Todos nós ouvimos esta frase, pronunciada no
Jornal Nacional
de 12 de julho:
“A falta de atualização da tabela do IR penaliza os
trabalhadores”.
Quem a pronunciou, por sinal o editor e principal apresentador do
conhecido jornal,
quis, obviamente,
dizer que a falta de
atualização da
tabela do imposto
“castiga”,
“prejudica”, “pune”
os contribuintes,
fato evidente por si
só porque, em
havendo correção dos
salários devido à
inflação, é óbvio
que a tabela do
imposto deveria ser
igualmente
corrigida.
A frase contém, contudo, um erro, que é, aliás, muito comum.
O certo seria utilizar nela, em lugar do verbo penalizar, o
verbo apenar
ou um de seus
sinônimos: castigar,
punir.
Com efeito,
penalizar
significa: causar
pena ou desgosto a;
pungir; afligir,
desgostar; infligir
pena; sentir grande
pena, desgosto ou
aflição.
Exemplos:
A situação do
enfermo
penalizou-nos a
todos. A mãe
penalizou-se com o
estado da filha.
Ficamos penalizados
com a morte
repentina do nosso
amigo.
O verbo apenar,
por sua vez,
significa: castigar,
punir; fazer sofrer;
supliciar; condenar
alguém a alguma
pena.
*
Perguntam-nos por que “socioeducativo” não tem hífen e
“sócio-fundador” o
exige.
A palavra “socioeducativo”, como se dá com as palavras
socioeconômico,
sociopata e
sociobiologia,
forma-se com o
prefixo “sócio”, que
exigirá hífen apenas
se o termo seguinte
for iniciado pela
letra “o” ou por
“h”.
No caso de “sócio-fundador”, o elemento "sócio" não é prefixo. É,
sim, um substantivo
comum e como tal
exigirá hífen toda
vez que entrar na
formação de uma
palavra composta,
como sócio-gerente,
sócio-diretor,
sócio-fundador.