O amor possui diversas
expressões: paciência,
indulgência, compaixão,
resignação, caridade,
fraternidade, solicitude
etc. Há pessoas que
apresentam uma ou outra
dessas expressões em
desenvolvimento. Chico, além
do impressionante exercício
pela sustentação da
humildade que, por isso
mesmo, mais legítima se
apresentava, além dos
constantes exemplos de amor
puro para com a humanidade,
não raras vezes
sensibilizava aqueles que
acompanhavam seus passos
pela intensa compaixão para
com os animais. Vejam a
narração a seguir:
“Chico,
em determinada ocasião,
passou a sair de casa todos
os dias à hora do almoço.
Somente limitava-se a
dizer-me que visitaria um
enfermo necessitado de
atenção.
Antes de sair, Chico apenas
pedia:
- Benedito, faça o favor de
preparar um franguinho bem
macio, que preciso levar a
um doente. Lembre-se de que
deverá ficar bem tenro, pois
ele está muito fraco.
Precisa fortalecer-se, pouco
a pouco, dia a dia!
Assim, diariamente, saía
Chico levando uma vasilha
com o alimento,
cuidadosamente preparado por
mim. No íntimo, guardava eu
grande curiosidade acerca da
identidade daquele doente.
Mas Chico nada me dizia.
Após algum tempo, resolvi
segui-lo pelas ruas de
Uberaba, com o objetivo de
conhecer o misterioso
enfermo, que lhe merecia
tanta atenção e cuidado.
Atravessamos o bairro.
Chico, à frente, internou-se
num matagal. Fui atrás dele,
seguindo-lhe os passos, sem
que me visse.
Para minha surpresa,
deparei-me com a cena
comovedora: bem no fundo da
mata, lá estava Chico
atendendo o enfermo em
questão. Que nada mais era
que um cãozinho machucado e
faminto.”
Episódio narrado pelo Sr.
Benedito Antônio Alves –
responsável pelas tarefas
domésticas da residência do
médium Chico Xavier, nos
anos 60, em Uberaba, Minas
Gerais. Extraído do livro
“Chico Xavier, Mandato de
Amor”, editado pela União
Espírita Mineira.