MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Evolução em Dois Mundos
André Luiz
(Parte
28)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Evolução em Dois Mundos,
de André Luiz,
psicografada pelos médiuns
Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1959 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Antes de ler as questões
e o texto indicado para
leitura, sugerimos ao
leitor que veja,
primeiro, as notas
constantes do glossário
pertinente ao estudo
desta semana.
Questões preliminares
A. O parasitismo
espiritual persiste
mesmo com a
desencarnação do
hospedeiro?
Sim, o fato é possível.
Quando a decomposição da
vestimenta carnal não
basta para consumar o
resgate preciso, vítima
e verdugo se equiparam
na mesma gama de
sentimentos e
pensamentos, caindo,
além-túmulo, em
dolorosos painéis
infernais, até que a
Misericórdia Divina, por
seus agentes vigilantes,
após estudo minucioso
dos crimes cometidos,
pesando atenuantes e
agravantes, promove a
reencarnação daquele
Espírito que, em
primeiro lugar, mereça
tal recurso.
(Evolução em dois
Mundos, 1a
Parte, cap. XV, pp. 118
e 119.)
B. Existe terapêutica
para os casos de
parasitismo espiritual?
Sim. Assim como existem
medidas terapêuticas
contra o parasitismo no
mundo orgânico, qualquer
criatura encontra, na
aplicação viva do bem,
eficiente remédio contra
o parasitismo da alma.
Não basta, entretanto, a
palavra que ajude e a
oração que ilumina. O
hospedeiro de
influências inquietantes
precisará do próprio
exemplo, no serviço do
amor puro aos
semelhantes, com
educação e sublimação de
si mesmo, porque só o
exemplo é
suficientemente forte
para renovar e
reajustar. A ação do bem
genuíno, com a quebra
voluntária de nossos
sentimentos inferiores,
produz vigorosos fatores
de transformação sobre
aqueles que nos
observam, notadamente
naqueles que se nos
agregam à existência.
(Evolução em dois
Mundos, 1a
Parte, cap. XV, pp. 119
e 120.)
C. É correto dizer que é
importante a harmonia
entre a mente e o
veículo psicossomático?
Evidentemente. A
importância da harmonia
entre a mente e o
veículo
fisiopsicossomático, no
plano físico ou
extrafísico, é fato
comprovado.
Assemelhando-se no
conjunto ao musicista e
seu instrumento, alma e
corpo hão de conjugar-se
profundamente um com o
outro para a execução do
trabalho que a vida lhes
reserva.
(Evolução em dois
Mundos, 1a
Parte, cap. XVI, pág.
121.)
Texto para leitura
109. Parasitismo e
reencarnação -
Nas ocorrências dessa
ordem, quando a
decomposição da
vestimenta carnal não
basta para consumar o
resgate preciso, vítima
e verdugo se equiparam
na mesma gama de
sentimentos e
pensamentos, caindo,
além-túmulo, em
dolorosos painéis
infernais, até que a
Misericórdia Divina, por
seus agentes vigilantes,
após estudo minucioso
dos crimes cometidos,
pesando atenuantes e
agravantes, promove a
reencarnação daquele
Espírito que, em
primeiro lugar, mereça
tal recurso. Executado o
projeto de retorno do
beneficiário, do Plano
Espiritual para o Plano
Terrestre, a mulher
indicada por seus
débitos à gravidez
respectiva sofre o
assédio de forças
obscuras que, em muitos
casos, se lhe implantam
no vaso genésico por
simbiontes que
influenciam o feto em
gestação,
estabelecendo-se, desde
essa hora inicial da
nova existência,
ligações fluídicas
através dos tecidos do
corpo em formação, pelas
quais a entidade
reencarnante, a partir
da infância, continua
enlaçada ao companheiro
ou aos companheiros
menos felizes, que
integram com ela toda
uma equipe de almas
culpadas em reajuste.
Desenvolve-se, então, a
sua meninice e ela
cresce, reinstrui-se e
retorna à juvenilidade
das energias físicas,
padecendo, porém, a
influência constante dos
Espíritos que a
assediam, até que –
frequentemente por
intermédio de uniões
conjugais, em que a
provação emoldura o
amor, ou em
circunstâncias difíceis
do destino – lhes
ofereça novo corpo na
Terra, para que, como
filhos de seu sangue e
de seu coração, lhes
devolva em moeda de
renúncia os bens que
lhes deve, desde o
passado próximo ou
remoto. Em tais fatos,
vamos anotar situações
quase idênticas às que
são provocadas pelos
parasitas heteroxênicos,
porquanto, se os
adversários do Espírito
reencarnado são em maior
número, atuam, muitos
deles, à feição dos
tripanossomas, tomando
os filhos de suas
vítimas e afins deles
próprios, por
hospedeiros
intermediários das
formas-pensamentos
deploráveis que
arremessam de si,
alcançando em seguida a
mente dos pais ou
hospedeiros definitivos,
a inocular-lhes
perigosos fluidos sutis,
com que lhes infernizam
as almas, muitas vezes
até à ocasião da própria
morte. (Evolução em
dois Mundos, 1a
Parte, cap. XV, pp. 118
e 119.)
