CHRISTINA NUNES
meridius@superig.com.br
Rio de Janeiro,
RJ (Brasil)
O
diferencial da
mediunidade
Uma leitora me
envia esta
semana um poema
interessante
abordando a
questão da
fragmentação de
personalidade, o
que de imediato
me remeteu às
questões
envolvendo as
dúvidas sobre o
território
mediúnico, neste
contexto, já que
estudos intensos
a respeito da
diferenciação de
ambas as
experiências
humanas são
realizados no
mundo inteiro,
no esforço de se
discernir entre
a patologia
mental e a
vivência
multidimensional.
De saída,
poderia enumerar
particularidades
da própria
experiência de
quase trinta
anos convivendo
com episódios da
lavra mediúnica,
para salientar
que o primeiro e
importante
distintivo em
favor da
identificação
desta
característica
inerente a todos
nós – apenas que
mais
desenvolvida
nuns do que
noutros – seria
o da iniciativa
própria das
influências com
quem interagimos
durante os
episódios de
contato, ou de
intermediação
entre os
habitantes dos
dois lados da
vida. De modo
que, se
recentemente
relatei que,
sozinha, a caixa
do meu violino
se colocou de pé
em meu quarto,
com o testemunho
de meus dois
filhos, em
decorrência do
que de imediato
reconheci um
evento de efeito
físico provocado
pelo meu atual
parceiro de
labor na
intermediação
das obras
psicografadas,
eis, aí, já um
indicativo de
duas
constatações
fáceis:
– A primeira: a
iniciativa do
fenômeno partiu
de um fator
externo à
influenciação
mental da médium
em questão, de
vez que, após
horas sem entrar
no cômodo,
deparei, em lá
voltando, com
uma modificação
no objeto
aludido, cuja
autoria não foi
minha, e sim do
Espírito que
quis fazer notar
sua presença,
alterando a
posição da caixa
do instrumento,
mencionada no
artigo
anterior.
- A segunda: O
fenômeno foi
constatado por
mais duas
pessoas, e,
in loco,
pela minha
filha, presente
no quarto comigo
no instante em
que, pela
segunda vez, o
objeto se
deslocou "sozinho",
como se
dotado de
vontade
própria.
Vezes houve, em
outras ocasiões,
nas quais coisas
outras
espatifavam ou
se deslocavam
por si mesmas;
em que, por
desdobramento,
parentes
falecidos nos
visitavam
anunciando fatos
que se
confirmavam logo
depois; ou,
ainda, autores
de nossas obras
interrompiam o
funcionamento
correto do
software de
edição do meu
PC, quando não
concordavam com
algum detalhe ao
longo do
processo de
recebimento dos
livros,
destravando-o
tão logo o
alterava.
Encaminharam
objetos
oportunos ao meu
encontro e, por
outra, me
encaminhavam
para situações
das quais
necessitava para
realizar a
contento um
projeto de
parceria
mediúnica,
durante as fases
de transmissão
das obras.
Enfim, o que se
quer realçar é a
autoria externa
em todos estes
episódios,
sempre se dando
à revelia de
qualquer
interferência ou
intenção da
parte do médium,
o que se
constitui num
fator conclusivo
natural e
contundente de
que não se
tratam, estes
casos, de
eventos
alucinatórios de
qualquer
espécie, de vez
que se dão,
numas vezes, na
presença de
outras
testemunhas, ou
noutras tantas
desaguando em
efeitos de ordem
objetiva e
prática sem a
menor
participação
voluntária do
médium em
questão.
Ainda, ao que
consta nos
informativos
médicos sobre a
fragmentação de
personalidade,
ou episódios de
esquizofrenia,
segundo estudos
do Núcleo de
Pesquisas em
Espiritualidade
e Saúde da
Universidade
Federal de Juiz
de Fora, a
exemplo, a
mediunidade se
caracteriza
pelos seguintes
indicativos
importantes:
– Ausência de
sofrimento
psicológico;
ausência de
prejuízos
sociais e
ocupacionais;
duração curta da
experiência;
atitude crítica
(ter dúvidas
sobre a
realidade
objetiva da
vivência),
compatibilidade
com o grupo
cultural ou
religioso do
paciente;
ausência de
comorbidades
(coexistência de
doenças ou
transtornos);
controle sobre a
experiência;
crescimento
pessoal ao longo
do tempo, e uma
atitude de ajuda
aos outros.
Se, portanto, a
experiência
mediúnica de
qualquer ordem
acontece de
dentro de um
quadro de
desempenho
normal do ponto
de vista mental
e físico, isento
de indícios de
desequilíbrio e
de descontrole
em quaisquer
áreas nas quais
o indivíduo
atue; se, a par
das suas
atividades neste
contexto,
observa sempre
atitude de
avaliação
crítica para o
que lhe acontece
– primeiro
requisito do
médium lúcido e
avisado,
inclusive,
contra as
armadilhas
forjadas por
obsessores
contra um
trabalho que
deve sempre
visar ao
esclarecimento e
à evolução do
espírito humano.
E se, além
disso, sob o
prisma do que
realiza, ele
promove
melhorias de
ordem pessoal,
no seu universo
emocional e
psíquico, além
de beneficiar,
de acréscimo,
tanto os que com
ele compartilham
tais atividades
em nível de
parceria, bem
como os que
delas usufruem
de seus
resultados,
pode-se
tranquilamente
enquadrar tal
pessoa na
definição de
médium clássico,
que convive em
regime de
interação
saudável com a
multidimensionalidade
da existência,
favorecendo a
vida com esta
troca que, em
última
instância,
também o
beneficia com
uma noção mais
acertada do que
concerne aos
nossos objetivos
enquanto ainda
estagiamos aqui,
nos períodos
transitórios das
experiências na
materialidade.
Nosso saudoso
Chico Xavier
também se viu
rotulado
levianamente
como um
vitimizado,
voluntária ou
involuntariamente,
por transtornos
mentais,
produzindo
fraudes
batizadas
indevidamente,
segundo esses
mais
desinformados da
significação
maior destes
fenômenos de
contatos com
desencarnados. O
passar dos anos,
todavia, e a
evolução da
informação e dos
estudos
científicos no
sentido do
esclarecimento
desta faceta
comum a todo ser
humano
situaram-nos em
tempos nos quais
se requer maior
vigilância e
necessidade de
estudo dos que
ainda não
compreendem, a
fim de
preservar-se de,
mais à frente,
deparar-se
compulsoriamente
com uma verdade
que não pedirá a
eles licença
para existir.