MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Evolução em Dois Mundos
André Luiz
(Parte
30)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Evolução em Dois Mundos,
de André Luiz,
psicografada pelos médiuns
Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1959 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Antes de ler as questões
e o texto indicado para
leitura, sugerimos ao
leitor que veja,
primeiro, as notas
constantes do glossário
pertinente ao estudo
desta semana.
Questões preliminares
A. A amnésia pode
acometer também a
criatura desencarnada?
Sim. Tanto quanto os
encarnados, a criatura
desencarnada pode
arrojar-se a frustração
semelhante, sem
perturbação total do
pensamento, enquanto se
lhe mantenha a distonia.
(Evolução em dois
Mundos, 1a
Parte, cap. XVI, pp. 126
e 127.)
B. Em que consiste a
aura humana?
Todas as agregações
celulares emitem
radiações que se
articulam, através de
sinergias funcionais, a
se constituírem de
recursos que podemos
nomear por “tecidos de
força”, em torno dos
corpos que as
exteriorizam. Todos os
seres vivos, por isso,
se revestem de um “halo
energético” que lhes
corresponde à natureza.
No homem, semelhante
projeção surge
profundamente
enriquecida e modificada
pelos fatores do
pensamento contínuo que,
em se ajustando às
emanações do campo
celular, lhe modelam, em
derredor da
personalidade, o
conhecido corpo vital ou
duplo etéreo de algumas
escolas espiritualistas,
duplicata mais ou menos
radiante da criatura.
Nas reentrâncias e
ligações sutis dessa
túnica eletromagnética
de que o homem se
entraja, circula o
pensamento, colorindo-a
com as vibrações e
imagens de que se
constitui, aí exibindo,
em primeira mão, as
solicitações e os
quadros que improvisa,
antes de irradiá-los no
rumo dos objetos e das
metas que demanda. Temos
aí, nessa conjugação de
forças físico-químicas e
mentais, a aura humana,
peculiar a cada
indivíduo,
interpenetrando-o, ao
mesmo tempo que parece
emergir dele, à maneira
de campo ovoide, não
obstante a feição
irregular em que se
configura, valendo por
espelho sensível em que
todos os estados da alma
se estampam com sinais
característicos e em que
todas as ideias se
evidenciam, plasmando
telas vivas.
(Evolução em dois
Mundos, 1a
Parte, cap. XVII, pp.
129 e 130.)
C. Qual a importância da
aura nos fenômenos
mediúnicos?
Sua importância é muito
grande, porque a aura é
a nossa plataforma
presente em toda
comunicação com as rotas
alheias, antecâmara do
Espírito, através da
qual somos vistos e
examinados pelas
Inteligências
Superiores, sentidos e
reconhecidos pelos
nossos afins, e temidos
e hostilizados, ou
amados e auxiliados
pelos irmãos que
caminham em posição
inferior à nossa. Tudo
isso porque
exteriorizamos, de
maneira invariável, o
reflexo de nós mesmos,
nos contatos de
pensamento a pensamento,
sem necessidade das
palavras para as
simpatias ou repulsões
fundamentais.
(Evolução em dois
Mundos, 1a
Parte, cap. XVII, pp.
130 e 131.)
Texto para leitura
117. Mecanismo do
monoideísmo - Em
vista disso, se a
criatura encarnada pode
cair em amnésia ou
afasia pela oclusão dos
núcleos da memória ou da
fala, sem desequilíbrio
integral da
inteligência, a criatura
desencarnada pode
arrojar-se a frustrações
semelhantes, sem
perturbação total do
pensamento, enquanto se
lhe mantenha a distonia.
