JOSÉ REIS CHAVES
jreischaves@gmail.com
Belo Horizonte,
MG
(Brasil)
Entender a
Trindade é até
fácil, crer nela
é que é difícil
Há uma história
– verdadeira ou
lendária? –
sobre o grande
médium Santo
Agostinho.
Ei-la: Ele teve
uma visão de uma
criança
transportando
água do mar em
uma folha de uma
planta para um
buraco de
formiga. Diante
dessa cena
estranha, ele
perguntou à
criança o que
ela estava
fazendo, e ela
respondeu que
era mais fácil
ela colocar toda
a água do mar
naquele
buraquinho do
que ele entender
o mistério
trinitário
cristão. Com
esse absurdo,
não teria ele
querido ironizar
essa doutrina,
apesar de ele
ter sido um dos
seus
construtores?
Deus é mistério
sim, mas os
teólogos
ampliaram esse
mistério.
A Igreja, em
ritmo de
tartaruga,
demorou
trezentos e
cinquenta anos
para reconhecer
a verdade do
heliocentrismo e
tirar a
excomunhão de
Galileu.
Esperamos que
não seja tarde
demais o seu
despertar para
corrigir os seus
outros erros.
Que os teólogos
cristãos
descubram o Deus
verdadeiramente
divino,
destronando o
humano e
mitológico!
Segundo os
teólogos, o
Espírito Santo é
o amor do Pai
para o Filho, e
do Filho para o
Pai. Mas Deus é
também a causa
primeira de
todas as coisas.
Então, Ele não
pode ser apenas
o amor para com
o Filho
representado
pelo Espírito
Santo, Pessoa
Divina, ou seja,
Deus no aspecto
de Terceira
Pessoa Divina
trinitária. E
São Tomás de
Aquino, na “Suma
Teológica”, não
gosta da ordem
de
Pai-Filho-Espírito
Santo, mas
desta:
Espírito-Pai-Filho.
Ele entende que
Deus é Espírito
e tem os
aspectos de Pai
e Filho. Mas
como esses
aspectos de Pai
e Filho,
emanados ou
criados pelo
Espírito Deus,
podem ser duas
Pessoas Divinas,
formando três
Pessoas Divinas,
contando-se com
a Pessoa Divina
do próprio Deus?
Isso é a maior
antropomorfização
de Deus da
istóriaHistóriaH
História!
Os teólogos do
Concílio de
Éfeso (431)
proclamaram que
Jesus é Pessoa
Divina e não
humana, com o
que a Igreja
Ortodoxa
Oriental não
concorda. E os
teólogos afirmam
que, “com razão,
as três Pessoas
são três homens,
porque a
natureza humana
não é a mesma
numericamente
(quantitativamente)
em cada um dos
três”. E ainda
afirmam que “as
três Divinas
Pessoas não são
Deuses, porque a
natureza divina
é numericamente
(quantitativamente)
a mesma em cada
uma delas”. (O
advérbio
quantitativamente
entre parêntesis
é colocação
minha, num
esforço para
aclarar o
assunto.)
Os teólogos do
Concílio de
Calcedônia (451)
sustentaram que
Jesus não é
Pessoa humana,
mas que Ele tem
também natureza
humana, além da
divina. E o
Concílio de Lyon
(1274) declarou
o “Filioque”,
que diz que o
Espírito Santo
procede do Pai e
do Filho, do que
a Igreja
Ortodoxa
Oriental
discorda,
alegando que o
Espírito Santo
procede só do
Pai. (Mais
detalhes em meu
livro “A Face
Oculta das
Religiões”, Ed.
Megalivros-EBM,
SP.)
E um detalhe
sobre São
Mateus, 28:19:
Das citações de
textos antigos
desta passagem
por padres da
Igreja não
consta esta
parte:
“batizando-os em
nome do Pai, e
do Filho e do
Espírito Santo”,
mas apenas:
“Ide, portanto,
fazei discípulos
de todas as
nações”.
Parece que dá
para entender
esse “pacote
teológico
misterioso”
sobre Deus,
embora os
próprios
teólogos digam
que isso é
ininteligível.
O difícil,
porém, é
concordarmos com
ele. E uma coisa
é certa, com a
criação do
mistério desse
tamanho a
respeito de
Deus, os
teólogos
complicaram
tanto Deus, que
eles servem mais
ao materialismo
do que ao
espiritualismo e
ao próprio
Deus!