JOSÉ REIS CHAVES
jreischaves@gmail.com
Belo Horizonte,
MG
(Brasil)
O mal de muitos é pregar
Deus como terror e não
como amor
Se Deus quis nos criar
como Espíritos imortais,
por que Ele não nos
daria também chances
ilimitadas de
regeneração? Os
dirigentes religiosos
têm usado a Bíblia às
avessas, ou seja, como
instrumento de ameaças e
condenações sempiternas
em nome de Deus, ao
invés de como mensagens
de tranquilidade, paz,
harmonia e amor do nosso
Deus todo-poderoso, Pai
e Mãe de todos nós! Essa
é a visão de Deus que o
Nazareno nos deixou.
E, sem querer fazer
sectarismo, digo que,
fora da ótica da
Doutrina Espírita e do
fenômeno da
reencarnação, a visão
cristã de Deus e da
Bíblia fica confusa.
No Velho Testamento,
Deus é tido como um Ser
justiceiro, vingativo,
arrependido, ciumento e
homem guerreiro (Êxodo
15: 13). Espíritos
humanos manifestantes na
Bíblia foram tidos
erradamente como Deus,
quando Deus mesmo nunca
se manifestou
diretamente a ninguém em
lugar nenhum. E um
Espírito, que sempre se
identificou como Deus na
Bíblia, se denominava
Javé, que, convenhamos,
é diferente do Deus de
amor ensinado por Jesus.
Inclusive, Javé fala que
é o Deus de Jacó, de
Isaque etc.
(discriminação?).
O que mudou no Deus do
Novo Testamento com
relação ao do Velho?
Houve mudança da visão
de Deus por Jesus e por
nós, e não mudança de
Deus mesmo, que é
imutável. E, com a nossa
evolução, futuramente,
teremos uma visão ainda
mais perfeita e mais
verdadeira de Deus.
Aliás, como Deus é um
Ser de atributos
infinitos de perfeição,
Ele jamais será
conceituado de modo
completamente perfeito
por nós. Por isso, estão
totalmente errados os
teólogos do passado com
respeito às suas ideias
sobre Deus, mesmo
porque, nos tempos
antigos, eles receberam
influências das
mitologias sobre Deus. E
mais errados estão os
teólogos de hoje, já que
eles teimam em manter os
erros teológicos dos
seus colegas do passado,
desestruturando, assim,
o Cristianismo. Só não
vê isso quem não quer
ver. Calha, pois, aqui,
a lembrança dos
conhecidos aforismos: “o
pior cego é aquele que
não quer ver” e “o pior
surdo é aquele que não
quer ouvir”.
A Bíblia fala muito em
Espíritos ou anjos
(mensageiros), e, muitas
vezes, esses Espíritos
foram e são tomados
erradamente pelos
teólogos e dirigentes
religiosos como sendo o
próprio Deus. Até na
sarça ardente, a Bíblia
afirma que foi um anjo,
portanto, um Espírito,
que apareceu a Moisés
(Atos 7:30). Seria esse
Espírito Javé? E estaria
aí a confusão entre Deus
e Javé?
Antropomorfizar Deus,
conscientemente, é uma
blasfêmia. E, com
tristeza, digo que os
teólogos até
transformaram Deus em
pessoa, oficialmente.
Aliás, até em Três
Pessoas e ao mesmo
tempo, quando um
Espírito só pode ser
três pessoas em momentos
diferentes, ou seja,
através de três
reencarnações.
Se Deus se tornasse
pessoa, Ele se teria
transformado, com
relação ao tempo
anterior em que Ele
ainda não era pessoa. E
onde ficaria, então, a
sua imutabilidade? Esse
Deus antropomórfico e
mutável dos teólogos não
poderia mesmo ser o Deus
verdadeiro!