ORSON PETER
CARRARA
orsonpeter92@gmail.com
Matão, SP
(Brasil)
Em qual escola?
Imagine uma
família que se
mudou há pouco
para uma nova
cidade e
resolveu visitar
as duas únicas
escolas
existentes no
lugar para
decidir em qual
delas
matricularia seu
filho.
Na primeira
visitada, o
diretor explicou
que, lá, a
criança estuda
durante todo o
ano e, no final
do período, fará
um teste de
avaliação. Se
for aprovada,
irá, no ano
seguinte, para
uma classe
especial com
todos os alunos
que se
dedicaram,
formando uma
classe de elite.
Se for
reprovada, a
escola manterá a
criança trancada
em uma sala,
para sempre, com
os demais
reprovados. E
nem os pais
jamais poderiam
ver os filhos.
Eles nunca mais
teriam outra
chance.
Na segunda
escola visitada,
os pais
verificam que o
sistema era
diferente. Ao
final do ano, as
crianças
aprovadas também
iriam para uma
classe mais
avançada,
prosseguindo os
estudos. As que
fossem
reprovadas
repetiriam o
ano, tendo que
se submeterem
novamente aos
ensinos e aos
testes nos quais
fracassaram,
tantas vezes
quantas forem
necessárias.
Agora é fácil
raciocinar em
qual escola os
pais
matriculariam
seu filho. É de
se duvidar que
possa existir
algum pai ou
qualquer pessoa
no mundo que
optasse pelo
ridículo da
primeira escola.
Como alguém
teria coragem de
expor o próprio
filho a regime
tão cruel? Ora,
se nós, os pais
humanos, não
aceitaríamos tal
método absurdo
de avaliação e
punição, será
que Deus, que é
infinitamente
superior a nós,
bondoso e justo,
onipotente,
inteligência
suprema do
Universo e causa
de tudo, usaria
esse método
injusto e cruel?
Isso é
inadmissível!
Como podemos
comparar Deus às
nossas
mediocridades e
supô-lo cruel e
injusto? Sim,
porque uma única
chance é
inviável e
pequena demais,
considerando os
extremos da vida
humana e as
oportunidades
tão variadas e
distantes entre
todos.
Objetivo da
escola é ensinar
e não punir. O
método da
segunda escola
é, sem dúvida
nenhuma,
superior. A
primeira escola
demonstra um
perfil
intolerante,
vingativo,
punitivo; a
segunda escola
apresenta uma
didática
tolerante,
sábia, educadora
e, ao mesmo
tempo,
infinitamente
justa, abrindo e
renovando
contínuas
oportunidades de
aprendizado,
reparação e
continuidade do
progresso.
Pensando nos
extremos
humanos, nas
dificuldades e
diferenças tão
gritantes, nas
oportunidades
tão variadas,
nas capacidades
e deficiências
de toda ordem,
como pensar num
Deus parcial,
intolerante e
injusto diante
de quadros que
tanto nos fazem
pensar?
E, considere-se
ainda, que nos
casos dos
aprovados na
primeira fase,
eles poderão
sofrer
reprovação em
fase posterior.
E, aí, como
consertamos
isso?
Esta pequena
reflexão,
retirada de
livro ainda
inédito nos
contos do amigo
Felinto Elízio,
de Maceió-AL,
deve ser muito
bem analisada.
Nada mais
acrescentamos,
deixando o
leitor refletir
sobre o que foi
exposto. Ninguém
é obrigado a
aceitar a ideia
aqui exposta,
mas também
ninguém pode
desprezar, em sã
consciência, a
lógica de tais
comparações e
argumentos.
Basta pensar um
pouco...
A escola é a
própria vida.
Qual a
destinação
depois?