110. Terapêutica
do parasitismo da alma
- Importa observar,
porém, que todos os
sofrimentos e
corrigendas a que nos
referimos estão
conjugados para as
consciências encarnadas
ou não, dentro da lei de
ação e reação que a cada
um confere hoje o
equilíbrio ou o
desequilíbrio, por suas
obras de ontem,
reconhecendo-se também
que, assim como existem
medidas terapêuticas
contra o parasitismo no
mundo orgânico, qualquer
criatura encontra, na
aplicação viva do bem,
eficiente remédio contra
o parasitismo da alma.
Não basta, entretanto, a
palavra que ajude e a
oração que ilumina. O
hospedeiro de
influências inquietantes
que, por suas aflições
na existência carnal,
pode avaliar da
qualidade e extensão das
próprias dívidas,
precisará do próprio
exemplo, no serviço do
amor puro aos
semelhantes, com
educação e sublimação de
si mesmo, porque só o
exemplo é
suficientemente forte
para renovar e
reajustar. A ação do bem
genuíno, com a quebra
voluntária de nossos
sentimentos inferiores,
produz vigorosos fatores
de transformação sobre
aqueles que nos
observam, notadamente
naqueles que se nos
agregam à existência,
influenciando-nos a
atmosfera espiritual,
uma vez que as nossas
demonstrações de
fraternidade inspiram
nos outros pensamentos
edificantes e amigos
que, em circuitos
sucessivos ou contínuas
ondulações de energia
renovadora, modificam
nos desafetos mais
acirrados qualquer
disposição hostil a
nosso respeito. Ninguém
necessita, portanto,
aguardar reencarnações
futuras, entretecidas de
dor e lágrimas, em
ligações expiatórias,
para diligenciar a paz
com os inimigos trazidos
do pretérito, porque,
pelo devotamento ao
próximo e pela humildade
realmente praticada e
sentida, é possível
valorizar nossa frase e
santificar nossa prece,
atraindo simpatias
valiosas, com
intervenções
providenciais, em nosso
favor. É que, em nos
reparando transfigurados
para o melhor, os nossos
adversários igualmente
se desarmam para o mal,
compreendendo, por fim,
que só o bem será,
perante Deus, o nosso
caminho de liberdade e
vida. (Evolução em
dois Mundos, 1a
Parte, cap. XV, pp. 119
e 120.)
111. Alma e corpo
- Aclarando os problemas
complexos da alienação
mental na maioria dos
Espíritos desencarnados,
pelo menos durante algum
tempo além da morte,
vale comentar, ainda que
superficialmente, alguns
dos experimentos
efetuados pela ciência
terrestre nos mecanismos
nervosos, para que
possamos ajuizar da
importância da harmonia
entre a mente e o seu
veículo
fisiopsicossomático, no
plano físico ou
extrafísico.
Assemelhando-se no
conjunto ao musicista e
seu instrumento, alma e
corpo hão de conjugar-se
profundamente um com o
outro para a execução do
trabalho que a vida lhes
reserva. Sabendo-se que
a alma é direção e o
corpo obediência, é da
Lei Divina que o homem
receba em si mesmo o
fruto da plantação que
realizou, visto que, nos
órgãos de sua
manifestação, recolhe as
maiores concessões do
Criador para que efetive
o seu aperfeiçoamento na
Criação. Assim sendo, de
seu próprio
comportamento retira,
nos vastos setores em
que se lhe processa a
evolução, o bem ou o mal
que, lançando ao
caminho, estará impondo
a si mesmo. (Evolução
em dois Mundos, 1a
Parte, cap. XVI, pág.
121.)
112. Secção da
medula - Através
de experimentação
positiva, conhece a
Ciência de hoje a
inalienável correlação
entre o cérebro e todas
as províncias celulares
do mundo corpóreo.
