FERNANDO
ROSEMBERG
PATROCÍNIO
f.rosemberg.p@gmail.com
Uberaba, MG
(Brasil)
Filosofia matemática do existir
O nosso mestre e notável
codificador do
Espiritismo, Allan
Kardec, viera sabiamente
sintetizar nas primeiras
páginas de uma de suas
importantes obras,
intitulada “A Gênese, os
Milagres e as
Predições”, a
preciosíssima e
altíssima sentença de
que:
“Para Deus, o passado e
o futuro são o
presente”.
Mas o que isto quer
dizer? Traduzindo em
miúdos: dir-se-ia que os
4,5 (quatro e meio)
bilhões de anos de
existência do planeta
Terra, desde as suas
primeiras aglomerações
atômicas até hoje –
diante da eternidade –
seria tal como se o
referido tempo não
existisse para Deus em
seus aspectos de tempo
decorrido, ou, passado,
pelo fato de haver sido
vivenciado, e, sempre,
em Seu Presente
Instante, ou, em Seu
Eterno e Presente
Existir, e não na forma
como vivenciamos e
contamos o tempo,
considerando-o como uma
dimensão fragmentada
pelo entendimento do
intelecto humano, e, que
tenha tido uma duração
no passado, que
representa uma duração
no presente e que ainda
vá ter um determinado
período de tempo no
futuro.
Mas, se fomos feitos à
imagem e semelhança de
Deus, e, se, para Deus,
os tempos passado e
futuro não existem, mas
tão-somente o presente,
então, dia chegará em
que nossa visão de tempo
se aproximará da visão
do Criador, ou seja: à
visão de que tudo quanto
existe só houvera ou
haverá de verificar-se
em um tempo presente, e
onde, até mesmo o
passado, que fora vivido
e experienciado por
nossa individualidade,
não acontecera a um
tempo passado, e sim, em
um tempo que fora
presentemente vivido e
experienciado, pois que
o passado, assim como o
futuro, só existem,
digamos assim, em sua
virtualidade, sendo que
o primeiro já fora
vivenciado e, de certa
forma, extinto e
apagado, e, o futuro
será, também, e
igualmente,
presentemente vivido e
experimentado na
atualidade do ser criado
que não mais se submete,
ou, se submeterá, às
imposições enganosas e
fragmentadas do tempo.
E, por isto, este autor
escrevera alhures que:
“Pode-se, pois, afirmar
que o tempo
presentemente vivido
nada mais é que uma
dinâmica de nós mesmos,
um movimento entre o
passado e o futuro que
não tem existências
próprias e específicas,
porquanto só acontecem e
se verificam ao âmbito
de um presente estado de
existencialidade”.
Quero crer que esta
visão das coisas algo se
aproxima da visão do
Criador que, num estado
de Eterna
Presencialidade em tudo,
Deus Tudo Vê por Sua
Onipresença, Sua Lei que
Tudo concatena nos
mínimos detalhes de
forma perfeita, donde
não termos como fugir ou
escapar de nossas ações
que estão, desde sempre,
encerradas em si mesmas
pelo Determinismo da
Lei, do eterno presente
de Deus n’Ele mesmo e em
Sua criação, ou seja, em
nós mesmos, pois que
Deus é mais íntimo de
suas criaturas do que
suas criaturas são de si
mesmas.
Assim sendo, seria como
se disséssemos ou
entendêssemos que, para
Deus, o antes e o depois
se encerram no agora, no
Presente de Tempo Único
que é só um (1), e que
assim poderia
conceber-se:
(passado)
------------>
(presente)
<--------------
(futuro)
significando expressar
que até mesmo o que
ainda não foi realizado
“concretamente”, ou
seja, uma criação futura
ou o vir-a-ser de uma
determinada criação Sua,
tal perspectiva não
existiria e não existe
na concepção divina, mas
tão-somente o
existencial de Si mesmo
na Sua criação que já
está, desde o Fiat
supremo, executada e
confinada às Suas
eternas Leis no que se
denominaria de um Tempo
Presente em Deus [(Tpr)D].
Tal ponto presente, de
Eterna Atualidade de
Deus, vai conjugar
aspectos filosóficos e
matemáticos
expressando-se pela
disposição equacionária
do que agora,
humildemente, estou a
denominar como:
Fórmula Presencial
Divina
[( Tps + Tpr + Tf t )]
= [(Tpr)D]
em que cada qual de seus
componentes tem o
significado:
(Tps) = tempo passado;
(Tpr) = tempo presente;
(Tf t) = tempo futuro;
e
(Tpr)D = tempo presente
em Deus, Tempo Único,
que é só um (1).
E onde os tempos
passados e futuros,
constituintes do
primeiro termo da
formulação, se contraem
na direção do Tempo
Único Presente em Deus
[(Tpr)D], representando
algo que está à vista d’Ele
e que denota a real
Presencialidade e
Atualidade de Deus em
Tudo quanto existe na
criação:
[(passado) ----->
(presente) <-----
(futuro)] = [(Tpr)D]
[(Tps)
---------- > (Tpr)
<------------ (Tf t))
= [(Tpr)D]
[(Tpr)] = [(Tpr)D]
que simboliza o Tempo
Presente em Deus [(Tpr)D],
um Tempo Único que, como
já descrito, é de
Presencialidade Única
(1), ou seja, é só um
(1):
[( Tpr / Tpr )] = [( D
)]
[( 1 )] = [( D )]
Sendo que o mesmo vale
para o nosso universo,
cuja existência está
estimada, desde o
hipotético big-bang, em
cerca de 15 (quinze)
bilhões de anos, mas vai
ainda percorrer outros
longos períodos adiante
na forma de um Tempo
Único (1), Presentemente
Experienciado Por Deus,
pois que:
“Tudo Muda na Imutável
Presencialidade
Divina”.
Nossa visão de tempo,
portanto, é relativa e
fragmentada; a de Deus é
Única e Absolutamente
Presente em Tudo.
Enquanto que, para Deus,
Tudo está perfeitamente
pronto, concluído e
finalizado, para nós,
tudo está por fazer-se e
far-se-á no futuro que,
para Deus, não passa de
um detalhe sem
importância, um simples
termo de conclusão no
Presente Existencial de
Si mesmo. Finalizando,
tudo poderia resumir-se
na sentença de que:
“O passado e o futuro
convergem para um único
ponto presente que é
Deus em Sua infinita e
imensurável grandeza
cósmica”.