Segundo critério
idêntico, se a
habilidade de um homem
para manobrar
determinado idioma pode
cessar numa das
subdivisões do núcleo da
fala, no córtex,
persistindo a habilidade
para lidar com idiomas
outros, assim também o
núcleo da visão
profunda, no centro
coronário, pode sofrer
disfunção específica
pela qual um Espírito
desencarnado contemplará
tão-somente, por tempo
equivalente à
conturbação em que se
encontre, os quadros
terríficos que lhe digam
respeito às culpas
contraídas, sem
capacidade para observar
paisagens de outra
espécie; escutará
exclusivamente vozes
acusadoras que lhe
testemunhem os
compromissos
inconfessáveis, sem
possibilidade de ouvir
quaisquer outros valores
sônicos, tanto quanto
poderá recordar apenas
acontecimentos que se
lhe refiram aos
padecimentos morais, com
absoluto olvido de fatos
outros, até mesmo
daqueles que se
relacionem com a sua
personalidade, motivo
pelo qual se fazem tão
raros os processos de
perfeita identificação
individual, na
generalidade das
comunicações mediúnicas,
com entidades dementadas
ou sofredoras, comumente
estacionárias no
monoideísmo que as isola
em tipos exclusivos de
recordação ou emoção,
uma vez que, nessas
condições, o pensamento
contínuo que lhes flui
da mente, em circuito
viciado sobre si mesmo,
age coagulando ou
materializando pesadelos
fantásticos, em conexão
com as lembranças que
albergam. Esses
pesadelos não são
realmente meras criações
abstratas, porquanto, em
fluxo constante, as
imagens repetidas,
formadas pelas
partículas vivas da
matéria mental, se
articulam em quadros que
obedecem também à
vitalidade mais ou menos
longa do pensamento,
justapondo-se às
criaturas desencarnadas
que lhes dão a forma e
que, congregando
criações do mesmo teor,
de outros Espíritos
afins, estabelecem, por
associações espontâneas,
os painéis apavorantes
em que a consciência
culpada expia, por tempo
justo, as consequências
dos crimes a que se
empenhou, prejudicando a
harmonia das Leis
Divinas e conturbando,
concomitantemente, a si
mesma. (Evolução em
dois Mundos, 1a
Parte, cap. XVI, pp. 126
e 127.)
118. Zonas
purgatoriais -
Obliterados os núcleos
energéticos da alma,
capazes de conduzi-la às
sensações de euforia e
elevação, entendimento e
beleza, precipita-se a
mente, pelo excesso da
taxa de remorso nos
fulcros da memória, na
dor do arrependimento a
que se encarcera por
automatismo, conforme os
princípios de
responsabilidade a se
lhe delinearem no ser,
plasmando com os seus
próprios pensamentos as
telas temporárias, mas
por vezes de longuíssima
duração, em que
contempla,
incessantemente, por
reflexão mecânica, o
fruto amargo de suas
próprias obras, até que
esgote os resíduos das
culpas esposadas ou
receba caridosa
intervenção dos agentes
do amor divino, que,
habitualmente, lhe
oferecem o preparo
adequado para a
reencarnação necessária,
pela qual retornará ao
aprendizado prático das
lições em que faliu. É
dessa forma que os
suicidas, com agravantes
à frente do Plano
Espiritual, como também
os delinquentes de
variada categoria,
padecem por largo tempo
a influência constante
das aflitivas criações
mentais deles mesmos, a
elas aprisionados, pela
fixação monoideica de
certos núcleos do corpo
espiritual, em
detrimento de outros que
se mantêm malbaratados e
oclusos. E porque o
pensamento é força
criativa e aglutinante
na criatura consciente
em plena Criação, as
imagens plasmadas pelo
mal, à custa da energia
inestancável que lhe
constitui atributo
inalienável e imanente,
servem para a formação
das paisagens
regenerativas em que a
alma alucinada pelos
próprios remorsos é
detida em sua marcha,
ilhando-se nas
consequências dos
próprios delitos, em
lugares que, retendo a
associação de centenas e
milhares de transviados,
se transformam em
verdadeiros continentes
de angústia, filtros de
aflição e de dor, em que
a loucura ou a
crueldade, juguladas
pelo sofrimento que
geram para si mesmas, se
rendem lentamente ao
raciocínio equilibrado,
para a readmissão
indispensável ao
trabalho remissor.
(Evolução em dois
Mundos, 1a
Parte, cap. XVI, pp. 127
e 128.)
