MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Evolução em Dois Mundos
André Luiz
(Parte
29)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Evolução em Dois Mundos,
de André Luiz,
psicografada pelos médiuns
Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1959 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Antes de ler as questões
e o texto indicado para
leitura, sugerimos ao
leitor que veja,
primeiro, as notas
constantes do glossário
pertinente ao estudo
desta semana.
Questões preliminares
A. A maior ou menor encefalização tem reflexo na depressão da
atividade vital?
Sim. A depressão é tanto mais perdurável quanto
mais complexa a
encefalização do animal.
Nos batráquios, os
reflexos desaparecem
apenas por alguns
minutos. No gato, a
diminuição da atividade
vital é maior; no cão,
mais ainda; no
chimpanzé, o refazimento
pede vários dias, e na
criatura humana a
restauração dos reflexos
referidos exige mais
tempo, como por exemplo
o reflexo de extensão
cruzada, cuja
recuperação reclama seis
semanas,
aproximadamente, após o
trauma espinhal.
(Evolução em dois
Mundos, 1a
Parte, cap. XVI, pp. 123
e 124.)
B. Podemos afirmar que o corpo espiritual é que preside no campo
físico a todas as
atividades nervosas?
Sim. Essa função é exercida pelo corpo
espiritual, que preside
a todas as atividades
nervosas, resultantes da
entrosagem de sinergias
funcionais diversas.
(Evolução em dois
Mundos, 1a
Parte, cap. XVI, pp. 123
e 124.)
C. Que relação existe entre o córtex encefálico e o centro cerebral
do corpo espiritual?
A relação é intima, porquanto o córtex
encefálico, com suas
delicadas divisões e
subdivisões, governando
os núcleos reguladores
dos sentidos, dos
movimentos, dos reflexos
e de todas as
manifestações nervosas
da individualidade
encarnada, corresponde à
sede do centro
cerebral do
psicossoma, ou corpo
espiritual. (Evolução em dois Mundos, 1a
Parte, cap. XVI, pp. 125
e 126.)
Texto para leitura
113. Recuperação dos reflexos -
Devido a esse
reajustamento organizado
instintivamente entre a
alma e o corpo, os
reflexos são
gradativamente
recuperados. Em
condições muito
especiais de equilíbrio
fisiopsicossomático do
enfermo, os reflexos
superficiais ressurgem
quase sempre em vinte e
quatro horas, depois do
insulto sofrido, embora
os reflexos anal e
cremasteriano jamais se
percam, insulto esse em
que o sinal de Babinski
ou extensão dos
pedartículos,
principalmente do
primeiro, não raro
acompanhado por
determinado grau de
contração dos músculos
do joelho, denuncia a
violação do feixe
piramidal, equivalente à
ruptura de ligação das
células do corpo
espiritual nos
implementos nervosos da
veste física,
assemelhando-se ao
curto-circuito da
energia elétrica nos
condutores ininterruptos
que lhe atendem à
necessária circulação.
Na generalidade dos
casos, contudo, os
reflexos em pacientes
dessa espécie apenas
reaparecem com mais
vagar, no curso de
semanas, tempo
indispensável para que
as células do corpo
espiritual, vencendo as
resistências do corpo
físico, a ele se
imponham, quanto
possível. (Evolução
em dois Mundos, 1a
Parte, cap. XVI, pp. 122
e 123.)
114. Importância da encefalização
- Sabemos igualmente que
a depressão em estudo é
tanto mais perdurável
quanto mais complexa a
encefalização do animal.
Nos batráquios, os
reflexos desaparecem
apenas por alguns
minutos. No gato, a
diminuição da atividade
vital é maior; no cão,
mais ainda; no
chimpanzé, o refazimento
pede vários dias, e na
criatura humana a
restauração dos reflexos
referidos exige mais
tempo, como por exemplo
o reflexo de extensão
cruzada, cuja
recuperação reclama seis
semanas,
aproximadamente, após o
trauma espinhal. Nos
estudos de Schiff e
Sherrington, avaliamos,
com maior nitidez, a
extensão da ocorrência
entre os setores do
corpo espiritual e do
corpo físico, mediante a
secção completa da
medula espinhal,
realizada ao nível dos
segmentos lombares, pela
qual vemos o cão
experimentado, com a
medula dorsal
seccionada, acusando
paraplegia e alterações
sensitivas consequentes,
abaixo da região
prejudicada, assim como
uma extensão espástica
dos membros anteriores
devida à ausência da
inibição oriunda dos
membros posteriores,
inibição que normalmente
neutralizaria os
impulsos do sistema
labiríntico-cerebelar. É
que o corpo espiritual
preside no campo físico
a todas as atividades
nervosas, resultantes da
entrosagem de sinergias
funcionais diversas.
