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Crônicas e Artigos

Ano 5 - N° 255 - 8 de Abril de 2012

CLÁUDIO BUENO DA SILVA
klardec@yahoo.com.br
Osasco, SP (Brasil)
 

Orar não é como apertar
um botão

 
Ouvi uma pessoa se queixar de ter feito orações e o dia não ter transcorrido bem. Provavelmente, não tendo o hábito de orar e desconhecendo os mecanismos da prece, criou expectativas em torno daquele ato esporádico, sem convicção, achando que a solução dos eventuais problemas do dia estava garantida. Pelo fato das coisas não terem corrido a seu gosto, concluiu, um tanto revoltada, que orar ou não, dá no mesmo.

Orar bem implica movimentar energias interiores, irradiar o pensamento com o impulso da vontade e da fé sinceras; pede também concentração, apoiada no silêncio e no desligamento mental do exterior. Dessa forma, em alguns rápidos minutos, pode-se conversar com Deus, com simplicidade e eficiência. A oração virá do coração, mesmo que pobre de palavras, mas rica de ideias e sentimento.

No entanto, a prece ansiosa, maquinalmente decorada, não refletida, carente de emoção, não atingirá seus objetivos; digamos, não chegará a quem se destina.

A prece não muda os principais lances da vida do homem, não altera as provas por que tenha de passar, no entanto, pode abrandá-las; pode redobrar as forças interiores de resistência do indivíduo, fazendo-o encarar situações graves ou contrárias de forma mais equilibrada e racional. Além disso, o feliz hábito de orar metaboliza as energias da calma, da paciência e também da esperança.

Embora ninguém fique sem auxílio, sem o amparo das leis divinas, a prece eventual não imuniza a pessoa das dificuldades do dia, como se apertasse um botão. Segundo o que ensina o Espiritismo, a justiça de Deus leva em extrema conta a intenção e o mérito de quem pede, em oração. Os Espíritos encarregados do cumprimento das Suas ordens, se chegarem a receber a solicitação, podem não atender ao que a pessoa esteja pedindo no momento, mas não negam a análise instantânea da sua situação e possíveis medidas posteriores. Em muitas circunstâncias, determinadas experiências são necessárias para o seu aprendizado e os Espíritos não julgam útil favorecê-la, a fim de não interferir no curso normal das provas que poderão beneficiá-la.

Assim, a prece deve ser compreendida como uma busca, não de solução imediata para problemas e situações, mas de forças de renovação; um contato com energias superiores na procura de inspiração para a vida interior e de relação com o mundo.

Quando se faz um pedido a Deus, o seu atendimento estará automaticamente ligado ao mérito e à necessidade de cada um. Deus sabe de que precisamos e atenderá sempre, com justiça, ao que for devido e imprescindível à criatura.



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita