WELLINGTON BALBO
wellington_balbo@hotmail.com
Bauru, SP (Brasil)
Laços de família
Fui convidado
para a festa de
aniversário de
casamento de 45
anos de meu tio.
Compareci e dei
um abraço nele e
em minha tia.
Ele me
agradeceu, mas
ela nada disse.
Não por falta de
educação, mas
porque não tem
condições para
falar. Há 27
anos, vitimada
por uma trombose
cerebral, está
acamada, sem
falar ou mexer
um músculo
sequer. Mas
mesmo assim meu
tio fez questão
de celebrar a
data. E a chama
de "Meu amor",
como um eterno
apaixonado.
Ela nada diz,
apenas olha. E
há quase três
décadas que esta
família se
reveza em
cuidados para
com minha tia,
que ficou
inválida. Fazem
papinha, trocam
fralda, levam-na
da cama para a
cadeira e ainda
a chamam de MEU
AMOR...
Notícias assim
não saem na
mídia, não dão
ibope, não são
divulgadas...
Os órgãos de
comunicação
preferem os
escândalos,
naturalmente
motivados pela
nossa ânsia em
saber sobre
fatos
lamentáveis.
Há muitos heróis
anônimos por aí
vivenciando o
amor junto aos
seus familiares.
Ah, o amor é
assim: serve,
colabora,
auxilia,
renuncia e
jamais abandona.
Com amor nenhum
fardo é pesado
demais. Sem amor
as mínimas
dificuldades
familiares são
intransponíveis
e motivos para
deserção e
esfacelamento da
família.
Já alertavam os
Espíritos amigos
que, se os laços
de família se
romperem, haverá
um
recrudescimento
do egoísmo. Por
isso julguei
oportuno
divulgar este
fato que
presenciei.
Naturalmente que
eles enfrentam
suas
dificuldades,
mas estão
juntos,
estreitando os
laços de
família.
E mais
interessante
ainda se torna
este exemplo por
estarmos no
modismo dos
relacionamentos
descartáveis, em
que se troca
ininterruptamente
de parceiro em
busca da
felicidade. Mas
eis que essa
felicidade
jamais será
encontrada nessa
troca
incessante,
patrocinada
pelas paixões
fugazes.
A felicidade
está atrelada ao
amor que
oferecemos ao
mundo. Quanto
mais amor
oferecermos ao
mundo, mais
felizes
estaremos,
porque traremos
conosco o mais
precioso
tesouro: a
consciência
tranquila do
dever cumprido
que advém do
auxiliar,
colaborar,
renunciar...
A vida na Terra
é sempre pródiga
em oportunidades
de progresso.
Cabe-nos, então,
aproveitar todas
essas chances no
mais abençoado
educandário ao
qual estamos
vinculados:
nossa própria
família.
Pensemos nisso.
Artigo
originalmente
publicado no
Jornal Momento
Espírita, do
CEAC Bauru –www.ceac.org.br –
www.radioceac.com.br.
(Nota do Autor)