As dores do
mundo
No estudo do
capítulo V d’O
Evangelho
segundo o
Espiritismo,
“Bem-aventurados
os aflitos”,
Kardec discorre
sobre as
dependências do
sofrimento a
causas presentes
e futuras, em um
movimento
contínuo de
aprendizado
pelas
experiências das
provas e das
expiações,
produzidas e
reproduzidas em
nossa história.
Como viajores,
seguimos
arrastando a
nossa
inferioridade e,
motivados pelo
nosso sonho de
angelitude,
recolhendo
frutos do
passado e
plantando
sementes para o
futuro, no
mágico momento
do presente,
como chave de
todas as
mudanças e do
crescimento.
Essa herança nos
oferece desafios
que nos
oportunizam o
avanço rápido
pelas vitórias
ou pelo avanço
lento das
reincidências,
mas, em um
eterno caminhar
evolutivo, em
interação com o
nosso próximo,
na realidade
clara de que o
crescimento
evolutivo é uma
tarefa
individual, mas
que só tem
sentido no
coletivo.
Esquecemos o
passado, mas não
o desprezamos,
como fonte de
fortalecimento
de nossas
fraquezas e de
identificação
dos vínculos que
construímos, e
que, pela Lei da
vida, nos
obrigam à
reparação pela
via da
convivência e da
reconstrução.
A semeadura é
livre e a
colheita é
obrigatória.
Assevera-nos o
mesmo Evangelho
que a Lei é de
Amor e que Deus
é misericordioso
e, não,
impiedoso.
Encarnamos para
aprender a amar
e não para pagar
dívidas cobradas
de um deus
cruel.
As dores do
mundo são
instrumentos,
aguilhões de
crescimento,
pois nas
palavras do
livro
Missionários da
Luz, de André
Luiz, “(...) a
reencarnação é o
meio, e a
educação divina
é o fim”, onde
nossas provas
são planejadas,
ancoradas no
passado, mas
mirando no
futuro, nos
Espíritos
perfeitos.
Assim, a postura
diante da dor,
na visão
espírita, nos
remete a uma
resignação
positiva, de
superação e de
crescimento com
as dificuldades.
A luta pela
evolução
descrita por
Darwin assume
aspectos da
superação, da
conversão de
dificuldades em
estímulos e na
adaptação rumo
ao bem, na
obrigação
indelegável de
todos na
construção de um
mundo melhor,
como ferramenta
de crescimento
espiritual.
Entregar-se à
autocomiseração
não nos permite
a reflexão, a
modificação e a
superação. Agir
diante das
dificuldades é o
grande desafio.
Os anais
espíritas,
dentre outros,
exalta o grande
exemplo de
Jerônimo
Mendonça
Ribeiro, que,
acometido de uma
enfermidade,
acabou tendo que
ficar em uma
cama ortopédica,
o que não o
impediu de
tornar-se orador
espírita e
transformar seu
leito numa
tribuna pelo
Brasil todo,
viajando em uma
Kombi.
Desse modo,
diante da
pequena e da
grande dor, mais
do que remoer a
explicação das
causas do
passado, nos
cabe avançar na
construção do
futuro, na
certeza da
justiça divina,
mas no dever de
aproveitar a
nova
oportunidade,
customizada para
as nossas
necessidades
evolutivas,
ainda que, por
vezes, não
consigamos
enxergar essa
realidade de uma
forma integral.