Uma pergunta recorrente,
toda vez que se discute a
chamada Santíssima Trindade,
é esta: estaria a divindade
do Cristo provada por seus
milagres?
Segundo a Igreja, sim. A
divindade do Cristo estaria
estabelecida principalmente
pelos milagres, como
testemunho de um
poder sobrenatural.
Tal ideia teve certo peso
numa época em que o
maravilhoso era aceito sem
exame; mas hoje, em que a
ciência levou suas
investigações até as leis da
Natureza, os milagres
encontram mais incrédulos do
que crentes.
Aliás, a própria Igreja
retira aos milagres toda a
sua importância como prova
da divindade do Cristo
quando admite que o demônio
também pode fazê-los tão
prodigiosos quanto o Cristo,
um pensamento – no tocante à
capacidade do demônio –
comum aos judeus quando
Jesus ainda estava entre
nós, porque eles então
achavam que os prodígios
feitos pelo filho de Maria
denunciavam algum conluio
entre ele e Satanás.
Com efeito, se o demônio tem
tal poder, fica evidente que
os fatos considerados
milagrosos não têm, de modo
nenhum, caráter
exclusivamente divino.
Se o demônio pode fazer
coisas admiráveis para
seduzir até mesmo os
eleitos, como podemos,
simples mortais, distinguir
os bons milagres dos maus?
O caráter essencial do
milagre, no sentido
teológico, é ser uma exceção
nas leis da Natureza e, por
conseguinte, um fato
inexplicável por essas
mesmas leis. A partir do
momento em que pode ser
explicado e tem uma causa
conhecida, cessa de ser
milagre. Foi assim que as
descobertas da ciência
fizeram entrar no domínio do
natural certos efeitos
qualificados de prodígios
enquanto a causa ficara
ignorada.
Depois, com o advento do
Magnetismo e do Espiritismo
e o conhecimento do
princípio espiritual, da
ação dos fluidos, das
faculdades da alma, da
existência e das
propriedades do
perispírito, os homens
passaram a ter a chave dos
fenômenos de ordem psíquica,
ficando provado então que os
fatos antes considerados
miraculosos não constituem
derrogações das leis da
Natureza, mas, ao contrário,
simples aplicações dessas
mesmas leis.
Todos os efeitos do
magnetismo, do sonambulismo,
do êxtase, da dupla vista,
do hipnotismo, da
catalepsia, da anestesia, da
transmissão do pensamento,
da presciência, das curas
instantâneas, das
possessões, das obsessões,
das aparições etc., que
formam a quase totalidade
dos “milagres” do Evangelho,
pertencem a essa categoria
de fenômenos perfeitamente
explicáveis pelas luzes
que os novos conhecimentos
nos trouxeram.
A possibilidade da maioria
dos fatos que o Evangelho
cita como tendo sido
realizados por Jesus está
hoje completamente
demonstrada pelo Magnetismo
e pelo Espiritismo, como
fenômenos naturais que são.
Ora, uma
vez que se produzem sob os
nossos olhos, seja
espontaneamente, seja por
provocação, não há nada de
anormal em que Jesus
possuísse faculdades
idênticas às de nossos
magnetizadores, curadores,
sonâmbulos, videntes,
médiuns etc. Desde o
instante que essas mesmas
faculdades se encontram, em
diferentes graus, numa
multidão de indivíduos que
nada têm de divino, que são
encontradas mesmo entre os
heréticos e os idólatras,
elas não implicam, de modo
nenhum, uma natureza
sobre-humana.
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