MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Evolução em Dois Mundos
André Luiz
(Parte
32)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Evolução em Dois Mundos,
de André Luiz,
psicografada pelos médiuns
Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1959 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Antes de ler as questões
e o texto indicado para
leitura, sugerimos ao
leitor que veja,
primeiro, as notas
constantes do glossário
pertinente ao estudo
desta semana.
Questões preliminares
A. É correto dizer que a mediunidade, em si mesma, nada tem a ver
com os princípios morais
que regem os problemas
do destino e do ser?
Sim. Da mediunidade podem dispor, pela espontaneidade com
que se evidencia, sábios
e ignorantes, justos e
injustos. A necessidade
de condução reta diz
respeito ao modo como é
ela aplicada. Esse o
motivo pelo qual os
Orientadores do
Progresso sustentam a
Doutrina Espírita na
atualidade no mundo, por
Chama Divina,
cristianizando fenômenos
e objetivos, caracteres
e faculdades, para que o
Evangelho de Jesus seja
de fato incorporado às
relações humanas.
(Evolução em dois Mundos, 1a Parte, cap.
XVII, pp. 135 e 136.)
B. É verdade que, ainda que apresentem as mesmas faculdades
mediúnicas, não existem
dois médiuns iguais?
É verdade. A mediunidade jaz adstrita à própria vida e por
causa disso não existem
dois médiuns iguais, não
obstante a semelhança no
campo das impressões.
(Evolução em dois
Mundos, 1a
Parte, cap. XVII, pp.
136 e 137.)
C. Os caracteres morfológicos dos implementos sexuais submetem-se
aos princípios da
genética?
Sim. Contudo, entre todos os vertebrados e
especialmente no homem,
herdeiro das mais
complicadas experiências
psíquicas, nos domínios
da reencarnação, apenas
os caracteres
morfológicos citados
estão submetidos aos
princípios da genética.
Isso porque não é só a
figuração das glândulas
sexuais que se mostra
bipotencial até certo
ponto, pois todo o cosmo
orgânico é suscetível de
reagir aos hormônios do
mesmo sexo ou do sexo
contrário, segundo as
disposições psíquicas da
personalidade.
(Evolução em dois Mundos, 1a Parte, cap. XVIII,
pp. 138 e 139.)
Texto para leitura
125. Função da Doutrina Espírita -
É preciso reconhecer,
todavia, que a
mediunidade, na
essência, quanto a
energia elétrica em si
mesma, nada tem a ver
com os princípios morais
que regem os problemas
do destino e do ser.
Dela podem dispor, pela
espontaneidade com que
se evidencia, sábios e
ignorantes, justos e
injustos,
expressando-se-lhe,
desse modo, a
necessidade de condução
reta, quanto a força
elétrica exige
disciplina a fim de
auxiliar. Esse o motivo
por que os Orientadores
do Progresso sustentam a
Doutrina Espírita na
atualidade no mundo, por
Chama Divina,
cristianizando fenômenos
e objetivos, caracteres
e faculdades, para que o
Evangelho de Jesus seja
de fato incorporado às
relações humanas. Como
nas intervenções
cirúrgicas em que
tecidos são
transplantados com êxito
para melhoria das
condições orgânicas, é
indispensável nos
atenhamos ao impositivo
das operações mediúnicas
pelas quais se efetuem
proveitosas enxertias
psíquicas, com vistas à
difusão do conhecimento
superior. (Evolução
em dois Mundos, 1a
Parte, cap. XVII, pp.
135 e 136.)
126. Mediunidade e vida -
Eminentes fisiologistas
e pesquisadores de
laboratório procuraram
fixar mediunidades e
médiuns a nomenclaturas
e conceitos da ciência
metapsíquica;
entretanto, o problema,
como todos os problemas
humanos, é mais
profundo, porque a
mediunidade jaz adstrita
à própria vida, não
existindo, por isso
mesmo, dois médiuns
iguais, não obstante a
semelhança no campo das
impressões. Por outro
lado, espiritualistas
distintos julgam-se no
direito de
hostilizar-lhe os
serviços e impedir-lhe a
eclosão, encarecendo-lhe
os supostos perigos,
como se eles próprios,
mentalizando os
argumentos que avocam,
não estivessem
assimilando, por via
mediúnica, as correntes
mentais intuitivas,
contendo interpretações
particulares das
Inteligências
desencarnadas que os
assistem. A mediunidade
é, no entanto, faculdade
inerente à própria vida
e, com todas as suas
deficiências e
grandezas, acertos e
desacertos, é qual o dom
da visão comum, peculiar
a todas as criaturas,
responsável por tantas
glórias e tantos
infortúnios na Terra.
