Paixão de “Sá” Biluva
Cornélio Pires
João da Mata espichou no
boqueirão.
Tirava pau no Morro do
Esqueleto
Para o serviço novo do
coreto,
Caiu, gritou... Morreu
de supetão.
“Sá” Biluva na Roça do
Pilão,
Magrela de paixão que
nem graveto,
Vivia de clamar, toda de
preto:
- “Quero ver João, meu
Deus! Quero ver João!..”
O Espírito de João, com
dó da viúva,
Veio uma noite e disse:
- “Sá” Biluva,
Não chore, minha velha!
Eu não morri!...”
Mas Biluva, assungando a
cruz de ferro,
Rebolou no colchão,
soltando um berro:
- “Te arrenego, capeta!
Sai daqui!...”
Do livro O Espírito
de Cornélio Pires,
obra psicografada pelos
médiuns Waldo Vieira e
Francisco Cândido
Xavier.
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