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Elucidações de Emmanuel

Ano 6 - N° 259 - 6 de Maio de 2012

 

 

Caridade e tolerância


Milhares de criaturas esperavam-no coroado de louros, numa carruagem de glória. Ele, o Grande renovador, deveria surgir numa apoteose de exaltação individual.

O trono dourado.

O cetro imponente.

O laurel dos triunfadores.

A túnica solar.

Os olhos injetados de orgulho.

O verbo supremo.

A exibição de riquezas.

Os espetáculos de poder.

A escolta angélica.

As sentenças inapeláveis.

*

Jesus, porém, caminha entre os homens, à maneira de servidor vulgar, de vilarejo em vilarejo.

Veste-se conforme as usanças dos que o cercam.

Apostoliza em lares e barcos emprestados.

Ouve atenciosamente mulheres consideradas desprezíveis.

Atende a homens conhecidos por malfeitores.

Serve-se à mesa de pessoas classificadas como indignas.

Abraça crianças desamparadas.

Socorre doentes anônimos.

Acolhe a todos por amigos, a ponto de aceitar como discípulo aquele que desertaria, dominado pela ambição.

Recebe remoques e injúrias de quantos lhe exigem sinais do espírito.

E parte do mundo, banido, entre ladrões, sob violência e sarcasmo; no entanto, em circunstância alguma condena ou amaldiçoa, mas sim suporta e ajuda sempre, respeitando nos seus ofensores filhos de Deus que o tempo renovaria.

*

Também na Doutrina Espírita, indene de todo cárcere dogmático, a indagação campeia livremente. Cristianismo redivivo, qual acontecia na época da presença direta do Senhor, junto dela hoje enxameiam, de mistura com os corações generosos que amam e auxiliam, as antigas legiões dos desesperados, dos escarnecedores, dos indecisos, dos investigadores contumazes, dos inquisidores da opinião, dos perseguidores gratuitos, dos gênios estéreis, dos cépticos frios e dos ignorantes sequiosos de privilégios, por doentes da alma...

Entretanto, se Jesus, que foi o Embaixador Divino, para manter-se ligado à Esfera Superior exerceu a caridade e a tolerância em todos os graus, como fugir delas, nós, Espíritos endividados perante a Lei, necessitados do perdão e do amparo uns dos outros?

É por isso que, em nossas atividades, precisamos todos de obrigação cumprida e atitude exata, humildade vigilante e fé operosa, com a caridade e a tolerância infatigáveis para com todos, sem desprezar a ninguém.


Do cap. 35 do livro Seara dos Médiuns, de Emmanuel, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.

  

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita