Humanimalidade
Quanto
mais o
Espírito
se
purifica
e
ilustra,
tanto
mais o
seu
organismo
fluídico
se torna
acessível
ao
influxo
do Alto
“(...)
Na
planta,
a
inteligência
dormita;
no
animal,
sonha;
só no
homem
acorda,
conhece-se,
possui-se
e
torna-se
consciente."
- Léon
Denis
Com o
seu
raciocínio
lúcido,
Léon
Denis, o
fiel
discípulo
de
Kardec,
ensina1:
“(...)
Pelo
corpo
fluídico
e pelo
corpo
material
o homem
acha-se
ligado à
imensa
teia da
vida
universal;
pela
alma, a
todos os
mundos
invisíveis
e
divinos.
Somos
feitos
de
sombra e
luz;
somos a
carne
com
todas as
suas
fraquezas
e o
Espírito
com as
suas
riquezas
latentes,
as suas
esperanças
radiosas,
os seus
surtos
grandiosos,
e o que
em nós
está, em
todos os
seres se
encontra.
Cada
alma
humana é
uma
projeção
do
grande
Foco
Eterno e
é isso o
que
consagra
e
assegura
a
fraternidade
dos
homens.
Temos em
nós os
instintos
da
alimária
mais ou
menos
comprimidos
pelo
trabalho
longo e
pelas
provas
das
existências
passadas
e temos
também a
crisálida
do anjo,
do ser
radioso
e puro,
que
podemos
vir a
ser pela
impulsão
moral,
pelas
aspirações
do
coração
e pelo
sacrifício
constante
do
"eu".
Tocamos
com os
pés as
profundezas
sombrias
do
abismo e
com a
fronte
as
alturas
fulgurantes
do Céu,
o
império
glorioso
dos
Espíritos...
Quando
aplicamos
o ouvido
ao que
se passa
no fundo
do nosso
ser,
ouvimos,
como o
cachão
de águas
ocultas
tumultuosas,
o fluxo
e
refluxo
do mar
agitado
da
personalidade
que os
vendavais
da
cólera,
do
egoísmo
e do
orgulho
encapelam.
São as
vozes da
matéria,
os
chamamentos
das
baixas
regiões,
que nos
atraem e
influenciam
ainda as
nossas
ações;
mas
essas
influências
podemos
dominá-las
com a
vontade,
podemos
impor
silêncio
a essas
vozes.
Quando
em nós
se faz a
bonança,
quando o
murmúrio
das
paixões
se
aplaca,
eleva-se
então a
voz
potente
do
Espírito
Infinito,
o
cântico
da Vida
Eterna,
cuja
harmonia
enche a
imensidade.
E,
quanto
mais o
Espírito
se
eleva,
purifica
e
ilustra,
tanto
mais o
seu
organismo
fluídico
se torna
acessível
às
vibrações,
às
vozes,
ao
influxo
do Alto.
O
Espírito
Divino,
que
anima o
Universo,
atua
sobre
todas as
almas;
busca
penetrá-las,
esclarecê-las,
fecundá-las;
mas a
maior
parte se
deixa
ficar na
escuridão
e no
insulamento...
Demasiado
grosseiras
ainda,
não
podem
sentir-lhe
a
influência
nem
ouvir os
seus
chamados.
Muitas
vezes
ele as
cerca,
as
envolve,
procura
chegar
às
camadas
profundas
das suas
consciências,
acordá-las
para a
vida
espiritual.
Muitas
resistem
a essa
ação,
porque a
alma é
livre;
outras
somente
a sentem
nos
momentos
solenes
da vida,
nas
grandes
provas,
nas
horas
desoladas
em que
experimentam
a
necessidade
de um
socorro
do Alto
e o
pedem.
Para
viver da
vida
superior
a que se
adaptam
essas
influências,
é
necessário
ter
conhecido
o
sofrimento,
praticado
a
abnegação,
ter
renunciado
às
alegrias
materiais,
acendido
e
alimentado
em si a
chama, a
luz
interior
que se
não
apaga
nunca e
cujos
reflexos
iluminam
desde
este
mundo as
perspectivas
do Além.
Só
múltiplas
e
penosas
existências
planetárias
nos
preparam
para
essa
vida”.
Ampliemos
nosso
entendimento
acerca
da
ascensão
progressiva
que
todos
nós
devemos
empreender,
socorrendo-nos
de uma
mensagem
psicografada
em
Paris,
na
Sociedade
Parisiense
de
Estudos
Espíritas
no dia
21 de
abril de
1865:
“(...)
Não há
que se
crer
somente
no
progresso
incessante
do
Espírito,
embrião
na
matéria
e se
desenvolvendo
ao
passar
pelo
exame
severo
do
mineral,
do
vegetal,
do
animal,
para
chegar à
humanimalidade,
onde
somente
começa a
se
ensaiar
a alma
que se
encarnará,
orgulhosa
de sua
tarefa,
na
Humanidade...
Existem,
entre
essas
diferentes
fases,
laços
importantes
que é
necessário
conhecer
e que eu
chamarei
períodos
intermediários
ou
latentes;
porque é
aí que
se
operam
as
transformações
sucessivas.
(...) O
animal,
para
subir de
um
degrau,
é
preciso
um
trabalho
latente
que
aniquile,
para
todos,
todo
sinal
exterior
de vida.
Esse
estado é
a
crisálida
espiritual
onde se
elabora
a alma,
perispírito
informe,
não
tendo
nenhuma
figura
reprodutiva
de
traços,
quebrando-se
num
estado
de
maturidade,
para
deixar
escapar,
nas
correntes
que os
carregam,
os
germes
de almas
que ali
eclodem.
Ser-nos-ia,
pois,
difícil
vos
falar
dos
Espíritos
de
animais
do
Espaço.
Ele não
existe,
ou
antes,
sua
passagem
é tão
rápida
que é
como
nula, e
que, no
estado
de
crisálida,
não
poderiam
ser
descritos.
Já
sabeis
que nada
morre da
matéria
que se
abate;
quando
um corpo
se
dissolve,
os
elementos
dos
quais
ele se
compõe
lhe
reclamam
a parte
que lhe
deram:
oxigênio,
hidrogênio,
azoto,
carbono
retornam
à sua
fonte
primitiva
para
alimentar
outros
corpos;
os
fluidos
organizados
espirituais
tomam na
passagem
cores,
perfumes,
instintos,
até a
constituição
definitiva
da
alma”.
Kardec
obteve
dos
Espíritos
a
informação
de que
“após
a morte
do
animal
ele não
fica na
condição
de
espírito
errante,
uma vez
que é
classificado
pelos
Espíritos
a quem
incumbe
essa
tarefa e
utilizado
quase
imediatamente.
Não lhe
é dado
tempo de
entrar
em
relação
com
outras
criaturas”.
Nessa
viagem
tão
longa a
alma
logrará
chegar
ao seu
destino?
Terminará,
enfim,
sua tão
acidentada
e
sinuosa
viagem
evolutiva?
Terá
energia
suficiente
para
sobrepairar
às
vicissitudes
e aos
empeços
naturais
do
caminho?
Deixemos
a
resposta
a quem
de
direito:
nada
mais
nada
menos
que o
mais
fiel e
nobre
discípulo
de
Kardec,
Léon
Denis,
que de
maneira
sábia e,
até
mesmo
poética,
leciona1:
“(...)
Avançando
pelo
caminho
traçado,
a alma
vê
sempre
se
abrirem
novos
campos
de
estudos
e
descobertas.
Semelhantes
à
corrente
de um
rio, as
águas da
Ciência
Suprema
descem
para ela
em
torrente
cada vez
mais
caudalosa.
Chega a
penetrar
a santa
harmonia
das
coisas,
a
compreender
que não
existe
nenhuma
discordância,
nenhuma
contradição
no
Universo;
que, por
toda a
parte,
reinam a
ordem, a
sabedoria,
a
providência,
e a sua
confiança
e o seu
entusiasmo
aumentam
cada vez
mais.
Com amor
maior ao
Poder
Supremo,
ela
saboreia
de
maneira
mais
intensa
as
felicidades
da vida
bem-aventurada.
Daí em
diante
está
intimamente
associada
à Obra
Divina;
está
preparada
para
desempenhar
as
missões
que
cabem às
almas
superiores,
à
hierarquia
dos
Espíritos
que, por
diversos
títulos,
governam
e animam
o Cosmo,
porque
essas
almas
são os
agentes
de Deus
na obra
eterna
da
Criação,
são os
livros
maravilhosos
em que
Ele
escreveu
os Seus
mais
belos
mistérios,
são como
as
correntes
que vão
levar às
terras
do
Espaço
as
forças e
as
radiações
da Alma
Infinita.
Deus
conhece
todas as
almas,
que
formou
com o
Seu
pensamento
e o Seu
amor.
Sabe o
grande
partido
que
delas há
de tirar
mais
tarde
para a
realização
das Suas
vistas.
A
princípio,
deixa-as
percorrer
vagarosamente
as vias
sinuosas,
subir os
sombrios
desfiladeiros
das
vidas
terrestres,
acumular
pouco a
pouco em
si os
tesouros
de
paciência,
de
virtude,
de
saber,
que se
adquirem
na
escola
do
sofrimento...
Mais
tarde,
enternecidas
pelas
chuvas e
pelas
rajadas
da
adversidade,
amadurecidas
pelos
raios do
Sol
Divino,
saem da
sombra
dos
tempos,
da
obscuridade
das
vidas
inumeráveis
e eis
que suas
faculdades
desabrocham
em
feixes
deslumbrantes;
a sua
inteligência
revela-se
em obras
que são
como que
o
reflexo
do Gênio
Divino”.
Alguém
poderia
falar de
maneira
mais
clara,
extraordinária
e
poética
da
ascese
espiritual?