Uma leitora pergunta-nos
se o uso do trema foi
realmente eliminado pelo
Acordo Ortográfico da
Língua Portuguesa que
entrou em vigor no
início de 2009.
Antes de responder a
essa dúvida, que é,
aliás, muito comum,
lembremos que a palavra
trema [do grego
trêma, 'orifício
(ponto)'] é o nome que
se dá ao sinal
diacrítico que,
sobreposto a uma vogal,
serve para indicar que
ela não forma ditongo
com a que lhe está
próxima.
Na ortografia em vigor
antes de 2009, o trema
era usado apenas sobre o
u, quando este, sendo
sonoro, aparecia nos
grupos
gue,
gui, que, qui, como nas
palavras ungüento,
tranqüilo, freqüentar.
Com o novo Acordo
Ortográfico, o trema não
é mais usado no Brasil e
nos países que adotam o
idioma português, exceto
na grafia de palavras
estrangeiras e suas
derivadas, a exemplo de
Bündchen, Müller,
mülleriano.
Veja estes exemplos:
conseqüência - agora é consequência.
qüinqüênio - agora é quinquênio.
seqüela - agora é sequela.
agüentar - agora é aguentar.
argüir - agora é arguir.
bilíngüe - agora é bilíngue.
cinqüenta - agora é cinquenta.
delinqüente - agora é delinquente.
eqüestre - agora é equestre.
lingüiça - agora é linguiça.
seqüestro - agora é
sequestro.
tranqüilo - agora é
tranquilo.
Observe o leitor que a
pronúncia se mantém; só
o sinal do trema é que
caiu.
*
Vez por outra ouve-se nos programas de rádio locutores e
jornalistas pronunciando
de forma errônea a
palavra gratuito.
É comum ouvirmos, então,
gratuíto, com
acento tônico na letra
“i”.
Gratuito deve ser assim pronunciado: gra-túi-to.
O equívoco é semelhante ao que ocorre, em nosso meio, com a palavra
fluido, que deve
ser assim pronunciada:
flúi-do.