A. Jesus disse a
Nicodemos: "Em verdade,
em verdade vos digo, que
se alguém não nascer da
água e do Espírito, não
pode entrar no Reino de
Deus". E concluiu: "O
que é nascido da carne é
carne; e o que é nascido
do espírito é espírito.
Não vos maravilheis de
eu vos dizer: É-vos
necessário nascer de
novo". De que forma
Cândido explicou esta
passagem?
Cândido comentou a passagem evangélica,
assinalando que o ensino
do Mestre não comporta
equívocos. Jesus – disse
ele – referiu-se à
reencarnação, às
diversas vidas por que
passa o Espírito, a fim
de moldar a própria
perfeição. Aproveitando
o ensejo, Cândido
afirmou que a
reencarnação, doutrina
conhecida desde a mais
remota antiguidade,
identificada pelos
gregos sob o nome de
Palingenesia, é a mais
coerente e lógica
resposta aos múltiplos
problemas humanos:
morais, sociais,
econômicos, físicos,
raciais. Considerada a
justiça divina na sua
legítima posição, a
reencarnação a expressa,
ensejando a cada qual
sua dita ou desgraça e
impelindo sempre ao
avanço e à ascensão.
(Tramas do Destino, cap.
11, págs. 98 e 99.)
B. Ante os propósitos de
modificação espiritual
de Rafael, que fizeram
seus inimigos
desencarnados?
Eles aumentaram o cerco nos painéis mentais do
antigo sicário, que,
advertido
antecipadamente por
Cândido, embora
sofrendo, passou a
armar-se com a
vigilância e a prece.
(Obra citada, cap. 12,
págs. 103 a 105.)
C. Que tática utilizam
os perseguidores
invisíveis nos
diferentes processos
obsessivos?
Quando a pessoa obsidiada se volta para os
propósitos superiores e
se impõe aos princípios
evangélicos de
renovação, passam a
agredir violenta e
desapiedadamente suas
vítimas, a fim de
fazê-las duvidar do
resultado da terapêutica
espírita, induzindo-as à
desistência, sob a
alegação de piora no
estado em que se
encontravam. Conseguindo
desencorajar o
obsidiado, dão-lhe
trégua aparente,
mascarando a
sintomatologia infeliz e
fazendo crer na melhora,
como decorrência do
afastamento do
compromisso
recém-assumido.
(Obra citada, cap. 12, págs. 105 e 106.)
Texto para leitura
42. A oração nos liga a Deus
- Cândido reportou-se,
na sequência, às
disparidades sociais,
aos desajustes
familiares, aos graves
problemas morais, às
expressões
teratológicas, às
diferenças entre os
gênios e os primários, à
penúria econômica, às
simpatias e antipatias,
às animosidades
incompreensíveis, aos
ódios entre pais e
filhos, às enfermidades
de longo curso, para
concluir que todas essas
ocorrências representam
a colheita dos frutos
decorrentes da
sementeira pretérita de
cada um. O enfermeiro
silenciou e D.
Adelaide, que
participava em espírito
da conversação,
recorreu ao instante
precioso para levantar o
ânimo de Rafael e
despertá-lo para as
experiências novas da
vida, aplicando-lhe
recursos magnéticos e
fluídicos refazentes.
Cândido lhe disse,
então, que toda aquela
referência em torno da
reencarnação tinha o
objetivo de elucidá-lo
na questão proposta. Não
havia dúvida de que ele
e a filha não faziam
nesta vida uma
experiência pela
primeira vez. Nas suas
enfermidades estavam
presentes as raízes de
erros graves e danos
igualmente severos com
que se esquivaram do
valor e da honradez.
Mas, como nossa
destinação é a
felicidade, disse-lhe
Cândido, sempre é tempo
de ressarcir dívidas e
produzir títulos de
merecimento. De início,
era preciso mergulhar o
pensamento na prece e
no estudo d' O
Evangelho, passando
depois a outras Obras
que lhe dariam a
dimensão das
responsabilidades.
"Comece pela renovação
íntima exercitando a
humildade", propôs-lhe
Cândido. "Não esqueça
que Deus é o Pai
Magnânimo e
Misericordioso. Tudo que
nos ocorre obedece a
leis sábias que, embora
nos escapem nas suas
causas, se encarregam
de lapidar nossas
imperfeições." Ambos
então oraram, e a prece
ditada pela mente
inspirada do enfermeiro
vertia bênçãos, no
momento em que rogava
pelos demais enfermos,
por todos os sofredores
da Terra. A oração é
sempre o fio invisível e
sublime pelo qual a alma
ascende a Deus e o Pai
penetra o homem. (Cap.
11, págs. 99 a 101)
43. Notícias alvissareiras - Dr.
Armando Passos estava
ciente de que adiar
informações redundaria
em tornar mais complexa
e difícil a tarefa para
o futuro. Contudo, nada
disse à mãe de Lisandra
acerca da gravidade de
sua enfermidade mental,
procurando, ao
contrário, acalmar a
veneranda sofredora,
tocado de verdadeira
unção evangélica. O
sofrimento consegue
irmanar as criaturas,
dá-lhes uma visão de
profundidade em torno da
vida, e reveste-as de
resignação, digna
tranquilidade que se
converte em vitória
pessoal sobre as
vicissitudes. A
hanseníase da jovem dava
mostras de
estacionamento, com
possibilidades de
regressão em breve
tempo. Artêmis e
Hermelinda ficaram
emocionadas quando o
médico lhes deu ciência
desse fato e não puderam
sopitar as lágrimas.
Afinal, a alegria que
conforta diminui a carga
da amargura que asfixia
o coração. Depois de
vários anos de
infortúnio e aflições,
surgiam esperanças
alvissareiras. O pão que
restaura as forças do
sofredor deve ser
preparado com o
fermento do otimismo, a
fim de nutrir
interiormente. Na
Colônia, o enfermeiro
Cândido passara a
oferecer mais ampla
assistência espiritual a
Rafael, registrando
pela intuição aguçada o
drama precedente que
envolvia aquela família
e a propelência de
Entidades Espirituais
Superiores interessadas
no auxílio ao enfermo.
Seu esforço não era em
vão, porquanto, graças à
lógica e robustez dos
postulados espíritas e à
sua paciência e
dedicação fraternal,
Rafael assimilava a
Doutrina libertadora com
a mente e os
sentimentos, procurando
incorporá-la ao
dia-a-dia da
existência.
Evidentemente, ante seus
propósitos de
modificação espiritual,
os inimigos
desencarnados aumentaram
o cerco nos painéis
mentais do antigo
sicário, que, advertido
antecipadamente por
Cândido, embora
sofrendo, passou a
armar-se com a
vigilância e a prece.
(Cap. 12, págs. 103 a
105)
44. Como agem os obsessores -
Cândido explicou a
Rafael, em ocasião
própria, qual a técnica
utilizada pelos
perseguidores invisíveis
nos diferentes
processos obsessivos.
Quando seu hospedeiro se
volta para os
propósitos superiores e
se impõe aos princípios
evangélicos de
renovação, passam a
agredir violenta e
desapiedadamente as suas
vítimas, a fim de
fazê-las duvidar do
resultado da terapêutica
espírita, induzindo-as à
desistência, sob a
alegação de piora no
estado em que se
encontravam. Conseguindo
desencorajar o
obsidiado, dão-lhe
trégua aparente,
mascarando a
sintomatologia infeliz e
fazendo crer na melhora,
como decorrência do
afastamento do
compromisso
recém-assumido. Quando o
invigilante se supõe
livre, eis que eles
retornam mais solertes,
vigorosos e pertinazes,
dominando,
inexoravelmente, os que
lhes padecem a
conjuntura perniciosa.
Sabem eles muito bem que
a melhor forma de
escravizar alguém ainda
é manietá-lo à
ignorância, mantê-lo no
obscurantismo no qual se
transita sempre com
dificuldades crescentes.
