A oração e a cura de
enfermos
Hoje já se sabe, através
de pesquisas
científicas, que a
oração, ou prece, é um
poderoso remédio na cura
de enfermidades. Em 17
estudos-pesquisas
revisados pela Arizona
State University, ficou
demonstrado que a
prática bíblica de orar
pelos enfermos, com ou
sem imposição de mãos,
realmente funciona. A
explicação dos
cientistas é que quando
oramos em intenção de
alguém, pedindo pela sua
cura, liberamos um
comando para o cérebro
que, assim, emite
energia eletromagnética
que vai atingir aquela
pessoa. A ação de cura
fica assim explicada
cientificamente, e
comprovada por
experimentos como, por
exemplo, um em que dois
grupos de pacientes
hospitalares com a mesma
doença foram separados
em dois grupos. O grupo
A teve seus nomes
enviados a uma igreja
para receberem orações
diárias; o grupo B não
recebeu orações. A
constatação, depois de
um mês, é que a melhora
dos pacientes do grupo
A, que não sabiam que
estavam recebendo
orações, foi mais de 20%
superior aos pacientes
do grupo B. Em seis
meses essa diferença no
estado de saúde foi de
50%.
O poder de cura do
magnetismo é estudado
desde Mesmer
(1734-1815), estudos
esses que foram
significativamente
ampliados pelo
Espiritismo com a
inserção do componente
espiritual na ação de
cura a distância.
A partir da questão 658
de O Livro dos
Espíritos, Allan Kardec
estuda o tema Prece,
obtendo dos Espíritos
Superiores a seguinte
informação:
“A prece é sempre
agradável a Deus, quando
ditada pelo coração,
porque a intenção é tudo
para Ele. A prece do
coração é preferível a
que podes ler, por mais
bela que seja, se a
leres mais com os lábios
do que com o pensamento.
A prece é agradável a
Deus quando é proferida
com fé, com fervor e
sinceridade. Não creias,
pois, que Deus seja
tocado pelo homem vão,
orgulhoso e egoísta, a
menos que a sua prece
represente um ato de
sincero arrependimento e
de verdadeira humildade”.
E na questão 662,
indagando se podemos
orar utilmente pelos
outros, recebe a
seguinte resposta:
“O Espírito daquele que
ora está agindo pela
vontade de fazer o bem.
Pela prece, atrai a ele
os bons Espíritos que se
associam ao bem que
deseja fazer”.
A essa resposta, Kardec
comenta:
“Possuímos em nós
mesmos, pelo pensamento
e a vontade, um poder de
ação que se estende
muito além dos limites
de nossa esfera
corpórea. A prece por
outros é um ato dessa
vontade. Se for ardente
e sincera, pode chamar
os bons Espíritos em
auxílio daquele por quem
pedimos, a fim de lhe
sugerirem bons
pensamentos e lhe darem
a força necessária para
o corpo e a alma. Mas
ainda nesse caso a prece
do coração é tudo e a
dos lábios não é nada”.
Portanto, quando oramos,
utilizamos o poder da
vontade para acionar as
forças energéticas do
pensamento, liberando um
comando mento-espiritual
para o cérebro, que
distribui essa energia
através do nervo vago,
como sugerem pesquisas.
Essa energia liberada
vai ao encontro da
pessoa enferma, isso
através do fluido
universal, que tudo
preenche, assim como o
som se propaga pelo ar,
e mais, essa força é
potencializada pelos
bons Espíritos, que são
atraídos pelo nosso
pensamento caridoso.
Esclarece o Ministro
Clarêncio, no capítulo 1
da obra Entre a Terra
e o Céu, psicografia
do querido e
inesquecível médium
Chico Xavier:
“Em nome de Deus, as
criaturas, tanto quanto
possível, atendem às
criaturas. Assim como
possuímos em
eletricidade os
transformadores de
energia para o adequado
aproveitamento da força,
temos igualmente, em
todos os domínios do
Universo, os
transformadores da
bênção, do socorro, do
esclarecimento... As
correntes centrais da
vida partem do
Todo-Poderoso e descem a
flux, transubstanciadas
de maneira infinita. Da
luz suprema à treva
total, e vice-versa,
temos o fluxo e o
refluxo do sopro do
Criador, através de
seres incontáveis,
escalonados em todos os
tons do instinto, da
inteligência, da razão,
da humanidade e da
angelitude, que
modificam a energia
divina, de acordo com a
graduação do trabalho
evolutivo, no meio em
que se encontram… A
prece, qualquer que ela
seja, é ação provocando
a reação que lhe
corresponde. Conforme a
sua natureza, paira na
região em que foi
emitida ou eleva-se
mais, ou menos,
recebendo a resposta
imediata ou remota,
segundo as finalidades a
que se destina”.
É assim que a oração,
recebendo o fluxo divino
e o auxílio direto dos
Espíritos que a ela se
vinculam, conforme nosso
desejo e vontade, atua
como força medicamentosa
na forma de energia
salutar que invade as
células do organismo
físico, provocando
modificações moleculares
capazes de regenerar
órgãos e tecidos,
combater bactérias e
vírus, sempre com a
permissão de Deus e até
o limite das provas
expiações que ainda nos
são necessárias aos
aprendizados que nos
competem diante da vida.
Oremos sempre, como um
ato de caridade que
traduz em ação eficaz
pela cura de uma
enfermidade, o “amai-vos
uns aos outros”,
ensinado e exemplificado
pelo Mestre Jesus.
Marcus De Mario é
educador, escritor e
consultor. Colabora no
Centro Espírita
Humildade e Amor, da
cidade do Rio de
Janeiro.