MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Evolução em Dois Mundos
André Luiz
(Parte
20)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Evolução em Dois Mundos,
de André Luiz,
psicografada pelos médiuns
Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1959 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Antes de ler as questões
e o texto indicado para
leitura, sugerimos ao
leitor que veja,
primeiro, as notas
constantes do glossário
pertinente ao estudo
desta semana.
Questões preliminares
A. Quando é que o
Espírito abandona o
veículo carnal a que se
encontra jungido?
Somente quando os
acontecimentos da morte
se realizam é que isso
se dá. Muitas vezes,
porém, intimamente
aprisionada ao casulo
dos seus pensamentos,
quando não trabalhou
para renovar-se, nos
recessos do Espírito, a
criatura passa a
revelar-se em novo peso
específico, segundo a
densidade da vida mental
em que se gradua.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap.XI, pág. 85.)
B. Em seu novo estado,
pós-morte, o Espírito
dispõe de novos
elementos?
Sim. Ele passa a dispor
de novos elementos com
que possa atender à
própria alimentação,
equivalentes às trompas
fluídico-magnéticas de
sucção, embora sem
perder de modo algum o
aparelho bucal de que
dispunha. Semelhantes
trompas ou antenas de
matéria sutil estão
patentes também nas
criaturas encarnadas, a
se lhe expressarem na
aura comum, como
radículas alongadas de
essência dinâmica, por
meio das quais
assimilamos ou repelimos
as emanações das coisas
e dos seres que nos
cercam, tanto quanto as
irradiações de nós
mesmos, uns para com os
outros.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap.XI, pág. 85.)
C. As almas dos animais
demoram-se por algum
tempo na esfera
espiritual?
Com exceção de raras
espécies, elas se
demoram por tempo curto
na esfera espiritual.
Então, quando não se
fazem aproveitadas na
Espiritualidade, em
serviço ao qual se
filiam durante certa
quota de tempo, caem em
pesada letargia,
semelhante à hibernação,
acabando automaticamente
atraídas para o campo
genésico das famílias a
que se ajustam,
retomando o organismo
com que se confiarão a
nova etapa de
experiência, com os
ascendentes do
automatismo e do
instinto que já se lhes
fixaram no ser.
(Evolução em
dois Mundos,
Primeira Parte, cap.
XII, pp. 87 e 88.)
Texto para leitura
77. Desencarnação
do Espírito –
Apenas quando os
acontecimentos da morte
se realizam é que a
criatura humana
desencarnada, plenamente
renovada em si mesma,
abandona o veículo
carnal a que se jungia.
Muitas vezes, porém,
intimamente aprisionada
ao casulo dos seus
pensamentos, quando não
trabalhou para
renovar-se, nos recessos
do Espírito, passa a
revelar-se em novo peso
específico, segundo a
densidade da vida mental
em que se gradua,
dispondo de novos
elementos com que possa
atender à própria
alimentação,
equivalentes às trompas
fluídico-magnéticas de
sucção, embora sem
perder de modo algum o
aparelho bucal que nos é
característico,
salientando-se, aliás,
que semelhantes trompas
ou antenas de matéria
sutil estão patentes nas
criaturas encarnadas, a
se lhe expressarem na
aura comum, como
radículas alongadas de
essência dinâmica,
exteriorizando-lhes as
radiações específicas.
Por essas trompas ou
antenas assimilamos ou
repelimos as emanações
das coisas e dos seres
que nos cercam, tanto
quanto as irradiações de
nós mesmos, uns para com
os outros. (Evolução
em dois Mundos, Primeira
Parte, cap.XI, pág. 85.)
78. Continuação da
existência
– Metamorfoseada, a
personalidade humana
continua, além-túmulo, o
estágio educativo que
iniciou no berço, sem
perder a própria
identidade, somando
consigo as experiências
da vida carnal, da
desencarnação e da
metamorfose no plano
extrafísico. A
existência da criatura,
na reencarnação,
substancializa-se não
apenas na Terra, onde
atende à plantação dos
sentimentos, atitudes e
ações com que se
caracteriza, mas também
no Mundo Espiritual,
onde incorpora a si
mesma a colheita da
sementeira praticada no
campo físico, pelo
desdobramento do
aprendizado com que
entesoura as
experiências necessárias
à sublime ascensão a que
se destina. (Evolução
em dois Mundos, Primeira
Parte,cap.XI, pp. 85 e
86.)
79. Metamorfose e
desencarnação –
Graduando os
acontecimentos da
desencarnação, é
importante recorrer
ainda ao mundo dos
insetos para lembrar
que, se existem aqueles
de metamorfose total,
existem os de
metamorfose incompleta,
os hemimetábolos, cuja
larva sai do ovo e se
converte imediatamente
num indivíduo, sem
passar pela fase pupal,
à feição dos malófagos,
desprovidos de asas,
embora possuam aparelho
bucal triturador.
Conquanto apresentem
características
singulares no capítulo
da transfiguração, os
insetos exprimem, de
algum modo, no
desenvolvimento da
metamorfose que lhes
marca a existência, a
escala de fenômenos que
vige para a
desencarnação dos seres
de natureza superior. Em
relação aos homens, os
mamíferos que se ligam a
nós por extremos laços
de parentesco, em se
desencarnando,
agregam-se aos ninhos em
que se desenvolvem seus
companheiros e, qual
ocorre entre os animais
inferiores, nas
múltiplas faixas
evolutivas em que se
escalonam, não possuem
pensamento contínuo para
a obtenção de meios
destinados à manutenção
de nova forma.
