MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Evolução em Dois Mundos
André Luiz
(Parte
33)
Damos continuidade ao
estudo da obra
Evolução em Dois Mundos,
de André Luiz,
psicografada pelos médiuns
Waldo Vieira e
Francisco Cândido Xavier
e
publicada em 1959 pela
Federação Espírita
Brasileira.
Antes de ler as questões
e o texto indicado para
leitura, sugerimos ao
leitor que veja,
primeiro, as notas
constantes do glossário
pertinente ao estudo
desta semana.
Questões preliminares
A. Os hormônios
segregados pelas
glândulas sexuais
exercem ação decisiva no
comportamento sexual da
criatura?
Não. Os hormônios
produzem ações
estimulantes e
inibitórias; contudo,
como atendem aos
impulsos e determinações
da mente, por intermédio
do corpo espiritual,
incentivam o
desenvolvimento ou a
maneira de proceder da
espécie, mas não os
originam. Em face disso,
nenhum deles possui ação
monopolizadora no mundo
orgânico, não obstante
patentearem essa ou
aquela influência de
modo mais amplo.
(Evolução em dois
Mundos, 1a
Parte, cap. XVIII, pp.
139 a 141.)
B. Onde podemos
encontrar a sede real do
sexo?
A sede real do sexo se
encontra na alma, na
entidade espiritual, que
guarda a sua
individualidade sexual
intrínseca, a definir-se
na feminilidade ou na
masculinidade, conforme
os característicos
acentuadamente passivos
ou claramente ativos que
lhe sejam próprios. O
sexo é, portanto, mental
em seus impulsos e
manifestações,
transcendendo quaisquer
impositivos da forma em
que se exprime, embora
reconheçamos que a
maioria das consciências
encarnadas permanecem
seguramente ajustadas à
sinergia mente-corpo, em
marcha para mais vasta
complexidade de
conhecimento e emoção.
(Evolução em dois
Mundos, 1a
Parte, cap. XVIII, pp.
141 e 142.)
C. Pode-se afirmar que o
amor assume dimensões
mais elevadas na medida
em que a alma evolui?
Sim. À medida que se nos
dilata o afastamento da
animalidade quase
absoluta, para a
integração com a
Humanidade, o amor
assume dimensões mais
elevadas, tanto para os
que se verticalizam na
virtude como para os que
se horizontalizam na
inteligência. Nos
primeiros, cujos
sentimentos se alteiam
para as Esferas
Superiores, o amor se
ilumina e purifica, mas
ainda é instinto sexual
nos mais nobres
aspectos, imanizando-se
às forças com que se
afina em radiante
ascensão para Deus. Nos
segundos, cujas emoções
se complicam, o amor se
requinta,
transubstanciando-se o
instinto sexual em
constante exigência de
satisfação imoderada do
“eu”.
(Evolução em dois
Mundos, 1a
Parte, cap. XVIII, pp.
142 e 143.)
Texto para leitura
129. Ação dos
hormônios -
Atingindo inequívoco
progresso em seus
estímulos, o corpo
espiritual, desde a
protoforma psicossômica
nos animais superiores
até o homem, conforme a
posição da mente a que
serve, determina mais
ampla riqueza hormonal.
As glândulas sexuais que
então mobiliza são mais
complexas. Exercem a
própria ação pelos
hormônios que segregam,
arrojando-os no sangue,
hormônios esses,
femininos ou masculinos,
que possuem por
arcabouço da
constituição química, em
que se expressam, o
núcleo
ciclo-pentano-peridro-fenantreno,
filiando-se ao grupo dos
esteróis. Os hormônios
estrogênicos, oriundos
do ovário, mantêm os
caracteres femininos
secundários, e os
androgênicos, segregados
pelo testículo,
sustentam os caracteres
masculinos da mesma
ordem. Produzem ações
estimulantes e
inibitórias; contudo,
como atendem
necessariamente a
impulsos e determinações
da mente, por intermédio
do corpo espiritual,
incentivam o
desenvolvimento ou a
maneira de proceder da
espécie, mas não os
originam. Por isso,
nenhum deles possui ação
monopolizadora no mundo
orgânico, não obstante
patentearem essa ou
aquela influência de
modo mais amplo. Ainda
em razão do mesmo
princípio que lhes vige
na formação, pelo qual
obedecem às vibrações
incessantes do campo
mental, os hormônios não
se armazenam:
transformam-se
rapidamente ou sofrem
apressada expulsão nos
movimentos excretórios.
Entendendo-se os
recursos da reprodução
como engrenagens e
mecanismos de que o
Espírito em evolução se
vale para a plasmagem
das formas físicas, sem
que os homens lhe
comprovem, de modo
absoluto, as qualidades
mais íntimas, é fácil
reconhecer que as
glândulas sexuais e seus
hormônios exibem efeitos
relativamente
específicos. O ovário e
os hormônios femininos
se responsabilizam pelos
distintivos sexuais
femininos, mas podem
desenvolver alguns deles
no macho, prevalecendo
as mesmas diretrizes
para o testículo e os
hormônios que lhe
correspondem. Isso é
claramente demonstrável
nos experimentos de
castração, enxertos e
injeções hormonais,
porquanto, apesar de a
ação sexual específica
do testículo e do ovário
apresentar-se como fato
indiscutível, a gônada,
refletindo os estados da
mente, herdeira direta
de experiências
inumeráveis,
eventualmente produz
certa quantidade de
hormônios heterossexuais
e, da mesma sorte, ainda
que os hormônios sexuais
se afirmem com atividade
específica intensa, em
determinados
acontecimentos realizam
essa ou aquela ação em
órgãos do sexo oposto.
Esses são os efeitos
heterossexuais ou
bissexuais das glândulas
ou dos hormônios.
(Evolução em dois
Mundos, 1a
Parte, cap. XVIII, pp.
139 a 141.)
130. Origem do
instinto sexual
- Todas as nossas
referências a
semelhantes peças do
trabalho biológico, nos
reinos da Natureza,
objetivam simplesmente
demonstrar que, além da
trama de recursos
somáticos, a alma guarda
a sua individualidade
sexual intrínseca, a
definir-se na
feminilidade ou na
masculinidade, conforme
os característicos
acentuadamente passivos
ou claramente ativos que
lhe sejam próprios. A
sede real do sexo não se
acha, dessa maneira, no
veículo físico, mas sim
na entidade espiritual,
em sua estrutura
complexa. O instinto
sexual, traduzindo amor
em expansão no tempo,
vem das profundezas,
para nós ainda
inabordáveis, da vida,
quando agrupamentos de
mônadas celestes se
reuniram magneticamente
umas às outras para a
obra multimilenária da
evolução, ao modo de
núcleos e elétrons na
tessitura dos átomos, ou
dos sóis e dos mundos
nos sistemas
macrocósmicos da
imensidade. Por ele, as
criaturas transitam de
caminho a caminho, nos
domínios da
experimentação
multifária, adquirindo
as qualidades de que
necessitam; com ele,
vestem-se da forma
física, em condições
anômalas, atendendo a
sentenças regeneradoras
na lei de causa e efeito
ou cumprindo instruções
especiais com fins de
trabalho justo. O sexo
é, portanto, mental em
seus impulsos e
manifestações,
transcendendo quaisquer
impositivos da forma em
que se exprime, não
obstante reconhecermos
que a maioria das
consciências encarnadas
permanecem seguramente
ajustadas à sinergia
mente-corpo, em marcha
para mais vasta
complexidade de
conhecimento e emoção.
(Evolução em dois
Mundos, 1a
Parte, cap. XVIII, pp.
141 e 142.)
131. Evolução do
amor -
Entretanto, importa
reconhecer que à medida
que se nos dilata o
afastamento da
animalidade quase
absoluta, para a
integração com a
Humanidade, o amor
assume dimensões mais
elevadas, tanto para os
que se verticalizam na
virtude como para os que
se horizontalizam na
inteligência. Nos
primeiros, cujos
sentimentos se alteiam
para as Esferas
Superiores, o amor se
ilumina e purifica, mas
ainda é instinto sexual
nos mais nobres
aspectos, imanizando-se
às forças com que se
afina em radiante
ascensão para Deus. Nos
segundos, cujas emoções
se complicam, o amor se
requinta,
transubstanciando-se o
instinto sexual em
constante exigência de
satisfação imoderada do
“eu”. Conforme a
Psicanálise, que vê na
atividade sexual a
procura incessante de
prazer, concordamos em
que uns, na própria
sublimação, demandam o
prazer da Criação,
identificando-se com a
Origem Divina do
Universo, enquanto
outros se fixam no
encalço do prazer
desenfreado e egoístico
da autoadoração. Os
primeiros aprendem a
amar com Deus. Os
segundos aspiram a ser
amados a qualquer preço.
