Com acertos e
desacertos,
as religiões
caminham
para fins
certos
As Histórias das
religiões estão cheias
de assembleias, sínodos
e concílios para
correções e reformas
doutrinárias. A Igreja,
com seus concílios
ecumênicos, é um exemplo
dessas correções no
decorrer dos séculos, as
quais nos demonstram, é
óbvio, que,
anteriormente, havia
erros doutrinários em
seus ensinos.
Foi, por um lado, um
erro a Igreja ter-se
aliado ao poder civil,
no tempo de Constantino
e Teodósio, mas, por
outro lado, foi bom,
pois ela se fortaleceu,
e o Cristianismo
firmou-se com o
monoteísmo sobre o
politeísmo do Império
Romano. As Cruzadas
foram outro grande erro
da Igreja, mas, com
elas, o Cristianismo se
expandiu mais no Oriente
Médio. E, lembrando que
os protestantes tiveram
também a sua Inquisição,
ela, certamente, foi o
maior erro e o mais
grave pecado da Igreja.
Como disse João Paulo
II, por mais que se
queira empurrar a
Inquisição para debaixo
do tapete, ela é uma
página negra na História
da Igreja. Mas ela se
tornou também uma prova
incontestável de que
nenhuma igreja é
infalível, o que nos
leva às seguintes
perguntas. Será que
todas as doutrinas
dogmáticas estão
realmente corretas,
apesar de tanto os
dogmatistas dizerem que
os dogmas são
intocáveis? Seriam
intocáveis por
sustentarem doutrinas
realmente corretas ou,
simplesmente, por
sustentarem uma atitude
orgulhosa de autoridades
religiosas, que querem
ser consideradas
infalíveis? O tempo
futuro nos dirá a
verdade!
Fossem certas doutrinas
dogmáticas responsáveis
por um número maior de
vítimas das torturas e
das fogueiras
inquisitoriais dentro
dum período mais curto,
o que seria mais
traumático, e tais
doutrinas, que custaram
tantas vidas, não
vingariam na Igreja. Mas
aqui temos também um
grande exemplo de que
nenhuma religião pode
dizer que é inspirada
por Deus, para sustentar
a validade de suas
doutrinas. E isso nos
traz à baila um
princípio da doutrina
espírita, ou seja, a fé
tem que ser raciocinada,
e que Kardec sintetizou
nesta frase: “A fé só é
inabalável se ela puder
enfrentar a razão, face
a face, em qualquer
época”.
Nada de eu querer dizer
que o fim justifica os
meios, mas da história
sempre podemos tirar
exemplos do que é certo
e do que errado. Como se
diz, o tempo é o maior
mestre. E, apesar de
todas as religiões
estarem manchadas por
seus erros, com o tempo
elas vão se libertando
desses erros. Ademais,
elas têm sempre o seu
lado positivo, qual seja
o de servir de uma
espécie de freio para
segurar o nosso carro,
que, infelizmente, somos
sempre tentados a
acelerá-lo para os
caminhos da porta larga
das imperfeições.
E, assim, com seus
acertos e desacertos
inevitáveis, todas as
religiões estão
caminhando para bom
termo, colaborando com
todos nós, Espíritos
reencarnados, que, por
ser infinita a
misericórdia divina,
teremos novas chances de
voltar a este mundo para
reparar nossos erros e
continuarmos a nossa
evolução em busca da
perfeição semelhante à
de Deus!