Ninguém se lembrará,
contudo, de suprimir os
olhos, porque milhões de
pessoas, à face de
circunstâncias
imponderáveis da
evolução, deles se
tenham valido para
perseguir e matar nas
guerras de terror e
destruição. Urge
iluminá-los, orientá-los
e esclarecê-los. A
mediunidade também não
requisitará
desenvolvimento
indiscriminado, mas sim,
antes de tudo,
aprimoramento da
personalidade mediúnica
e nobreza de fins, para
que o corpo espiritual,
modelando o corpo físico
e sustentando-o, possa
igualmente erigir-se em
filtro leal das Esferas
Superiores, facilitando
a ascensão da Humanidade
aos domínios da luz.
(Evolução em dois
Mundos, 1a
Parte, cap. XVII, pp.
136 e 137.)
127. Hermafroditismo e unissexualidade
- Examinando o instinto
sexual em sua
complexidade nas linhas
multiformes da vida,
convém lembrar que, por
milênios e milênios, o
princípio inteligente se
demorou no
hermafroditismo das
plantas, como, por
exemplo, nos
fanerógamos, em cujas
flores os estames e
pistilos articulam,
respectivamente,
elementos masculinos e
femininos. Nas plantas
criptogâmicas celulares
e vasculares ensaiara
longamente a reprodução
sexuada, na formação de
gametos (anterozoides e
oosfera) que muito se
aproximam aos dos
animais e cuja
fecundação se efetua por
meios análogos aos que
observamos nestes
últimos seres. Depois de
muitas metamorfoses que
não cabem num estudo
sintético quanto o
nosso, caminhou o
elemento espiritual, na
reprodução monogônica,
entre as vastas
províncias dos
protozoários e
metazoários, com a
divisão e gemação entre
os primeiros,
correspondendo à cisão
ou estrobilação entre os
segundos. Longo tempo
foi gasto na evolução do
instinto sexual em
vários tipos de animais
inferiores,
alternando-se-lhe os
estágios de
hermafroditismo com os
de unissexualidade para
que se lhe
aperfeiçoassem as
características na
direção dos vertebrados.
(Evolução em dois
Mundos, 1a
Parte, cap. XVIII, pág.
138.)
128. Hermafroditismo potencial -
Gradativamente, aparecem
novos fatores de
diferenciação,
guardando-se, no
entanto, os distintivos
essenciais, como podemos
identificar, ainda
agora, no sapo macho
adulto, um hermafrodita
potencial, apesar dos
sinais masculinos com
que se apresenta,
sabendo-se que carrega
na região do seu
testículo, positivamente
acrescido, um ovário
elementar aderente, o
conhecido corpo de
Bidder. Se extirparmos o
testículo, o ovário
atrofiado começa a
funcionar, por atuação
da hipófise, conforme
experimentos
comprovados,
convertendo-se num
ovário adulto.
Ocorrência inversa é
verificável em cinco a
dez por cento de
galinhas adultas, isto
é, nos indivíduos
psiquicamente dispostos,
das quais, se retirarmos
o ovário esquerdo,
também consideravelmente
desenvolvido, o ovário
direito, rudimentar,
transubstancia-se num
testículo que se
vitaliza e cresce, na
sua parte medular, até
então inibida pelos
estrogênios do ovário
esquerdo. Nesse
fenômeno,
aumenta-se-lhes a
crista, cantam
tipicamente à maneira do
galo e adotam-lhe a
conduta sexual
masculina. Verificamos,
pois, que entre todos os
vertebrados e
especialmente no homem,
herdeiro das mais
complicadas experiências
psíquicas, nos domínios
da reencarnação, apenas
os caracteres
morfológicos dos
implementos sexuais
estão submetidos aos
princípios da genética.
Isso porque não é só a
figuração das glândulas
sexuais que se mostra
bipotencial até certo
ponto, pois todo o cosmo
orgânico é suscetível de
reagir aos hormônios do
mesmo sexo ou do sexo
contrário, segundo as
disposições psíquicas da
personalidade.
(Evolução em dois
Mundos, 1a
Parte, cap. XVIII, pp.
138 e 139.)
Glossário:
Androgênico: referente ao andrógeno, hormônio sexual masculino, produto
de secreção dos
testículos e das
glândulas suprarrenais,
que estimula o
desenvolvimento dos
caracteres sexuais
masculinos secundários.
Anterozoide: célula reprodutora masculina de vegetais, quase sempre móvel
e munida de cílios
vibráteis, como o
espermatozoide nas
plantas criptogâmicas,
como os musgos e
samambaias.
Arcabouço: estrutura que sustenta a constituição de algo.
Bipotencial: que encerra capacidade de exercer ação dupla.
Bissexual: referente à bissexualidade, existência de dois sexos no
mesmo organismo, como o
hermafroditismo em
animais e plantas.
Célula: a menor unidade de função e de organização, nos seres vivos, que
apresenta todas as
características de vida.
Celular: relativo à natureza da célula, a menor unidade de função e
organização, nos seres
vivos, que apresenta
todas as características
de vida.
Cisão: ato ou efeito de cindir, separar em partes (segmentos).
Corpo Espiritual: o perispírito, psicossoma.
Corpo de Bidder: ovário latente ou potencial presente em alguns
anfíbios de ambos os
sexos, como nos sapos,
que se torna ativo após
a extirpação das
glândulas sexuais
funcionais.