A energia natural do
sexo, inerente à vida em
si, gera cargas
magnéticas em todos os
seres, pela função
criadora de que se
reveste, cargas que se
caracterizam com
potenciais nítidos de
atração no sistema
psíquico de cada um e
que, em se acumulando,
invadem todos os campos
sensíveis da alma, como
que a lhe obliterar os
mecanismos outros de
ação, qual se
estivéssemos diante de
usina reclamando
controle adequado. Ao
nível dos brutos ou
daqueles que lhes
renteiam a condição, a
descarga de semelhante
energia se efetua,
indiscriminadamente,
através de contactos,
quase sempre desregrados
e infelizes, que lhes
carreiam, em
consequência, a exaustão
e o sofrimento como
processos educativos.
(Evolução em dois
Mundos, 1a
Parte, cap. XVIII, pp.
142 e 143.)
132. Poligamia e
monogamia - O
instinto sexual, então,
a desvairar-se na
poligamia, traça para si
mesmo largo roteiro de
aprendizagem a que não
escapará pela matemática
do destino que nós
mesmos criamos.
Entretanto, quanto mais
se integra a alma no
plano da
responsabilidade moral
para com a vida, mais
aprende o impositivo da
disciplina própria, a
fim de estabelecer, com
o dom de amar que lhe é
intrínseco, novos
programas de trabalho
que lhe facultem acesso
aos planos superiores. O
instinto sexual nessa
fase da evolução não
encontra alegria
completa senão em
contato com outro ser
que demonstre plena
afinidade, porquanto a
liberação da energia,
que lhe é peculiar, do
ponto de vista do
governo emotivo,
solicita compensação de
força igual, na escala
das vibrações
magnéticas. Em
semelhante eminência, a
monogamia é o clima
espontâneo do ser
humano, uma vez que
dentro dela realiza,
naturalmente, com a alma
eleita de suas
aspirações a união ideal
do raciocínio e do
sentimento, com a
perfeita associação dos
recursos ativos e
passivos, na
constituição do binário
de forças, capaz de
criar não apenas formas
físicas, para a
encarnação de outras
almas na Terra, mas
também as grandes obras
do coração e da
inteligência, suscitando
a extensão da beleza e
do amor, da sabedoria e
da glória espiritual que
vertem, constantes, da
Criação Divina.
(Evolução em dois
Mundos, 1a
Parte, cap. XVIII, pp.
143 e 144.)
Glossário:
Androgênico:
referente ao andrógeno,
hormônio sexual
masculino, produto de
secreção dos testículos
e das glândulas
suprarrenais, que
estimula o
desenvolvimento dos
caracteres sexuais
masculinos secundários.
Binário:
o que é constituído de
dois elementos, de duas
unidades.
Biológico:
relativo ao
desenvolvimento e às
condições de vida dos
seres vivos.
Bipotencial:
que encerra capacidade
de exercer ação dupla.
Bissexual:
referente à
bissexualidade,
existência de dois sexos
no mesmo organismo, como
o hermafroditismo em
animais e plantas.
Celular:
relativo à natureza da
célula, a menor unidade
de função e organização,
nos seres vivos, que
apresenta todas as
características de vida.
Ciclo-pentano-peridro-fenantreno:
transformação de um tipo
de hidrocarboneto (pentano)
em outro tipo de
hidrocarboneto (fenantreno)
pela ação das glândulas
sexuais. Hidrocarboneto
é um composto de
hidrogênio e carbono.
Corpo Espiritual:
o perispírito,
psicossoma.
Cosmo:
a contextura de um todo.
Elétron:
corpúsculo carregado de
eletricidade negativa,
fundamental na
composição do átomo, e
que é o constituinte
mais numeroso de
matéria. É partícula
orbital, porque gira em
torno do núcleo atômico.
Esterol:
grupo de compostos
orgânicos de natureza
cíclica, amplamente
difundidos entre os
vegetais e animais.
Encontram-se nos
vertebrados como
colesterol, que está
presente em numerosos
órgãos e tecidos
corporais (sangue,
cérebro, substâncias
nervosas, membranas
celulares); normalmente
o colesterol figura na
proporção de 1% em todas
as gorduras animais,
chegando a constituir
até 90% nos cálculos
biliares.
