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Um minuto com Chico Xavier

Ano 5 - N° 255 - 8 de Abril de 2012

JOSÉ ANTÔNIO VIEIRA DE PAULA
depaulajoseantonio@gmail.com
Cambé, Paraná (Brasil)

 

Lemos no livro “Chico Xavier, Mediunidade e Paz”, de Carlos A. Baccelli, editado pela Didier, uma emocionante história contada pelo próprio Chico, sobre importante momento de sua vida em meados do século passado, já na cidade de Uberaba.

Narra o médium mineiro:

“Estava atravessando um dos períodos mais difíceis da minha vida. Um companheiro muito querido havia nos deixado e, na soleira da porta de nossa casa, eu meditava a sós... Naquele momento, se eu precisasse voltar à terra natal, não possuía cinco cruzeiros no bolso para o ônibus... As lágrimas me escorriam pelas faces, quando em meio a uma luz muito intensa, surgiu-me aos olhos a figura de um Mensageiro Espiritual, de elevada hierarquia, muito superior à condição de Emmanuel, dizendo-me vir da parte do Senhor. Ele começou a conversar comigo, interrogando:

- O Senhor solicita lhe seja perguntado se quando Ele levou a sua mãe deste mundo, deixando-o órfão aos cinco anos de idade, você teve mágoa dele?...

Surpreso com a sublime visita, respondi que não e o Mensageiro prosseguiu como se conhecesse, detalhadamente, cada trecho do caminho que eu havia percorrido até aquele exato momento.

- Quando o impediu de estudar, através daqueles que lhe dificultaram acesso aos bancos escolares, negando-lhe as oportunidades que sonhava, você teve mágoa do Senhor?

Com o coração aos saltos, afirmei que não, porque o Senhor sabe o que é melhor para mim...

- Quando Ele permitiu que você ficasse órfão pela segunda vez, subtraindo de sua presença aquela que foi a sua segunda mãe, deixando-o com doze crianças para sustentar com um reduzido salário, você teve mágoa do Senhor?

Não, apressei-me a dizer, eu não poderia guardar mágoa alguma do senhor...

E o Missionário Celeste, sem qualquer pausa na voz, continuou discorrendo sobre os pontos mais delicados da minha existência atual, sempre repetindo a mesma questão.

- Quando perdeu a companhia de seu irmão José Xavier, que lhe era o apoio e o incentivo na Doutrina, ante o serviço a realizar, você teve mágoa do Senhor?

Não, chorei muito, e ainda choro, mas não senti mágoa do Senhor...

- Quando, entre as flores que desabrocham no jardim promissor da mediunidade, surgiram os primeiros espinhos a lhe dilacerarem a alma, em forma de ingratidão e calúnia, você teve mágoa do Senhor?

Não, repeli convicto, jamais tive mágoa do Senhor, a quem devo tudo o que tenho e tudo o que sou...

- Quando Ele afastou o casamento de seus planos de felicidade e realização pessoal, você teve mágoa do Senhor? Não, eu não posso me queixar de nada, pois tenho recebido bem mais do que mereço...

- E agora, quando, depois de tantos anos, dedicando-se integralmente ao Evangelho, vê-se abandonado por aquele em que repousavam as suas esperanças no entardecer da vida física, você sente mágoa do Senhor?

Não, respondi em lágrimas, seja feita a vontade do Senhor...

Estabeleceu-se, então, entre nós, um silêncio que não ousei quebrar...

Depois de rápidos segundos, como se estivesse comunicando-se, telepaticamente, com os planos da Luz, o Mensageiro concluiu:

- O Senhor manda dizer-lhe que, doravante, nada há de faltar... Não tenha receios, porque Ele providenciará tudo o que você necessitar para prosseguir servindo-o entre os homens, na Terra...”
 



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita