para
ele a noção do direito
sobre o alicerce das
obrigações respeitadas.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap. XI, pág. 80.)
Texto para leitura
69. Luta evolutiva
- Entre a alma que
pergunta, a existência
que se expande, a
ansiedade que se agrava
e o Espírito que
responde ao Espírito, no
campo da intuição pura,
esboça-se imensa luta. O
homem que lascava a
pedra e que se escondia
na furna, escravizando
os elementos com a
violência da fera e
matando
indiscriminadamente para
viver, instado pelos
Instrutores Amigos que
lhe amparam a senda,
passou a indagar sobre a
causa das coisas.
Constrangido a aceitar
os princípios de
renovação e progresso,
refugia-se no
amor-egoísmo, na
intimidade da prole, que
lhe entretém o campo
íntimo, ajudando-o a
pensar. Observa-se
tocado por estranha
metamorfose. Percebe,
instintivamente, que não
mais poderia guiar-se
pela excitabilidade dos
seus tecidos orgânicos
ou pelos apetites
furiosos herdados dos
animais. Desligado
lentamente dos laços
mais fortes que o
prendiam às
Inteligências Divinas, a
lhe tutelarem o
desenvolvimento, para
que se lhe afirmem as
diretrizes próprias,
sente-se sozinho,
esmagado pela grandeza
do Universo. A ideia
moral da vida começa a
ocupar-lhe o crânio. O
Sol propicia-lhe a
concepção de um Criador,
oculto no seio invisível
da Natureza, e a noite
povoa-lhe a alma de
visões nebulosas e
pesadelos imaginários,
dando-lhe a ideia do
combate incessante em
que a treva e a luz se
digladiam. Abraça os
filhinhos com
enternecimento feroz,
buscando a solidariedade
possível dos semelhantes
na selva que o desafia.
Mentaliza a constituição
da família e padece na
defesa do lar. Os
porquês a lhe
nascerem fragmentários,
no íntimo, insuflam-lhe
aflição e temor. Percebe
então que não mais pode
obedecer cegamente aos
impulsos da Natureza, ao
modo dos animais que lhe
comungam a paisagem, mas
sim que lhe cabe agora o
dever de superar-lhes os
mecanismos, como quem vê
no mundo em que vive a
própria moradia, cuja
ordem lhe requisita
apoio e consideração.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap. X, pp. 77 e 78.)
70. Nascimento da
responsabilidade
- A ideia de Deus
iniciando a Religião, a
indagação prenunciando a
Filosofia, a
experimentação
anunciando a Ciência, o
instinto de
solidariedade
prefigurando o amor
puro, e a sede de
conforto e beleza
inspirando o nascimento
das indústrias e das
artes, eram pensamentos
nebulosos torturando-lhe
a cabeça e
inflamando-lhe o
sentimento. Nesse
concerto de forças, a
morte passou a impor-lhe
angustiosas perquirições
e, enterrando os seus
entes amados em
sepulcros de pedra, o
homem rude, iniciando-se
na evolução de natureza
moral, perdido na
desértica vastidão do
paleolítico, aprendeu a
chorar, amando e
perguntando para
ajustar-se às Leis
Divinas a se lhe
esculpirem na face
imortal e invisível da
própria consciência. Foi
aí, então, que –
reconhecendo-se ínfimo e
frágil diante da vida –
compreendeu que, perante
Deus, seu Pai e Criador,
estava entregue a si
mesmo. O princípio da
responsabilidade havia
nascido. (Evolução em
dois Mundos, Primeira
Parte, cap. X, pág. 78.)
71. Evolução
morfológica e moral
- A evolução morfológica
prosseguiu,
emparelhando-se com a
evolução moral. O crânio
avançou, com vagar, no
rumo de aprimoramento
maior, os braços
refinavam-se, as mãos
adquiriam excelência
táctil não sonhada, e os
sentidos, todos eles,
progrediam em
acrisolamento e
percepção. Contudo, com
o advento da
responsabilidade que o
separara da orientação
direta dos Benfeitores
Espirituais, o homem
entregou-se a múltiplos
tentames de progresso no
campo do espírito.
Conferindo asas
audaciosas ao
pensamento, mais se
acentuava o seu poder de
imaginar, o que
facilitava a
mentalização e o
desprendimento do corpo
espiritual, cujas
células em conexão com
as células do corpo
físico se automatizavam,
assim, na emancipação
parcial, através do
sono, para acesso da
alma a ensinamentos de
estrutura superior. A
criatura humana guarda,
assim, consigo, na
tessitura dos próprios
órgãos, a herança dos
milhões de estágios
diferentes, nos reinos
inferiores, e, no fundo,
sente-se inclinada a
viver no plano dos
outros mamíferos que lhe
respiram a vizinhança,
com o instinto absoluto
dominando sem
restrições. Com a
evolução irreversível,
porém, o amor
agigantou-se-lhe no ser,
sugerindo-lhe novas
disposições à própria
existência. (Evolução
em dois Mundos, Primeira
Parte, cap. XI, pp. 79 e
80.)
72. Noção do
direito - Em
razão do apego aos
rebentos da própria
carne, o homem institui
a propriedade da faixa
de solo em que se lhe
encrava a moradia e,
atendendo a essa mesma
raiz de afetividade,
traça a si próprio
determinadas regras de
conduta, para que não
imponha aos semelhantes
ofensas e prejuízos que
não deseja receber.
Acontece, assim, o
inesperado. O homem
selvático, que não
pretende abandonar os
apetites e prazeres da
experiência animal,
fabrica para si mesmo os
freios que lhe
controlarão a liberdade,
a fim de que se lhe
enobreça o caráter
iniciante. Estabelecendo
a posse tirânica em tudo
o que julga seu, desiste
de aproveitar o que
pertence ao vizinho, sob
pena de expor-se a
penalidades cruéis.
Nasce, desse modo, para
ele a noção do direito
sobre o alicerce das
obrigações respeitadas.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap. XI, pág. 80.)
Glossário:
Metamorfose:
mudança de forma ou de
estrutura, como a
mudança que ocorre
durante as fases da vida
de alguns animais, como
os insetos e os
anfíbios.
Paleolítico:
período pré-histórico
que principia no final
do pleistoceno, com o
aparecimento dos mais
antigos fósseis humanos,
e se caracteriza pela
presença de artefatos de
osso e/ou de pedra
fragmentada ou lascada,
datando do final desse
período notáveis
desenhos e pinturas
rupestres; divide-se
este período em 3 fases:
inferior, médio e
superior, conforme os
graus de complexidade
dos artefatos. É também
chamado de período da
pedra lascada, idade da
pedra lascada.
Pleistoceno:
o mesmo que
quaternário, período em
que surgiu o homem.
Tessitura:
contextura; organização.
Nota:
Muitos termos técnicos
usados na obra em estudo
não se encontram nos
dicionários que
comumente consultamos.
Clicando no link abaixo,
o leitor terá acesso ao
texto integral do livro Elucidário
de Evolução em Dois
Mundos,
elaborado e publicado
com esse propósito:
http://www.OCONSOLADOR\linkfixo\estudosespiritas\andreluiz\Elucidario.pdf