Um amigo que está se
iniciando no exercício da
faculdade mediúnica de
psicografia pede-nos que
expliquemos quais são as
principais variedades da
mediunidade psicográfica e
as suas diferenças.
Na obra de Allan Kardec, o
assunto é tratado em
minúcias em pelo menos duas
conhecidas obras: O Livro
dos Médiuns e
Obras Póstumas.
Dá-se o nome de médiuns
escreventes ou psicógrafos
às pessoas que escrevem sob
a influência dos Espíritos.
Essa faculdade mediúnica
apresenta três variedades
bem distintas: médiuns
mecânicos, intuitivos e
semimecânicos.
As explicações seguintes
encontramos em Kardec.
No médium mecânico, o
Espírito age diretamente
sobre a mão à qual dá o
impulso. O fato que
caracteriza esse gênero de
mediunidade é a
inconsciência absoluta do
que se escreve. O movimento
da mão é independente da
vontade; ela prossegue sem
interrupção, e apesar do
médium, enquanto o Espírito
tenha alguma coisa para
dizer, e se detém quando ele
conclui seu pensamento.
No médium intuitivo,
a transmissão do pensamento
se faz por intermédio da
alma ou Espírito do médium.
O Espírito estranho, nesse
caso, não age sobre a mão
para dirigi-la, age sobre a
alma com a qual se
identifica e à qual imprime
a sua vontade e suas ideias.
O médium recebe o pensamento
estranho e o transcreve.
Nessas condições, o médium
escreve voluntariamente e
tem consciência do que
escreve, embora o texto
escrito não seja a expressão
do seu próprio pensamento.
Frequentemente é bastante
difícil distinguir o
pensamento próprio do médium
daquele que lhe é sugerido,
o que leva muitos médiuns
desse gênero a duvidarem de
sua faculdade.
Pode-se reconhecer o
pensamento sugerido no fato
de que ele não é jamais
preconcebido; que ele nasce
à medida que se escreve e,
com frequência, é contrário
à ideia prévia que se
formou, e pode mesmo estar
fora dos conhecimentos e das
capacidades do médium.
Existe grande analogia entre
a mediunidade intuitiva e a
inspiração. A diferença
consiste em que a
mediunidade intuitiva está
mais frequentemente restrita
às questões da atualidade e
pode se aplicar fora da
capacidade intelectual do
médium. Um médium pode
tratar, por intuição, de um
assunto ao qual é
completamente estranho. A
inspiração se estende sobre
um campo mais vasto e vem,
geralmente, em ajuda à
capacidade e às preocupações
da pessoa encarnada. Em face
disso, os traços da
mediunidade são aí, em
geral, menos evidentes.
O médium semimecânico
ou semi-intuitivo
participa das duas outras
variedades. No médium
puramente mecânico, o
movimento da mão é
independente da vontade; no
médium intuitivo, o
movimento é voluntário e
facultativo. O médium
semimecânico sente um
impulso dado à sua mão,
apesar dele, mas, ao mesmo
tempo, tem consciência
daquilo que escreve à medida
que as palavras se formam.
No primeiro caso, o
pensamento segue o ato da
escrita; no segundo,
precede-o; no terceiro, ele
o acompanha.
Leia também sobre o assunto
o texto publicado nesta
mesma seção na edição 188
desta revista. Eis o link
que remete o leitor ao texto
mencionado:
http://www.oconsolador.com.br/ano4/188/oespiritismoresponde.html
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