Tomando, pois, em nossas
anotações, o sistema
cerebral por gabinete
administrativo da mente,
reconheceremos que a
conduta do corpo físico
está invariavelmente
condicionada à conduta
do corpo espiritual,
como a orientação do
corpo espiritual está
submetida ao governo da
nossa vontade. Sabemos
que depois de seccionada
a medula de um paciente
observa-se, de imediato,
a insensibilidade
completa, o relaxamento
muscular, a paralisia e
a eliminação dos
reflexos somáticos e
viscerais, em todas as
partes que recebem os
nervos nascidos abaixo
do ponto em que se
verificou o prejuízo. A
insensibilidade e a
paralisia são decisivas,
porquanto procedem da
secção dos feixes
ascendentes e do feixe
piramidal, ou seja, do
desligamento das regiões
do corpo espiritual
correspondentes nos
tecidos orgânicos e no
cérebro, qual se desse a
retirada da força
elétrica de determinado
setor num campo extenso
de ação. Semelhante
desligamento, porém, não
se verifica de todo, o
que acarretaria, quando
em níveis altos,
irreversivelmente, o
processo liberatório da
alma com a
desencarnação. Junções
fluídicas sutis
permanecem, ativas,
entre as células dos
implementos físicos e
espirituais, como
recursos
fisiopsicossomáticos, em
ajustes possíveis de
emergência. Em razão
disso, não obstante a
insensibilidade a que
nos reportamos,
comparável ao “silêncio
orgânico”, deixado pela
execução de uma
neurotomia, muitos
pacientes se queixam de
dor em zonas localizadas
para baixo do nível em
que se expressou o
corte, fenômeno esse
perfeitamente atribuível
ao contato das células
do corpo espiritual com
as fibras aferentes que
vibram na cadeia
simpática, penetrando a
medula, acima do ponto
molestado. (Evolução
em dois Mundos, 1a
Parte, cap. XVI, pp. 121
e 122.)
Glossário:
Aferente:
no sistema nervoso,
classe de fibras
nervosas que conduzem o
impulso dos órgãos
sensoriais para o
sistema nervoso central.
Feixe Ascendente:
feixe de fibras nervosas
relacionadas com o
sistema nervoso
periférico.
Feixe Piramidal:
feixe de fibras nervosas
que se originam no
córtex cerebral e vão
até o ponto de ligação,
na medula, com as
colunas de fibras
motoras que lhe dão
continuidade.
Fibra Nervosa:
cada uma das estruturas
alongadas que, dispostas
em feixes, constituem os
nervos.
Fisiopsicossomático:
que pertence,
simultaneamente, aos
domínios do corpo físico
e do psicossoma (corpo
espiritual ou
perispírito).
Heteroxênico:
relativo aos parasitos
que, durante sua vida,
se desenvolvem no
organismo de hospedeiros
diferentes.
Medula:
a parte do sistema
nervoso central contida
na coluna vertebral,
também conhecida como
medula espinhal ou
dorsal. Dela partem
trinta e um pares de
nervos raquianos com
raízes sensitivas (levam
mensagem ao cérebro) e
raízes motoras (executam
ordens do cérebro).
Neurotomia:
corte de um cordão
nervoso.
Parasitismo:
associação entre dois
seres de espécies
diferentes, na qual um
se beneficia com o
prejuízo do outro. Para
viver, o parasito
depende de seu
hospedeiro, que ele não
destrói, mas explora,
causando dano. Em certos
casos, essa peculiar
associação pode
produzir, no correr do
tempo, a morte do
hospedeiro.
Parasito:
organismo que retira o
alimento de outro
organismo.
Secção:
ato de seccionar, isto
é, cortar.
Simbionte:
relativo a organismo que
toma parte em uma
simbiose.
Simbiose:
associação de dois seres
de espécie distinta, com
influência de um sobre o
outro, ou de ambos entre
si, podendo, essas
relações, ser úteis ou
prejudiciais às duas
partes, favoráveis ou
nocivas para uma delas
apenas.
Tripanossomo:
nome genérico de
protozoários dotados de
uma membrana
ondulatória, os quais
são agentes causadores
de doenças no homem e
nos animais, como doença
de Chagas e doença do
sono.
Nota:
Muitos termos técnicos
usados na obra em estudo
não se encontram nos
dicionários que
comumente consultamos.
Clicando no link abaixo,
o leitor terá acesso ao
texto integral do livro Elucidário
de Evolução em Dois
Mundos,
elaborado e publicado
com esse propósito:
http://www.OCONSOLADOR\linkfixo\estudosespiritas\andreluiz\Elucidario.pdf