119. Aura humana
- Considerando-se toda
célula em ação por
unidade viva, qual motor
microscópico, em conexão
com a usina mental, é
claramente compreensível
que todas as agregações
celulares emitam
radiações e que essas
radiações se articulem,
através de sinergias
funcionais, a se
constituírem de recursos
que podemos nomear por
“tecidos de força”, em
torno dos corpos que as
exteriorizam. Todos os
seres vivos, por isso,
dos mais rudimentares
aos mais complexos se
revestem de um “halo
energético” que lhes
corresponde à natureza.
No homem, porém,
semelhante projeção
surge profundamente
enriquecida e modificada
pelos fatores do
pensamento contínuo que,
em se ajustando às
emanações do campo
celular, lhe modelam, em
derredor da
personalidade, o
conhecido corpo vital ou
duplo etéreo de algumas
escolas espiritualistas,
duplicata mais ou menos
radiante da criatura.
Nas reentrâncias e
ligações sutis dessa
túnica eletromagnética
de que o homem se
entraja, circula o
pensamento, colorindo-a
com as vibrações e
imagens de que se
constitui, aí exibindo,
em primeira mão, as
solicitações e os
quadros que improvisa,
antes de irradiá-los no
rumo dos objetos e das
metas que demanda. Temos
aí, nessa conjugação de
forças físico-químicas e
mentais, a aura humana,
peculiar a cada
indivíduo,
interpenetrando-o, ao
mesmo tempo que parece
emergir dele, à maneira
de campo ovoide, não
obstante a feição
irregular em que se
configura, valendo por
espelho sensível em que
todos os estados da alma
se estampam com sinais
característicos e em que
todas as ideias se
evidenciam, plasmando
telas vivas, quando
perduram em vigor e
semelhança, como no
cinematógrafo comum.
Fotosfera psíquica,
entretecida em elementos
dinâmicos, atende à
cromática variada,
segundo a onda mental
que emitimos,
retratando-nos todos os
pensamentos em cores e
imagens que nos
respondem aos objetivos
e escolhas,
enobrecedores ou
deprimentes.
(Evolução em dois
Mundos, 1a
Parte, cap. XVII, pp.
129 e 130.)
120. Mediunidade
inicial - A aura
é, pois, a nossa
plataforma onipresente
em toda comunicação com
as rotas alheias,
antecâmara do Espírito,
em que todas as nossas
atividades de
intercâmbio com a vida
que nos rodeia, através
da qual somos vistos e
examinados pelas
Inteligências
Superiores, sentidos e
reconhecidos pelos
nossos afins, e temidos
e hostilizados, ou
amados e auxiliados
pelos irmãos que
caminham em posição
inferior à nossa. Tudo
isso porque
exteriorizamos, de
maneira invariável, o
reflexo de nós mesmos,
nos contatos de
pensamento a pensamento,
sem necessidade das
palavras para as
simpatias ou repulsões
fundamentais. É por essa
couraça vibratória,
espécie de carapaça
fluídica, em que cada
consciência constrói o
seu ninho ideal, que
começaram todos os
serviços da mediunidade
na Terra,
considerando-se a
mediunidade como
atributo do homem
encarnado para
corresponder-se com os
homens liberados do
corpo físico. Essa obra
de permuta foi, no
entanto, iniciada no
mundo sem qualquer
direção consciente,
porque, pela natural
apresentação da própria
aura, os homens melhores
atraíram para si os
Espíritos humanos
melhorados, cujo coração
generoso se voltava,
compadecido, para a
esfera terrena,
auxiliando os
companheiros da
retaguarda, e os homens
rebeldes à Lei Divina
aliciaram a companhia de
entidades da mesma
classe, transformando-se
em pontos de contato
entre o bem e o mal ou
entre a Luz e a Sombra
que se digladiam na
própria Terra. Pelas
ondas de pensamento a se
enovelarem umas sobre as
outras, segundo a
combinação de frequência
e trajeto, natureza e
objetivo, encontraram-se
as mentes semelhantes
entre si, formando
núcleos de progresso em
que homens nobres
assimilaram as correntes
mentais dos Espíritos
Superiores, para gerar
trabalho edificante e
educativo, ou originando
processos vários de
simbiose em que almas
estacionárias se
enquistaram mutuamente,
desafiando debalde os
imperativos da evolução
e estabelecendo
obsessões lamentáveis, a
se elastecerem sempre
novas, nas teias do
crime ou na etiologia
complexa das
enfermidades mentais. A
intuição foi, por esse
motivo, o sistema
inicial de intercâmbio,
facilitando a comunhão
das criaturas, mesmo a
distância, para
transfundi-las no
trabalho sutil da
telementação, nesse ou
naquele domínio do
sentimento e da ideia,
por intermédio de
remoinhos mensuráveis de
força mental, assim como
na atualidade o remoinho
eletrônico infunde em
aparelhos especiais a
voz ou a figura de
pessoas ausentes, em
comunicação recíproca na
radiotelefonia e na
televisão. (Evolução
em dois Mundos, 1a
Parte, cap. XVII, pp.