Cosmo: a contextura de um todo.
Croptogâmico: referente ao vegetal que não se reproduz por meio de flores,
e que tem os órgãos
reprodutivos
imperceptíveis a olho
nu. Compreende as algas,
os fungos, as ervas
rasteiras e as
samambaias.
Estame: órgão em que se forma o pólen (elemento masculino de reprodução)
das plantas que possuem
flores e sementes.
Estrobilação: reprodução assexuada por divisão transversal do corpo em
segmentos que se
transformam em zooides
(estágio do ciclo vital
de animais
celenterados).
Fanerógamo: vegetal que tem órgãos sexuais aparentes, compreendendo,
portanto, todas as
plantas que têm flores.
Gameta: célula sexual ou germinal dos seres vivos, encarregada da
reprodução mediante a
fecundação. Forma
variante: gameto.
Gemação: tipo de reprodução assexuada nos vegetais e alguns animais
inferiores, em cujo
corpo se produzem
tecidos homotáticos (sem
diferenciação sexual),
que são as gemas,
capazes de formar novos
indivíduos.
Genética: ramo da Biologia que estuda as leis da transmissão dos
caracteres hereditários,
e as propriedades das
partículas (genes) que
asseguram essa
transmissão.
Glândula Sexual: gônada; testículo no sexo masculino, e ovário,
no feminino.
Gônada: glândula sexual masculina ou feminina; nela se formam as células
sexuais (espermatozoides
ou óvulos) e os
hormônios sexuais.
Hermafroditismo: condição de indivíduo com órgãos sexuais de
ambos os sexos; na
maioria dos vegetais e
em alguns vertebrados
(tênia, minhoca) é
normal, porém nos
mamíferos é anomalia.
Heterossexual: relativo às tendências específicas de cada sexo,
resultando na atração
sexual entre indivíduos
de sexos diferentes.
Hipófise: glândula de secreção interna, também denominada pituitária,
situada sob a face
inferior do cérebro, e
que tem funções
múltiplas. Produz
hormônios que estimulam
o crescimento, as
glândulas sexuais, a
tiroide, as
supra-renais, etc., e
controla as demais
glândulas, através dos
próprios hormônios, pelo
processo de “feedback”
ou retroalimentação.
Hormônio: substância produzida pela atividade das glândulas de
secreção interna
(endócrinas), ou pela
atividade de tecidos de
secreção interna. É
lançado, em parte, no
sangue ou na linfa, e,
em parte, nos tecidos.
Atua sobre as funções
orgânicas como excitante
ou como regularizador.
Medular: referente ao que se situa na parte mais íntima.
Metamorfose: mudança de forma ou de estrutura.
Metapsíquica: ciência que tinha por objetivo estudar os fenômenos que
atualmente são estudados
pela Parapsicologia,
Psicobiofísica e novas
ciências afins, os quais
transcendem o alcance da
Psicologia, Física e
Biologia, tais como a
clarividência,
telepatia, aporte,
levitação,
materialização.
Metazoário: animal de corpo constituído por numerosas células, em geral
formado por tecidos
especializados. É o
grupo de todos os
animais pluricelulares.
Mônada: organismo muito simples, que se poderia tomar por uma unidade
orgânica; microorganismo
unicelular (uma só
célula).
Monogamia: condição do macho em acasalar-se com uma só fêmea; que tem
apenas um cônjuge.
Monogônico: relativo à monogonia, processo de reprodução assexual (sem o
concurso de células
sexuais).
Morfológico: referente às características da forma.
Oosfera: célula sexual feminina dos vegetais.
Pistilo: órgão feminino das flores, que consta, quase sempre, de três
partes superpostas:
ovário, estilete e
estigma.
Plasmagem: ato ou efeito de plasmar, dar forma a algo.
Poligamia: condição de macho em acasalar-se com mais de uma fêmea; que
tem mais de um cônjuge
ao mesmo tempo.
Protoforma: primeira forma, forma primitiva.
Protozoário: designação dos animais unicelulares (uma só célula) que
constituem um grande
sub-reino, tendo-se como
exemplo a ameba.
Sexuado: relativo à produção mediante o uso dos órgãos sexuais, ou
com o concurso de
células sexuais
deferenciadas.
Unissexualidade: condição de uma espécie com apenas um sexo, como
por exemplo, da flor que
só tem ou androceu ou
gineceu, isto é, só
órgão masculino ou só
órgão feminino.
Vertebrado: animal com esqueleto ósseo ou cartilaginoso, e com coluna
vertebral dividida em
vértebras, ossos que
formam a espinha dorsal.
Nota:
Muitos termos técnicos usados na obra em estudo
não se encontram nos
dicionários que
comumente consultamos.
Clicando no link abaixo, o leitor terá acesso ao texto
integral do livro Elucidário de Evolução em Dois Mundos,
elaborado e publicado
com esse propósito:
http://www.OCONSOLADOR\linkfixo\estudosespiritas\andreluiz\Elucidario.pdf