RICARDO ORESTES FORNI
iost@terra.com.br
Tupã, SP (Brasil)
Crimes e falatórios
“Mas evita os
falatórios profanos,
porque produzirão maior
impiedade.” – Paulo.
(Timóteo, 2:16)
A imprensa brasileira
locupleta-se com a
divulgação de mais um
crime infeliz envolvendo
um empresário brasileiro
e a sua consorte. Sempre
fui contra a divulgação
de notícias com esse
conteúdo porque adoece
ainda mais a psicosfera
do planeta já por si só
tão comprometida. Além
disso, quando essas
notícias caem sobre
mentes em desequilíbrio,
abre-se uma espécie de
convite pela repercussão
que recebem para que
sejam repetidas,
insufladas que são por
Entidades inferiores. Um
exemplo desse fato é a
divulgação de atentados
e mortes envolvendo
ataques às escolas que
ocorrem em outros
países. A mente
comprometida pelo
desequilíbrio, ao
perceber a notoriedade
que os fatos ganham,
predispõe-se a acalentar
planos semelhantes,
assessoradas, como já
dissemos, por
inteligências infelizes
encarnadas ou
desencarnadas. É óbvio
que a investigação
policial do ocorrido com
a devida aplicação das
leis da sociedade é uma
necessidade. A não ser
assim retornaríamos a
uma espécie de
selvageria e barbárie
incompatíveis com os
tempos atuais. Só que a
aplicação da lei não
exige os falatórios que
envolvem casos como
esses. Somente as Leis
da Vida sabem o que já
houve entre as pessoas
envolvidas nas estradas
que jornadeamos em nosso
passado, e somente essas
mesmas Leis sabem o que
os reencontros futuros
entre os envolvidos
poderão custar-lhes. Os
falatórios são
absolutamente
desnecessários além de
ser altamente nocivos a
todos. Tanto a vítima
como a autora do crime
necessitam de nossas
orações e não das nossas
especulações doentias.
A propósito do ocorrido,
relembro uma página
excepcional do Espírito
Emmanuel que se aplica
como luva ao ocorrido.
Permitam-me
transcrevê-la.
“Poucas expressões da
vida social ou doméstica
são tão perigosas quanto
o falatório desvairado,
que oferece vasto lugar
aos monstros do crime.
A atividade religiosa e
científica há descoberto
numerosos fatores de
desequilíbrio no mundo,
colaborando eficazmente
por extinguir-lhes os
focos essenciais.
Quanto se há trabalhado,
louvavelmente, no
combate ao álcool e à
sífilis?
Ninguém lhes contesta a
influência destruidora.
Arruínam coletividades,
estragam a saúde,
deprimem o caráter.
Não nos esqueçamos,
porém, do falatório
maligno que sempre
forma, em derredor,
imensa família de
elementos enfermiços ou
aviltantes, à feição de
vermes letais que
proliferam no silêncio e
operam nas sombras.
Raros meditam nisto.
Não será, porventura, o
verbo desregrado o pai
da calúnia, da
maledicência, do
mexerico, da leviandade,
da perturbação?
Deus criou a palavra, o
homem engendrou o
falatório.
A palavra digna infunde
consolação e vida. A
murmuração perniciosa
propicia a morte.
Quantos inimigos da paz
do homem se aproveitam
do vozerio insensato,
para cumprirem
criminosos desejos?
Se o álcool embriaga os
viciosos,
aniquilando-lhes as
energias, que dizer da
língua transviada do bem
que destrói vigorosas
sementeiras de
felicidade e sabedoria,
de amor e paz? Se há
educadores preocupados
com a intromissão da
sífilis, por que a
indiferença alusiva aos
desvarios da
conversação?
Em toda parte, a palavra
é índice de nossa
posição evolutiva.
Indispensável
aprimorá-la, iluminá-la
e enobrecê-la.
Desprezar as sagradas
possibilidades do verbo,
quando a mensagem de
Jesus já esteja
brilhando em torno de
nós, constitui ruinoso
relaxamento de nossa
vida, diante de Deus e
da própria consciência.
Cada frase do discípulo
do Evangelho deve ter
lugar digno e adequado.
Falatório é desperdício.
E quando assim não seja,
não passa de escura
corrente de venenos
psíquicos, ameaçando
Espíritos valorosos e
comunidades inteiras”.
(Vinha de Luz)
Jesus conviveu com todas
as misérias morais na
época em que esteve
encarnado entre nós, mas
as suas palavras foram
sempre do convite perene
para o caído levantar-se
e seguir. Nunca de
afundá-lo ainda mais sob
o peso da consciência
comprometida. Cessemos o
falatório infeliz e,
muitas vezes, injusto,
para que mais
rapidamente possamos
promover a escola que
habitamos de um planeta
de provas e expiações a
um mundo de regeneração.
Lembremo-nos do cisco em
nossos olhos e não
transformemos a trave do
semelhante em motivos
para movimentarmos a
nossa língua
comprometendo-nos
perante a Lei que
determina que, com a
mesma medida que
medirmos seremos
medidos...