FABRÍCIO
PELIZER GREGÓRIO
fabriciopelizergregorio@gmail.com
Assaí, PR (Brasil)
Espiritismo e Ciência
ordinária atual
O Espiritismo é
entendido sob três
perspectivas diferentes,
no entanto,
interdependentes, que
quando avaliadas de
forma sistêmica
(unificante) dá, àquele
que busca compreendê-lo,
a real dimensão de sua
grandeza. Como já
mencionado, cada
perspectiva avalia o
mesmo objeto
(Espiritismo) sob
ângulos diversos; cada
dimensão traz
formulações,
metodologias e conceitos
que se diferenciam na
aparência, porém, em
essência, servem de
liame, de elo à
gigantesca corrente de
conhecimento que é a
sublime Doutrina.
A sua unicidade é
decomposta e
individualizada pela
Ciência, pela Filosofia
e pela Religião. Cada
componente desse sistema
trino contém em si um
manancial infinito de
conhecimentos, grande
parte deles ainda
coberta pela densa névoa
da ignorância.
Compreendemos, ainda,
muito pouco daquilo que
já nos foi revelado. Que
dizer, então, daquilo
que ainda não
conhecemos, daquilo que
sequer somos capazes de
imaginar!
O elemento diferenciador
da Doutrina Espírita é
notadamente o seu
aspecto científico. É
isso que a diferencia
dos demais sistemas
ideológicos e
conceituais que buscam
estruturar e explicar a
realidade transcendente
da existência. É ele,
também, o elemento
renovador e atualizante
dos demais componentes
(Filosofia, Religião).
Foi através da aplicação
de sua metodologia
(método científico) de
investigação que Kardec
pôde constatar as
verdades e leis que
fundamentam toda a
Doutrina e que, por
desdobramento natural e
lógico, produziram
questões como estas:
Como pensar a moral,
diante da constatação da
Lei de causa e efeito?
Como pensar em Jesus,
diante da constatação
fática da imortalidade
da alma?
Tais indagações
implicaram a revolução
conceitual dos seus
elementos filosóficos e
religiosos, sendo isso
brilhantemente
trabalhado por inúmeros
Espíritos de escol, como
o próprio Kardec, que
nos presenteou com obras
tratando especificamente
dessas temáticas.
Citemos apenas, a título
de exemplificação, “O
Evangelho segundo o
Espiritismo”, o qual
surge como desdobramento
à resposta dada na
questão 625 de “O Livro
dos Espíritos”, ou “A
Gênese”.
Sem olvidar o grande
número de obras
relacionadas
especificamente ao
aspecto científico da
Doutrina, o qual - vale
lembrar - detém
independência da Ciência
ordinária materialista,
enfrentamos grande
dificuldade em encontrar
obras que avaliem ou, ao
menos, sirvam de ponte
entre esses dois grandes
ramos do conhecimento
humano, ou seja, que
sirvam de link
entre a Ciência Espírita
e a Ciência ordinária,
por enquanto
materialista. Tendo em
mente que nossa formação
acadêmica se dá quase
que exclusivamente, se
não exclusivamente,
segundo a ótica da
Ciência ordinária
materialista, pomo-nos a
pensar: Como devemos
pensar a Ciência
ordinária atual, diante
das constatações
espíritas? Por exemplo:
Como devemos avaliar a
História, diante do
fenômeno reencarnatório
e obsessivo?
Tomemos como parâmetro a
palestra realizada por
Divaldo P. Franco,
disponibilizada na
internet, em que o
ilustre confrade realiza
uma brilhante análise do
tema “Providência
Divina”, texto final do
livro “Nascente de
Bênçãos”, de autoria do
Espírito Joanna de
Ângelis. Nessa
oportunidade, o grande
orador nos revela
informações preciosas a
respeito de um Espírito
em particular:
Alexandre, o Grande,
Caio Júlio César, Carlos
Magno e Napoleão seriam
em realidade o mesmo
Espírito, reencarnado em
diferentes momentos
históricos.
Em semelhante sentido,
Hermínio C. Miranda, o
nobre estudioso, em
artigo publicado na
revista Reformador
de março e abril de
1976, com o título “O
médium do anticristo”,
discorre sobre a aptidão
mediúnica e o complexo
processo obsessivo
sofrido e perpetuado por
outra figura histórica,
Adolf Hitler.
Para que possamos ter
uma pequena noção do
impacto que tais
informações podem gerar,
peguemos, como simples
exemplo, todas as
biografias e estudos
acadêmicos já realizados
sobre esses personagens
históricos citados.
Todos, sem exceção,
estariam, na melhor das
hipóteses, incompletos.
E no Direito, como
poderíamos aplicar com
rigor científico a
Justiça em fenômenos
jurídicos como o dolo,
em face do processo
obsessivo do acusado?
Ou, na Física, como
poderíamos calcular e
quantificar o
eletromagnetismo do
perispírito, em relação
à força gravitacional?
Ou, na Medicina, na
Geologia, na Astronomia,
na Biologia, na
Antropologia etc.?
A quem cabe essa
responsabilidade, senão
a nós espíritas!
Não seria o caso de nós
espíritas reavivarmos em
nós mesmos essa sede
investigativa que tomou
de assalto o
inesquecível
Codificador, levando-o à
pesquisa que traria
novamente luz aos
corações desiludidos da
modernidade? Não seria o
caso de nós espíritas
nos debruçarmos sobre
essas questões? Não
seria esse o caminho
mais curto ao coração de
Espíritos que, assim
como nós, têm em si a
inteligência muito mais
desenvolvida do que o
moral?
Quase a totalidade dos
Espíritos hoje
encarnados no planeta
traz esta característica
comum: uma inteligência
refinada em comparação a
uma moralidade
acabrunhada. Obviamente,
a real necessidade se
encontra na
transformação moral do
indivíduo. Mas de que
maneira poderemos
redirecioná-lo a esse
objetivo, sem antes
trazermos ao chão a
grossa muralha que a
lógica materialista e o
hedonismo desmedido,
ancestral, construíram
com os tijolos da lógica
e da razão má norteada
na nossa consciência?
Inconscientemente,
todos, sem exceção,
trazemos ínsitas em
nossa memória espiritual
as lembranças dessa
realidade, que é causa e
não efeito, dessa outra
dimensão, a qual
chamamos realidade
material. É preciso
apenas encontrar o
gatilho que despertará
tais lembranças no
indivíduo. Não nos
referimos a lembranças
específicas, tal qual a
de quem fomos na
reencarnação passada, ou
o que fizemos; nada
disso. Referimo-nos a
essa lembrança genérica
que mesmo inconsciente,
desde o início da
humanidade, nos fez
lembrar que somos
criados por Deus, que há
sim uma dimensão
superior, que viemos e
retornaremos a ela, que
a realidade é mais do
que podemos ver, sentir,
pensar ou imaginar. É
essa lembrança que
devemos despertar em nós
mesmos e, se possível,
no próximo, pois é ela o
átomo formador da fé, fé
essa que, aliada à
razão, faz nascer a
moralidade renovada de
que o indivíduo
necessita para o seu
despertar e progredir
espiritual.
Não será a própria
Ciência o gatilho para
essas consciências ainda
presas ao racionalismo
amoral?
Avaliemos nossas
capacidades e
possibilidades e nos
perguntemos se não será
talvez esse um objetivo
digno de nossos
esforços.
Pensemos!