MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Evolução em Dois Mundos
André Luiz
(Parte
24)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Evolução em Dois Mundos,
de André Luiz,
psicografada pelos médiuns
Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1959 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Antes de ler as questões
e o texto indicado para
leitura, sugerimos ao
leitor que veja,
primeiro, as notas
constantes do glossário
pertinente ao estudo
desta semana.
Questões preliminares
A. Que papel no processo
evolutivo desempenha o
plano extrafísico?
O plano físico é o berço
da evolução que o plano
extrafísico aprimora. O
primeiro insufla o sopro
da vida, cujas
edificações o segundo
aperfeiçoa. Esse, o seu
papel no processo
evolutivo dos seres e do
próprio planeta, o que
indica que, entregue
somente às suas próprias
forças, o homem pouco
avançaria no rumo da
perfeição para o qual
fomos criados.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap. XIII, pág. 101.)
B. Que aprendizado
obteve o princípio
inteligente quando
estagiava no mundo das
plantas?
Segundo o autor desta
obra, foi o próprio
princípio inteligente
que plasmou os meios de
exteriorização, com
vistas ao seu sustento.
Assim é que no mundo das
plantas, com o
parênquima clorofiliano,
aprendeu a decifrar os
segredos da
fotossíntese, absorvendo
energia luminosa para
elaborar as matérias
orgânicas, além de
lançar de si os gases
essenciais que
contribuem para o
equilíbrio da atmosfera.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap. XIV, pág. 103.)
C. Que fato ocorreu a
partir do momento em que
o princípio inteligente
passou a gerar o chamado
pensamento contínuo?
Quando isso se deu,
alterou-se em sua
individualidade o modo
particular de ser. O
princípio inteligente
iniciava-se, desde
então, nas operações que
André Luiz chama de “mentossíntese”,
porque baseadas na troca
de fluidos mentais
multiformes, através dos
quais emite as próprias
ideias e radiações,
assimilando as radiações
e ideias alheias.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap. XIV, pp. 104 e
105.)
Texto para leitura
93. Inteligência
artesanal - O
plano físico é o berço
da evolução que o plano
extrafísico aprimora. O
primeiro insufla o sopro
da vida, cujas
edificações o segundo
aperfeiçoa. A
reencarnação multiplica
as experiências,
somando-as, pouco a
pouco. A desencarnação
subtrai-lhes lentamente
as parcelas inúteis ao
progresso do Espírito e
divide os remanescentes,
definindo os resultados
com que o Espírito se
encontra enobrecido ou
endividado perante a
Lei. Consolidada a
incessante eclosão do
fluido mental entre as
duas esferas, começa
para o homem novo ciclo
de cultura. Em verdade,
a mente da era
paleolítica mostra-se,
ainda, limitada,
nascitura, mas não tanto
que não possa absorver,
embora em baixa dosagem,
as ideias renovadoras
que lhe são sugeridas no
Plano Superior. Em razão
disso, pela reflexão
possível, aparece entre
os homens, mal saídos da
selva, a inteligência
artesanal, instalando no
mundo a indústria
elementar do utensílio.
Por ela, o habitante do
império verde encontra
meios de efetuar com
mais segurança velhos
atos instintivos,
utilizando o varapau
para alongar o braço na
colheita dos frutos
dificilmente acessíveis,
fabricando anzóis e
arpões que lhe
substituam os dedos na
profundez das águas,
burilando o sílex que
lhe veicule a energia
dos punhos e plasmando a
roda que lhe poupe, de
alguma sorte, o
sacrifício dos pés.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap. XIII, pág. 101.)
94. Plasma criador
da mente - É
pelo fluido mental com
qualidades magnéticas de
indução que o progresso
se faz notavelmente
acelerado. Pela troca
dos pensamentos de
cultura e beleza, em
dinâmica expansão, os
grandes princípios da
Religião e da Ciência,
da Virtude e da
Educação, da Indústria e
da Arte descem das
Esferas Sublimes e
impressionam a mente do
homem, traçando-lhe
profunda renovação ao
corpo espiritual, a
refletir-se no veículo
físico que,
gradativamente, se
acomoda a novos hábitos.
Épocas imensas
despendera o princípio
inteligente para
edificar os prodígios da
sensação e do
automatismo, do instinto
e da inteligência
rudimentar; entretanto,
com a difusão do plasma
criador oriundo da
mente, em circuitos
contínuos, consolida-se
a reflexão avançada
entre o Céu e a Terra, e
os fluidos mentais ou
pensamentos atuantes, no
reino da alma, imprimem
radicais transformações
no veículo
fisiopsicossomático,
associando e
desassociando
civilizações numerosas
para construí-las de
novo, com o que o homem,
herdeiro da animalidade
instintiva, continua,
até hoje, o trabalho
progressivo de sua
própria elevação aos
verdadeiros atributos da
Humanidade. (Evolução
em dois Mundos, Primeira
Parte, cap. XIII, pág.
102.)
95. Sustento do
princípio inteligente
- O princípio
inteligente, que
exercitara a projeção de
impulsos mentais
fragmentários para
nutrir-se durante largas
eras, alçado ao Plano
Espiritual, na condição
de consciência humana
desencarnada, começa a
plasmar novos meios de
exteriorização, em favor
do sustento próprio. No
mundo das plantas, com o
parênquima clorofiliano,
aprendeu a decifrar os
segredos da
fotossíntese, absorvendo
energia luminosa para
elaborar as matérias
orgânicas, e lançando de
si os gases essenciais
que contribuem para o
equilíbrio da atmosfera.
No domínio de certas
bactérias, inteirou-se
dos processos da
quimiossíntese,
aproveitando a energia
química haurida na
oxidação de corpos
minerais. Entre os seres
superiores, consagrou-se
à biossíntese, em novo
câmbio de substâncias
nos vários períodos da
experiência física, para
garantir a segurança
própria, sob o ponto de
vista material e
energético. Habituado
aos fenômenos do
anabolismo, na
incorporação dos
elementos de que se
nutre, e do catabolismo,
na desassimilação
respectiva,
automatiza-lhe a
existência, em
metamorfose contínua das
forças que lhe alcançam
a máquina fisiológica,
através dos alimentos
necessários à
restauração constante
das células e ao
equilíbrio dos
reguladores orgânicos.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap. XIV, pág. 103.)
96. Início da “mentossíntese”
- Erguido, porém, à
geração do pensamento
ininterrupto,
altera-se-lhe, na
individualidade, o modo
particular de ser. O
princípio inteligente
inicia-se, desde então,
nas operações que
classificaremos como
sendo de “mentossíntese”,
porque baseadas na troca
de fluidos mentais
multiformes, através dos
quais emite as próprias
ideias e radiações,
assimilando as radiações
e ideias alheias. O
impulso que lhe surgia
na mente embrionária,
por interesse acidental
de posse, ante a
necessidade de alimento
esporádico, é agora
desejo consciente. E,
sobretudo, o anseio
genésico instintivo que
se lhe sobrepunha à vida
normal, em períodos
certos, converteu-se em
atração afetiva
constante. Aparece,
desse modo, a sede de
satisfação invariável
como estímulo à
experiência e
prefigura-se em sua alma
a excelsitude do amor
encravado no egoísmo,
como o diamante em
formação no carbono
obscuro. A morte física
interrompe-lhe as
construções no terreno
da propriedade e do
afeto e a criatura
humana, a iniciar-se no
pensamento contínuo,
sente-se quebrada e
aflita, cada vez que se
desvencilha do corpo
carnal adulto. A
desencarnação impõe-lhe
novas condições
vibratórias, como que
obrigando-o à ocultação
temporária entre os seus
para que se lhe
revitalizem as
experiências, qual
ocorre à planta
necessitada de poda para
exaltar-se em renovação
do próprio valor. Épocas
numerosas são empregadas
para que o homem
senhoreie o corpo
espiritual, nos círculos
da consciência mais
ampla, porque, como deve
compreender por si o
caminho em que se
conduzirá para a Glória
Divina, cabe-lhe também
debitar a si mesmo os
bens e os males, as
alegrias e as dores da
caminhada. Arrebatado
aos que mais ama e ainda
incapaz de entender a
transformação da
paisagem doméstica de
que foi alijado,
revolta-se comumente
contra as novas lições
da vida a que é
convocado, em plano
diferente, e permanece
fluidicamente algemado
aos que se lhe afinam
com o sangue e com os
desejos, comungando-lhes
a experiência vulgar.
Nesse sentido, será,
pois, razoável recordar
que em seu recuado
pretérito aprendeu,
automaticamente, a
respirar e a viver,
justaposto ao hausto e
ao calor alheios.
(Evolução em dois
Mundos, Primeira Parte,
cap. XIV, pp. 104 e
105.)
Glossário:
Anabolismo:
fase regenerativa do
processo metabólico, em
que se dá a regeneração
dos compostos que foram
degradados (por
catabolismo), partindo
de substâncias mais
simples.
Automatismo:
funcionamento do
organismo e prática de
atos sem a participação
consciente do ser.
Bactéria:
designação de organismos
microscópicos,
unicelulares (uma só
célula), de numerosas
espécies, que se
reproduzem por
cissiparidade (divisão
transversal), havendo as
bactérias essenciais ao
sustento da vida, e as
patogênicas (geram
doenças).
Biossíntese:
síntese (formação) de
substâncias orgânicas
nos seres vivos.
Catabolismo:
fase destrutiva
(degradação de
compostos) do processo
metabólico em que se dá
a formação, pelos
organismos de
substâncias simples, a
partir de outras mais
complexas, com a
oxidação e liberação de
energia.
Célula:
a menor unidade de
função e de organização
capaz, por si mesma, de
multiplicação e de
relação, que apresenta
todas as características
de vida.
Clorofila:
designação dos pigmentos
de cor verde que contém
magnésio, e que estão
presentes nas células
das plantas capazes de
realizar fotossíntese.
Corpo Espiritual:
o psicossoma ou
perispírito.
Desassimilação:
degradação de compostos
ricos em energia, sendo
o fenômeno realizado por
oxidação, nos
organismos, como meio
importante para a
obtenção da energia
indispensável aos
processos vitais.
Fisiopsicossomático:
que pertence,
simultaneamente, aos
domínios do corpo físico
e do corpo
psicossomático, sendo
este o psicossoma (corpo
espiritual ou
perispírito).
Fotossíntese:
processo básico de
alimentação dos
vegetais, através da
síntese (formação) de
substâncias orgânicas,
com a fixação do gás
carbônico mediante a
ação da luz solar e a
participação da
clorofila.
Gás Carbônico:
gás pesado desprovido de
odor, não tóxico, porém
asfixiante, existente no
ar numa proporção de
0,03%. É alimento
indispensável para os
vegetais, sendo
eliminado pelos seres
vivos como resultado da
respiração celular.
Genésico:
relativo à capacidade de
gerar.
Hausto:
ato de haurir, aspirar;
figurativamente, fluido
produzido pela
respiração, atuando
sobre o meio.
Impulso Fragmentário:
impulso descontínuo,
intermitente, que
caracteriza um estado
muito rudimentar.
Indução:
ação exercida por um
campo magnético sobre um
campo situado em sua
esfera de influência,
como a ação magnética
exercida por um imã
sobre objetos
suscetíveis à sua
influência.
Mentossensitivo:
referente às
propriedades adquiridas
pelo pensamento, por
influência do
sentimento.
Mentossíntese:
espécie de metabolismo
operado com base nas
trocas de fluidos
mentais, tomada a
fotossíntese como
analogia.
Metamorfose:
mudança de forma ou de
estrutura;
transformação.
Oxidação:
entrada de oxigênio em
uma sustância,
modificando-a.
Paleolítico:
relativo ao período do
pleistoceno
(quaternário),
caracterizado pelo
aparecimento dos mais
antigos fósseis humanos;
período ou idade da
pedra lascada.
Parênquima:
tecido constituído de
células do mesmo
diâmetro, que se
relaciona sobretudo com
a armazenagem e
distribuição de
substâncias nutritivas.
Pensamento Contínuo:
pensamento constante,
ininterrupto, que
caracteriza a capacidade
mental do homem, em
oposição ao pensamento
fragmentário
(descontínuo), próprio
dos animais irracionais.
Plasma:
massa formadora e
essencial de um órgão.
Psicossomatossensitivo:
referente aos centros
sensitivos do psicossoma
(corpo espiritual ou
perispírito).
Quimiossíntese:
síntese (formação) de
substâncias orgânicas, a
partir de inorgânicas,
realizada por bactérias
sem o concurso da luz
solar, mas com uso da
energia restante de um
processo químico.
Radiação:
emissão de raios
portadores de energia.
Reflexão:
processo mental em que o
pensamento se volta
sobre si mesmo e toma
seus próprios atos como
objeto de conhecimento.
Sílex:
pedra dura que produz
faísca quando atritada,
e que entra na
composição de todas as
rochas eruptivas.
Simbiose:
associação de dois seres
de espécie distinta, com
influência de um sobre o
outro, ou de ambos entre
si, podendo essas
relações, ser úteis ou
prejudiciais às duas
partes, favoráveis ou
nocivas para uma delas
apenas.
Varapau:
pau comprido; bordão.
Nota:
Muitos termos técnicos
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de Evolução em Dois
Mundos,
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