Encontram-se, assim,
aquém da histogênese
espiritual,
inabilitados a mais
amplo equilíbrio que
lhes asseguraria
ascensão a novo plano de
consciência. Em razão
disso, efetuada a
histólise dos tecidos
celulares, nos sucessos
recônditos da morte
física, dilata-se-lhes o
período de vida latente,
na esfera espiritual,
onde, com exceção de
raras espécies, se
demoram por tempo curto,
incapazes de manobrar os
órgãos do aparelho
psicossomático que lhes
é característico, por
ausência de substância
mental consciente.
Quando não se fazem
aproveitados na
Espiritualidade, em
serviço ao qual se
filiam durante certa
quota de tempo, caem em
pesada letargia,
semelhante à hibernação,
acabando automaticamente
atraídos para o campo
genésico das famílias a
que se ajustam,
retomando o organismo
com que se confiarão a
nova etapa de
experiência, com os
ascendentes do
automatismo e do
instinto que já se lhes
fixaram no ser, e
sofrendo, naturalmente,
o preço hipotecável aos
valores decisivos da
evolução. (Evolução
em
dois Mundos,
Primeira Parte, cap.
XII, pp. 87 e 88.)
80. Além da
histogênese –
Através desse movimento
incessante da
palingenesia universal o
princípio inteligente
incorpora a inteligência
que lhe é necessária,
estagiando no plano
físico e no plano
extrafísico, recolhendo,
como é justo, a
orientação e o influxo
das Inteligências
Superiores em sua marcha
laboriosa para mais
elevadas aquisições.
Pouco acima dessas
mesmas bases, vamos
encontrar o homem
infraprimitivo, na
rusticidade da furna em
que se esconde,
surpreendido no fenômeno
da morte, ante a glória
da vida, como criança
tenra e deslumbrada à
frente de paisagem
maravilhosa, cuja
grandeza, nem de leve,
pode ainda compreender.
O pensamento constante
ofereceu-lhe a precisa
estabilidade para a
metamorfose completa.
Pela persistência e
consistência das ideias,
adquiriu o poder de
integrar-se mentalmente,
para além da
histogênese, em seu
corpo espiritual,
arrebatando-o, com a
alavanca da própria
vontade que a indagação
e o trabalho
enriqueceram, para novo
estado individual.
Acariciada pelo bafejo
edificante dos
Condutores Divinos que
lhe acalentam a marcha,
a criatura humana dorme
o sono da morte,
mumificando-se na
cadaverização, como
acontece à pupa. E
segregando substâncias
mentais, à base de
impulsos renovadores,
tanto quanto certas
crisálidas que segregam
um líquido especial que
lhes facilita a saída do
próprio casulo, a alma
que desencarna, findo o
processo histolítico das
células que lhe
construíam o carro
biológico, e fortificado
o campo mental em que se
lhe enovelaram os novos
anseios e as novas
disposições, logra
desvencilhar-se
mecanicamente dos órgãos
físicos, agora
imprestáveis,
realizando, por avançado
automatismo, o trabalho
histogenético pelo qual
desliga as células sutis
do seu veículo
espiritual dos
remanescentes celulares
do veículo físico,
arrojado à queda
irreversível, agindo
agora com a eficiência e
a segurança que as
longas e reiteradas
recapitulações lhe
conferiram. (Evolução
em dois Mundos, Primeira
Parte, cap.XII, pp.88 e
89.)
Glossário:
Casulo:
invólucro construído por
larvas ou insetos.
Hemimetábolo:
inseto que apresenta
metamorfose incompleta,
em que as diferenças
entre a larva e a forma
definitiva não são muito
notáveis,
assemelhando-se em tudo
no estado larval.
Histogênese:
formação e
desenvolvimento dos
tecidos orgânicos.
Histólise:
destruição ou dissolução
de tecidos orgânicos.
Infraprimitivo:
referente a organismo em
começo de evolução. O
que se encontra em
estágio de evolução
abaixo do que se
considera primitivo.
Larva:
o primeiro estágio por
que passam certas
espécies animais antes
de atingirem a fase
adulta; lagarta (nos
insetos).
Malófago:
inseto sem asas,
parecido com o piolho,
parasito de mamífero e
aves.
Mamífero:
designação dos animais
vertebrados de corpo
provido de pelos e que
possuem glândulas
mamárias.
Metamorfose:
mudança de forma ou de
estrutura, como a
mudança que ocorre
durante as fases da vida
de alguns animais, como
os insetos e os
anfíbios.
Palingenesia:
volta à vida;
renascimento;
reencarnação.
Pensamento Contínuo:
pensamento constante,
ininterrupto, que
caracteriza a capacidade
mental do homem, em
oposição ao pensamento
fragmentário
(descontínuo), próprio
dos animais irracionais.
Pupa:
estado intermediário
entre a larva e a forma
definitiva, nos insetos
que tem metamorfose
completa (com profundas
alterações), como, por
exemplo, na lagarta das
mariposas.
Radícula:
minúscula raiz.
Trompa:
órgão oco e alongado,
como o de inseto
sugador, e que serve
como órgão de sucção.
Nota:
Muitos termos técnicos
usados na obra em estudo
não se encontram nos
dicionários que
comumente consultamos.
Clicando no link abaixo,
o leitor terá acesso ao
texto integral do livro Elucidário
de Evolução em Dois
Mundos,
elaborado e publicado
com esse propósito:
http://www.OCONSOLADOR\linkfixo\estudosespiritas\andreluiz\Elucidario.pdf