O fim do medo
Assola-nos,
novamente, na
programação
televisiva e nas
rodas de
opinião, o
arquétipo do fim
do mundo, nos
tornando
escravos do
medo, ao apagar
das luzes no
recôndito de
nossas camas.
História
repetida em que,
ao contrário do
largo intervalo
entre o ano de
999 d.C. e 2000
d.C., apenas 12
anos separam a
histeria do fim
dos tempos
atuais da sua
última edição.
Juízo final,
armagedon,
ragnarok,
apocalipse e,
agora, com a
nova roupagem da
mitologia Maia,
temos sempre os
mesmos
pesadelos.
Ideias
transversais em
diversas
civilizações, em
uma matriz
catastrófica a
nos alimentar o
imaginário com
hecatombes,
entendidas por
alguns como
castigos, na
espera de um dia
temido e que
nunca chega...
Já foram: o
sobrenatural, a
doença, a guerra
nuclear, o
clima. Os
mitológicos
cavaleiros do
apocalipse já
tiveram vestes
diversas na
história da
humanidade, como
personificação
desse medo
coletivo, que
impede e impediu
uma visão mais
ampla de Deus e
da natureza do
Espírito
encarnado na
ciranda das
reencarnações,
aprisionando,
assim,
consciências.
Diante desse
quadro, que no
futuro será
lembrado de
forma cômica, o
papel do
espírita é
valioso para a
manutenção do
exemplo de
serenidade
proporcionada
pela fé
raciocinada.
Dizia Jesus ante
a tempestade:
“Não temais”.
Lembra-nos o
Mestre que a nau
terrestre é
conduzida por
suas mãos firmes
e amorosas, e
que Deus é amor,
verdade
inconteste que
deve nos trazer
reflexões
necessárias
sobre o futuro e
os destinos da
humanidade.
A doutrina
espírita nos
esclarece que os
tempos novos não
serão
reconhecidos por
avanços
materiais.
Arroubos
tecnológicos e
milagres da
ciência não
isentam o
Espírito
encarnado de
seus desafios
individuais e
coletivos frente
à reforma das
imperfeições que
se arrastam em
seu interior.
A cartilha do
evangelho é o
tijolo da
construção de um
mundo novo, a se
erguer em torno
de nós, que,
somado a outras
células de ação,
compõe uma rede
de renovação, em
mais uma casa
nas moradas do
pai. Para a
nossa
regeneração
interior, a hora
é agora, e agora
é toda hora. É o
momento de pegar
a charrua, o que
tem significado
próprio para
cada um, frente
aos desafios. O
tempo de
regeneração é um
tempo de mãos
marcadas, de
trabalho no bem,
esquecido das
práticas
espíritas, como
exercício dos
corações e das
mentes.
Dessa forma, o
medo não se
justifica. Jesus
asseverava que
mesmo uma única
ovelha
desgarrada seria
salva. Kardec
nos indica que o
fim da criação é
o progresso.
Regenerar é se
transformar,
superar o velho,
se renovar. E
todo o
crescimento traz
dor, incômodo,
pelo rompimento
do estado de
repouso, na
universal Lei da
inércia.
Entretanto, traz
o benefício
inigualável de
ser melhor a
cada dia.
O trabalho da
reforma íntima
coincide com a
construção do
reino de Deus na
Terra, como
compromisso de
nós encarnados e
desencarnados,
pois, enquanto
houver um irmão
sofrendo pelo
desamor de outro
irmão, não se
fará a
regeneração. Mas
para fazê-la, é
preciso agir sem
medo e com fé.