Estrogênico:
diz-se de substância que
tem ação semelhante ou
igual à de um
estrogênio.
Estrogênio:
designação genérica dos
hormônios responsáveis
pelo desenvolvimento dos
caracteres sexuais
secundários na mulher e
pelo aparecimento,
durante o ciclo
menstrual, das condições
adequadas, na genitália
feminina, à
fertilização,
implantação e nutrição
do embrião.
Excretório:
que expele; que segrega.
Gameta:
célula sexual ou
germinal dos seres
vivos, encarregada da
reprodução mediante a
fecundação. Forma
variante: gameto.
Genésico:
relativo ao impulso
sexual ligado à função
de reprodução dos órgãos
sexuais.
Genética:
ramo da Biologia que
estuda as leis da
transmissão dos
caracteres hereditários,
e as propriedades das
partículas (genes) que
asseguram essa
transmissão.
Glândula Sexual:
gônada; testículo no
sexo masculino, e
ovário, no feminino.
Gônada:
glândula sexual
masculina ou feminina;
nela se formam as
células sexuais
(espermatozoides ou
óvulos) e os hormônios
sexuais.
Hermafroditismo:
condição de indivíduo
com órgãos sexuais de
ambos os sexos; na
maioria dos vegetais e
em alguns vertebrados
(tênia, minhoca) é
normal, porém nos
mamíferos é anomalia.
Heterossexual:
relativo às tendências
específicas de cada
sexo, resultando na
atração sexual entre
indivíduos de sexos
diferentes.
Hormônio:
substância produzida
pela atividade das
glândulas de secreção
interna (endócrinas), ou
pela atividade de
tecidos de secreção
interna. É lançado, em
parte, no sangue ou na
linfa, e, em parte, nos
tecidos. Atua sobre as
funções orgânicas como
excitante ou como
regularizador.
Imanizar:
imantar, submeter a um
efeito semelhante ao da
ação do ímã.
Libido:
instinto ou desejo
sexual. Em Psicanálise,
é a energia motriz dos
instintos de vida, isto
é, de toda a conduta
ativa e criadora do
homem.
Macrocósmico:
relativo ao mundo das
coisas grandes
(macrocosmo), por
oposição ao das coisas
pequenas.
Mônada:
organismo muito simples,
que se poderia tomar por
uma unidade orgânica;
microorganismo
unicelular (uma só
célula).
Monogamia:
condição do macho em
acasalar-se com uma só
fêmea; que tem apenas um
cônjuge.
Morfológico:
referente às
características da
forma.
Narcisismo:
amor excessivo a si
mesmo; qualidade dos que
se envaidecem, ou se
mostram encantados de si
mesmos.
Núcleo Atômico:
parte central do átomo,
constituída por prótons
(carga positiva) e
nêutrons (sem carga
elétrica), em torno do
qual giram os elétrons
(carga negativa).
Plasmagem:
ato ou efeito de
plasmar, dar forma a
algo.
Poligamia:
condição de macho em
acasalar-se com mais de
uma fêmea; que tem mais
de um cônjuge ao mesmo
tempo.
Protoforma:
primeira forma, forma
primitiva.
Psicanálise:
método de psicoterapia
desenvolvido pelo médico
austríaco Sigmund Freud
(1856-1939), segundo o
qual as neuroses nascem
de complexos reprimidos,
que transtornam a vida
psíquica. O tratamento
consiste em tornar
conscientes esses
complexos a fim de
superá-los.
Psicossomático:
relativo ao psicossoma
(corpo espiritual ou
perispírito).
Psicossômico:
psicossomático.
Psíquico-magnético:
referente as
propriedades magnéticas
da energia psíquica.
Sexuado:
relativo à produção
mediante o uso dos
órgãos sexuais, ou com o
concurso de células
sexuais deferenciadas.
Sinergia:
ato ou esforço
coordenado de vários
órgãos na realização de
uma função.
Somático:
referente ao corpo
físico.
Tessitura:
contextura; organização.
Transubstanciar:
transformar uma coisa em
outra.
Unissexualidade:
condição de uma espécie
com apenas um sexo, como
por exemplo, da flor que
só tem ou androceu ou
gineceu, isto é, só
órgão masculino ou só
órgão feminino.
Nota:
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dicionários que
comumente consultamos.
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o leitor terá acesso ao
texto integral do livro Elucidário
de Evolução em Dois
Mundos,
elaborado e publicado
com esse propósito:
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