130 e 131.)
Glossário:
Afasia:
enfraquecimento ou perda
da faculdade de
transmissão ou
compreensão de ideias,
devido uma perturbação
ou lesão dos centros
cerebrais, sem haver
lesão dos órgãos vocais.
Amnésia:
perda total ou parcial
da memória.
Antecâmara:
aposento anterior à
câmara; antessala.
Carapaça:
revestimento que protege
o tronco do corpo, como
o do cágado e o da
tartaruga.
Centro Coronário:
centro de força vital,
no perispírito,
relacionado com a
epífise (glândula
pineal), no corpo
físico; supervisiona
todos os demais centros
de força vital, porque
recebe em primeiro lugar
os estímulos do
espírito.
Corpo Vital:
para algumas escolas
espiritualistas, o corpo
vital é constituído por
átomos de matéria sutil
(etérea), sendo
denominado corpo vital
por ser a fonte das
forças nervosas
eletrovitais, e,
portanto, o construtor e
restaurador das formas
densas, interpenetrando
todo o corpo físico.
Disfunção:
função que se efetua de
maneira anômala.
Distonia:
queda de resistência ou
de elasticidade ocorrida
num tecido ou órgão.
Duplo Etéreo:
mesmo que corpo vital.
Etiologia:
estudo sobre a origem
das doenças.
Fotosfera Psíquica:
a aura humana que, por
sua propriedade de
radiação, tem sua
aparência comparada com
o disco solar
(fotosfera).
Halo Energético:
halo formado em torno do
corpo dos seres vivos
pelas radiações
exteriorizadas em forma
de energia.
Imanente:
que existe sempre em um
dado objeto e
inseparável dele.
Monoideísmo:
estado da alma dominado
por uma ideia
central, fixa.
Obliteração:
obstrução; bloqueio
mental que faz esquecer.
Oclusão:
fechamento de uma
abertura natural do
organismo.
Onda:
forma de propagação da
energia produzida por um
movimento periódico
(vibração ou oscilação)
num meio elástico, pelo
qual cada molécula sofre
uma mudança de posição
ao redor de sua posição
de equilíbrio.
Ovoide:
que tem a forma ovalada;
oval.
Pensamento Contínuo:
pensamento constante,
ininterrupto, que
caracteriza a capacidade
mental do homem, em
oposição ao pensamento
fragmentário
(descontínuo), próprio
dos animais irracionais.
Radiação:
emissão de raios
portadores de energia.
Remoinho:
movimento em círculo
causado pelo cruzamento
de ondas; vórtice.
Simbiose:
associação de dois seres
de espécie distinta, com
influência de um sobre o
outro, ou de ambos entre
si, podendo essas
relações, ser úteis ou
prejudiciais às duas
partes, favoráveis ou
nocivas para uma delas
apenas.
Sinergia:
ato ou esforço
coordenado de vários
órgãos na realização de
uma função.
Telementação:
intercâmbio mental à
distância.
Nota:
Muitos termos técnicos
usados na obra em estudo
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dicionários que
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texto integral do livro Elucidário
de Evolução em Dois
Mundos,
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