Disso temos estrita
conta nos reflexos, cuja
complexidade cresce
invariavelmente na
medida em que solicitam
o concurso de maior
campo dos neurônios
internunciais para que
se efetuem, qual
pianista, requisitando
maior número de escalas
de tons e semitons para
elevar-se da
simplicidade à
suntuosidade na expansão
da melodia. (Evolução
em dois Mundos, 1a
Parte, cap. XVI, pp. 123
e 124.)
115. Descorticação animal - Desse
modo, compreendendo-se
que a integração
mente-corpo é cada vez
mais importante, à
medida que se dilatam os
valores da encefalização,
reconheceremos que a
integração cortical é
sempre mais expressiva
quão mais amplo se faz o
desenvolvimento do
sistema nervoso. A
descorticação em
batráquios e peixes não
interfere nos reflexos e
na motilidade. Nas aves,
modificações emergem,
inequívocas, porquanto
apenas conseguem voos
fragmentários na luz,
permanecendo em
prostração, quando na
obscuridade. O cão que
sofre a ablação do
córtex, segundo já
demonstrou Goltz, no
século XIX, pode viver
além de um ano com
motilidade reflexa
normal aparente,
efetuando os movimentos
próprios com relativa
correção; todavia, jaz
inerte quando lhe falte
incentivo à ação e, se
esse incentivo aparece,
coloca-se em movimento
exagerado; ignora como
se defender até que se
veja positivamente
atacado; não se decide a
buscar alimento,
recebendo a ração que se
lhe administre e, embora
as funções viscerais
prossigam sem maiores
alterações, não
reconhece as pessoas,
baldo de memória,
revelando a disjunção
dos recursos
fisiopsicossomáticos que
lhe são peculiares,
fenômeno pelo qual
evidencia compreensível
e aparente regressão a
estágio evolutivo
inferior. Os chimpanzés,
porém, com encefalização
mais complexa, não
sobrevivem, largo tempo,
após a extirpação total
do córtex, e, quando
sofrem a destruição
parcial desse ou daquele
elemento cortical,
apresentam, como
acontece na criatura
humana, modificações
extensas e profundas.
Cabe mencionar aqui a
continuidade das
impressões em pessoas
mutiladas, que
prosseguem sentindo,
integrados ao próprio
corpo, esse ou aquele
membro que fisicamente
não mais existe.
(Evolução em dois
Mundos, 1a
Parte, cap. XVI, pp. 124
e 125.)
116. Sincronia de estímulos -
Entenderemos assim, com
facilidade, que o córtex
encefálico, com suas
delicadas divisões e
subdivisões, governando
os núcleos reguladores
dos sentidos, dos
movimentos, dos reflexos
e de todas as
manifestações nervosas
da individualidade
encarnada, corresponde à
sede do centro
cerebral do
psicossoma (ou corpo
espiritual) no corpo
físico, unida à sede do
centro
coronário,
localizada no
diencéfalo,
entrosando-se ambos em
perfeita sincronia de
estímulos, pelos quais
se manifesta o Espírito
em sua constituição
mental, harmônica,
difícil ou
desequilibrada, segundo
a posição em que ele
mesmo valoriza,
conserva, prejudica ou
desordena os recursos
que a Lei Divina lhe
faculta à própria
exteriorização no Plano
Físico e no Plano
Espiritual. Assim como
dispomos, no córtex, de
ligações energéticas da
consciência para os
serviços do tato, da
audição, da visão, do
olfato, do gosto, da
memória, da fala, da
escrita e de
automatismos diversos,
possuímos no diencéfalo
(tálamo e hipotálamo), a
se irradiarem para o
mesencéfalo, ligações
energéticas semelhantes
da consciência para os
serviços da mesma
natureza, com acréscimos
de atributos para
enriquecimento e
sublimação do campo
sensorial, como sejam a
reflexão, a atenção, a
análise, o estudo, a
meditação, o
discernimento, a memória
críptica, a compreensão,
as virtudes morais e
todas as fixações
emotivas que nos sejam
particulares. Emitindo a
onda de indagação e
trabalho que nos diga
respeito, através do
centro coronário,
conjugado ao centro
cerebral, recebemo-la de
volta, em circuito de
raios substanciais da
nossa própria força
mental, com impactos
aferentes e eferentes,
para que a nossa
consciência, por si,
ajuíze, pela essência
dos resultados ou
reflexos de nossas
próprias ações, quanto
ao acerto ou desacerto
de nossa escolha, nessa
ou naquela circunstância
da vida. Não podemos
esquecer que cada núcleo
das ligações a que nos
reportamos se subdivide
em peculiaridades
diversas, entendendo-se,
pois, que os fenômenos
de obliteração
suscetíveis de ocorrer
em alguns dos setores
corticais do corpo
físico podem surgir
igualmente no corpo
espiritual, quando a
turvação da mente é
capaz de obstruir
temporariamente esse ou
aquele fulcro energético
da região diencefálica,
no centro coronário da
entidade desencarnada. (Evolução
em dois Mundos, 1a
Parte, cap. XVI, pp. 125
e 126.)
Glossário:
Ablação: ação de cortar uma parte do corpo.
Aferente: no sistema nervoso, classe de fibras nervosas que conduzem o
impulso dos órgãos
sensoriais para o
sistema nervoso central.
Automatismo: funcionamento do organismo e prática de atos sem a
participação consciente
do ser.
Batráquio: anfíbio anuro (desprovido de cauda), cabeça fundida ao
corpo, membros
locomotores posteriores
mais desenvolvidos; são
os sapos, rãs e
pererecas.
Célula: a menor unidade de função e de organização, nos seres vivos, que
apresenta todas as
características de vida.
Centro Cerebral: centro de força vital, no perispírito,
relacionado com os lobos
frontais do cérebro e a
hipófise (pituitária),
no corpo físico; exerce
influência decisiva
sobre os demais centros
de força vital, sendo
responsável pelo
funcionamento do sistema
nervoso central e dos
centros superiores do
processo intelectivo.
Centro Coronário: centro de força vital, no perispírito,
relacionado com a
epífise (glândula
pineal), no corpo
físico; supervisiona
todos os demais centros
de força vital, porque
recebe em primeiro lugar
os estímulos do
espírito.
Corpo Espiritual: o perispírito, psicossoma.
Córtex: córtice, camada externa dos órgãos, de estrutura mais ou menos
arredondada, como o
córtice cerebral.
Cortical: relativo ao córtex.
Cremasteriano: referente ao cremáster, um dos dois músculos que
sustentam os testículos.
Críptico: relativo ao que se localiza ou processa na parte mais
profunda ou oculta.
Curto-circuito: perturbação num circuito devido à ligação direta
de dois condutores de
diferente polaridade,
quase sempre por
defeitos de isolamento
da rede.
Descorticação: corte ou remoção do córtex.
Diencéfalo: parte do cérebro situada entre o prosencéfalo (porção
anterior do cérebro) e o
mesencéfalo (porção
mediana do cérebro).
Disfunção: função que se efetua de maneira anômala.
Distonia: queda de resistência ou de elasticidade ocorrida num tecido
ou órgão.
Eferente: relativo à fibra nervosa que conduz a ordem motora do
sistema nervoso central
para um órgão
responsável pela
resposta ao impulso
sensorial, denominado
órgão efetor.
Encéfalo: referente ao encéfalo, parte do sistema nervoso central
contida na cavidade do
crânio, compreendendo o
cérebro e outros órgãos,
onde se situa a região
centralizadora dos
nervos que percorrem o
corpo.
Encefalização: organização encefálica.
Espástico: relativo à tonaticidade excessiva na extensão de um tecido
muscular, provocando
espasmo e rigidez.
Extensão: extensão de tecido muscular.
Feixe Ascendente: feixe de fibras nervosas relacionadas com o
sistema nervoso
periférico.
Feixe Piramidal: feixe de fibras nervosas que se originam no
córtex cerebral e vão
até o ponto de ligação,
na medula, com as
colunas de fibras
motoras que lhe dão
continuidade.
Fibra Nervosa: cada uma das estruturas alongadas que, dispostas
em feixes, constituem os
nervos.
Fisiopsicossomático: que pertence, simultaneamente, aos domínios do
corpo físico e do
psicossoma (corpo
espiritual ou
perispírito).
Fulcro: ponto ou base de sustentação, pivô de rotação.
Hipotálamo: região do cérebro, abaixo do tálamo, que forma o soalho e
parte da parede lateral
do terceiro ventrículo
(cavidade no âmago do
cérebro). É a parte do
diencéfalo onde se
encontra o centro
regulador da pressão
sanguínea, assim como os
centros reguladores da
respiração e da
temperatura.
Insulto: abalo orgânico.
Internuncial: relativo à comunicação ou transmissão de impressões entre as
diversas partes do
corpo, como entre os
nervos.