Além disso, investem
também,
simultaneamente, contra
os que distendem ao
enfermo mãos amigas,
provocando a irrupção de
problemas no lar, no
trabalho, na rua, com
que objetivam
descoroçoar o ânimo
desses abnegados agentes
da caridade.
Atiram-lhes petardos
mentais; inspiram-lhes
desânimo; empestam a
psicosfera de que se
nutrem os lidadores do
bem; utilizam-se de
pessoas frívolas, que
lhes servem de
instrumentos dóceis;
despertam sentimentos
contraditórios; açulam
paixões; instalam a
dúvida; criam áreas de
atritos e impõem, quando
possível, sucessão de
acontecimentos
desagradáveis. Alguns
trabalhadores, pouco
adestrados ao culto dos
deveres de
enobrecimento,
agasalham essas ideias
perturbadoras,
deixando-se desanimar ou
intoxicando-se pela
revolta que delas
decorre. Não lhes passa
pela mente que todos
mantemos vínculos de
sombra com o passado e
que nos acontece somente
o que merecemos ou a
nossa insensatez
engendra, sendo que as
provações, em qualquer
circunstância,
constituem aprendizado
valioso e desconto de
títulos em débito,
postos em cobrança, no
transcurso da
oportunidade com que se
libera o homem das
responsabilidades
negativas, inditosas.
(Cap. 12, págs. 105 e
106)
45. Como os Benfeitores nos ajudam
- Ninguém jornadeia à
mercê do acaso, sujeito
a ocorrências de dor e
sombra sem que as
mereça. Assim, é fácil
compreender que os
credenciados pelo
esforço pessoal ao
serviço edificante
recolhem maior quota de
ajuda, conforme o ensino
evangélico de que "mais
recebe aquele que mais
dá". É por isso que os
Benfeitores
Espirituais,
interessados na ascensão
dos seus tutelados, não
os deixam à própria
sorte, quando
identificam as graves
teceduras das redes de
que se utilizam os maus.
Sabendo que toda aflição
bem recebida produz
conquista de relevo para
quem a aceita de bom
grado, reconhecem que a
dor defluente da obra
do amor propicia maior
soma de aquisições,
impulsionando a
sublimação dos
propósitos e a liberação
do passado. Os
Benfeitores alentam,
pois, os que com eles
sintonizam;
resguardam-nos do mal;
induzem-nos à
perseverança no trabalho
da autoiluminação;
sustentam-lhes a fé;
promovem encontros
circunstanciais
edificantes;
conduzem-nos a Esferas
de luz e a Escolas de
sabedoria, quando ocorre
o desprendimento
parcial pelo sono; dão
informações preciosas;
irrigam a mente de
ideias elevadas;
produzem euforia
interior... Não afastam,
porém, os problemas nem
as lutas, por saberem
que, através deles, as
pessoas melhormente se
purificam e elevam. Como
a Terra é também
preciosa Escola, tudo
aqui se transmuda em
ensinamento, em cuja
conquista se devem
investir todos os
valores possíveis. Dessa
maneira, a luta
pró-renovação no caso de
Rafael se fazia mais
difícil, em face dos
interesses de seus
inimigos invisíveis,
obrigando a que Cândido
também, como deve sempre
acontecer com os que
lidam com a desobsessão,
se revestisse de maior
vigilância. Os mesmos
ardis tenebrosos eram
utilizados pelos
verdugos de Lisandra,
que, todavia, ante a
assistência direta de
sua mãe, hauria forças
morais, considerando-se
a hierarquia e
ascendência espiritual
de Artêmis. Esta, por
sinal, com as boas novas
sobre o estado da filha,
sentia-se então quase
jubilosa. Refletindo
sobre tudo o que lhe
acontecera, nenhuma
mágoa nem revolta lhe
passavam pela mente.
Artêmis sabia que o
matrimônio como a
maternidade são
compromissos
santificantes, através
de cujas
responsabilidades a
mulher, especialmente,
se eleva e sublima os
sentimentos. (Cap. 12,
págs. 106 a 108)
(Continua no próximo
número.)