ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, MG (Brasil)
Amor de servir e
coragem
de suportar
Socorrer através
da prece também
é caridade
"Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos
façam, pois é
nisto que
constitui a lei
e os profetas."
- Jesus (Mt.,
7:12)
Toda criatura,
sem exceção,
está no curso da
Lei do
Progresso, daí
Jesus afirmar
que não se
perderia nenhuma
das ovelhas que
o Pai Lhe
confiara...
Isabel de França e Lamennais fazem um discurso muito forte no capítulo
onze, (in fine)
do livro "O
Evangelho
segundo o
Espiritismo",
que nos leva
a graves e
profundas
reflexões,
principalmente
no mundo de
hoje, onde a
violência e a
criminalidade
campeiam...
Falam da
caridade para
com os
criminosos,
quando tantas
vozes se elevam
em favor da pena
de morte.
Realmente é
preciso reunir
muita coragem
para suportar o
testemunho de
cenas tão
escabrosas,
quando chegamos
mesmo a imaginar
como conseguem
certas criaturas
descer tanto!...
Ora, claro está que a comiseração não se acumplicia com a impunidade.
Faz-se
necessário
isolar da
convivência
social o ser que
não consegue
manter-se nos
patamares
razoáveis da
civilidade. Mas,
nem por isso,
esses réprobos
estão definitiva
e
irremediavelmente
condenados, vez
que o perdão
divino,
revestido pela
misericórdia do
Pai
alcançá-los-á no
momento em que
se arrependerem
(e esse momento
fatalmente
chegará, mais
cedo ou mais
tarde). Depois
do
arrependimento,
a Lei de Causa e
Efeito se
encarregará das
fases seguintes
que podem levar
séculos:
expiação e
regeneração.
O episódio da mulher flagrada em adultério é significativo: Quem pode
atirar a
primeira pedra?
Hoje como ontem,
ninguém!...
Isabel argumenta: "Deveis amar os desgraçados, os criminosos, como
criaturas que
são, de Deus, às
quais o perdão e
a misericórdia
serão
concedidos, se
se arrependerem,
como também a
vós, pelas
faltas que
cometeis contra
Sua Lei.
Considerai que
sois mais
repreensíveis,
mais culpados do
que aqueles a
quem negardes
perdão e
comiseração,
pois eles não
conhecem Deus
como O
conheceis, e
muito menos lhes
será pedido que
a vós.
Não julgueis, oh! Não julgueis absolutamente, meus caros amigos,
porquanto o
juízo que
proferirdes
ainda mais
severamente vos
será aplicado e
precisais de
indulgência para
as faltas em
que, sem cessar,
incorreis.
(...) Deveis, àqueles de quem falo, o socorro das vossas preces: é a
verdadeira
caridade. Não
vos cabe dizer
de um criminoso:
‘É um miserável;
deve-se expurgar
da sua presença
a Terra; muito
branda é, para
um ser de tal
espécie, a morte
que lhe
infligem’. Não,
não é assim que
vos compete
falar. Observai
o vosso modelo:
Jesus.
Que diria Ele,
se visse junto
de Si um desses
desgraçados?
Lamentá-lo-ia;
considerá-lo-ia
um doente bem
digno de
piedade;
estender-lhe-ia
a mão. Em
realidade, não
podeis fazer o
mesmo; mas, pelo
menos, podeis
orar por ele,
assistir-lhe o
Espírito durante
o tempo que
ainda haja de
passar na
Terra."
Conclama Albino Teixeira: "Um pensamento de simpatia e de amor para os nossos irmãos que se
recuperam!...
Muitos são
chamados
criminosos, mas,
em verdade,
foram doentes.
Sofriam
desequilíbrios
da Alma, que se
lhes encravavam
no ser, quais
moléstias
ocultas.
Praticaram
delitos sim;
acreditaram-se
em regime de
exceção, quando
o orgulho lhes
assoprava a
mentira;
renderam-se às
tentações e
foram pilhados
na armadilha do
mal... Não lhes
fites o
desacerto!
Enfermos graves
da Alma, todos
nós fomos ontem
e ainda hoje não
vencemos todos
os desafios.
Rende, pois, graças a Deus, se já podes prestar auxílio, porque, se
chegaste ao grau
de restauração
em que te
encontras, é que
alguém caminhou
pacientemente
contigo, com
bastante amor
para servir-te e
bastante coragem
para
suportar-te".