Labiríntico-cerebelar: referente ao que compreende o labirinto e o
cerebelo. Labirinto é o
conjunto das partes que
compõem o ouvido
interno; cerebelo é a
parte encefálica que
ocupa a porção posterior
do crânio, e que tem
função de conservação do
equilíbrio do corpo.
Medula: a parte do sistema nervoso central contida na coluna vertebral,
também conhecida como
medula espinhal ou
dorsal. Dela partem
trinta e um pares de
nervos raquianos com
raízes sensitivas (levam
mensagem ao cérebro) e
raízes motoras (executam
ordens do cérebro).
Mesencéfalo: porção mediana do cérebro, resultante da evolução da
vesícula média do
embrião. Vesícula é cada
uma das três dilatações
ou divisões que demarcam
o cérebro em
desenvolvimento.
Motilidade: movimento-reação de organismo vivo diante de estímulos;
faculdade de mover-se.
Neurônio: a célula nervosa com seus prolongamentos chamados dendritos,
que formam uma espécie
de arborização, e, no
polo oposto, um só
prolongamento,
diferente, denominado
axônio, que termina em
finas ramificações. O
estímulo nervoso passa
do axônio de um neurônio
para os dendritos de
outro, e esse ponto de
transmissão da excitação
tem o nome de sinapse.
Neurotomia: corte de um cordão nervoso.
Núcleo Nervoso: denominação de grupos de células nervosas
situadas no cérebro e na
medula espinhal; pontos
de origem ou terminais
dos nervos cranianos
ligados ao encéfalo
(pares cranianos).
Obliteração: obstrução; bloqueio mental que faz esquecer.
Oclusão: fechamento de uma abertura natural do organismo.
Onda: forma de propagação de uma energia.
Paraplegia: paralisia dos membros inferiores, que compromete
parcialmente também o
tronco.
Pedartículo: dedo do pé.
Pensamento Contínuo: pensamento constante, ininterrupto, que
caracteriza a capacidade
mental do homem, em
oposição ao pensamento
fragmentário
(descontínuo), próprio
dos animais irracionais.
Plasmar: dar forma a algo.
Psicossoma: o corpo espiritual ou perispírito.
Reflexão: processo mental em que o pensamento se volta sobre si mesmo
e toma seus próprios
atos como objeto de
conhecimento.
Reflexo: movimento coordenado mais simples que se pode executar,
produzido por um impulso
nervoso, como reação
automática e
involuntária a um
estímulo exterior.
Secção: ato de seccionar, isto é, cortar.
Segmento: parte do corpo distinta de outra de que é continuação.
Sensitivo: referente ao que se processa no campo sensorial.
Sensorial: relativo ao sensório, centro nervoso através do qual são
transmitidas as
sensações.
Simpático: parte do sistema nervoso autônomo, que regula a atividade da
musculatura cardíaca, da
musculatura lisa e de
várias glândulas. A
musculatura lisa é
encontrada nas paredes
intestinais, nos vasos
sanguíneos, na bexiga,
no estômago e no útero.
Sinal de Babinski: movimento reflexo no dorso do dedo grande do pé,
quando faz cócegas na
sola deste, ao contrário
da usual reflexão de sua
planta, indicando assim
uma lesão orgânica no
cérebro ou no feixe
piramidal.
Sincronia: coordenação perfeita de movimento entre as partes
relacionadas, resultando
em simultaneidade de
ação.
Sinergia: ato ou esforço coordenado de vários órgãos na realização de
uma função.
Sistema Nervoso: sistema que constitui o mecanismo que permite ao
animal o contato
permanente com o meio
onde se situa,
determinando mudanças e
atitudes úteis ao seu
organismo. No homem e
nos animais vertebrados,
compreende o sistema
central e o sistema
periférico. O sistema
nervoso central é
constituído do eixo
cérebroespinhal, formado
pela organização
encefálica e a medula
espinhal.
Somático: referente ao corpo físico.
Sônico: relativo ao som.
Tálamo: massa de substância cinzenta, constituída de dois núcleos situados
de cada lado do
ventrículo médio do
cérebro, e que forma o
soalho dos ventrículos
laterais; funciona como
ativo centro de
transmissão, recebendo
fibras nervosas
aferentes de quase todas
as zonas do córtex
cerebral. Uma de suas
importantes funções é a
de interveniência na
sensibilidade
superficial e profunda.
Também se denomina “cama
óptica”. Ventrículos
cerebrais são cavidades
existentes no âmago do
cérebro, as quais estão
ligadas com o canal
central da medula
espinhal.
Visceral: relativo à víscera, designação comum dos órgãos alojados nas
cavidades craniana,
torácica e abdominal.
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Mundos,
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