CHRISTINA NUNES
meridius@superig.com.br
Rio de Janeiro,
RJ (Brasil)
Gargalhadas
espirituais
Como vem
acontecendo de
modo recorrente,
ainda agora
repassava a aula
de violino, com
bastantes
tarefas a
realizar. Assim,
treinei a música
da aula
anterior, e
rebati até a
exaustão a de
segunda-feira
passada, um
Andantino, do
livro do método
Suzuki. Ao cabo
de um tempo, a
música, afinal,
apareceu, como
era de se
esperar, depois
daqueles ensaios
iniciais nos
quais não saía
praticamente
nada que não
notas tímidas,
incertas,
erradas, com o
arco resvalando
por cordas
trocadas e
bagunçando tudo,
enfim..., um
caos!
Treinei,
treinei! Tive
cãibra no pé.
Enfim parei.
Sentei um pouco
(violino se
aprende em pé.
Sentar-se é luxo
de profissionais
de orquestras
sinfônicas).
Como sempre,
sabia da
presença de
Iohan por ali,
no lado
invisível da
vida,
inspecionando
tudo desde os
instantes
iniciais em que
me fechei no
quarto para
estudar. É assim
que vem fazendo
fielmente, como
já narrado nos
artigos
anteriores,
desde o começo
de nossa
convivência.
Trabalha comigo
no próximo
livro, mas, a
par disso, em
sendo regente e
violinista,
sinto-o
claramente por
perto, me
inspirando, toda
vez em que,
sozinha, em
momentos de
sossego, me
dedico a
repassar as
aulas tomadas no
Conservatório de
Música.
Quando termino
os ensaios,
habitualmente,
para relaxar,
tento brincar um
pouco com o
violino,
tentando tirar
músicas
conhecidas e de
meu gosto.
Noutro dia fiz
isso, e, para
minha alegre
surpresa, saiu
Amazing Grace,
um belo tema
religioso de
autoria inglesa.
E hoje, mal me
ocorreu encerrar
os estudos
repetindo a
tentativa, de
inopino subiu-me
à mente Ode à
Alegria,
parte da Nona
Sinfonia de
Beethoven, um
trecho da peça,
magnífico e
famoso, cantado
em coro, e que
se tornou o hino
do Conselho da
Europa em 1982 e
é mencionado por
Iohan no
conteúdo de
Sonata ao Amor,
romance por mim
psicografado e
de sua autoria
espiritual,
lançado
recentemente.
Pois, neste
momento, para
meu fundo
espanto
posterior,
alguma letargia
mental se
apossou de mim.
Tomei do arco, e
nem pensei!
Quando vi, lá
saía a melodia,
de modo bem
satisfatório
para o meu tempo
de estudo do
instrumento,
agora, num ponto
em que, bem ou
mal, já vou
tomando
intimidade com
as quatro
cordas! Treinei
a linda música
umas três ou
quatro vezes,
tocando com
alguma
insegurança, mas
de modo
completamente
inteligível! E
enfim parei,
emocionada pelo
que tinha
acontecido,
feliz e
meditativa!
Perguntei
mentalmente a
ele, ao meu
tutor da vida
invisível:
Foi você, não
foi, Iohan, o
responsável por
isso! Saiu
assim, deste
jeito quase
espantoso, e com
esta facilidade,
com a sua ajuda!
Ao que recebi a
resposta
instantânea,
deste amigo da
invisibilidade
de quem já
conheço,
acostumada, o
excelente senso
de humor:
–
Claro que foi!
Você vai indo
muito bem, mas,
neste caso, lhe
dei mesmo um
empurrãozinho!...
E notei
claramente, com
a visão do
espírito, que,
parado ali por
perto, próximo a
mim, de fato ele
ria!
Enquanto
guardava o
violino
cuidadosamente,
pensava numa
mensagem
recebida de
Iohan outro dia:
Quem trabalha
e se envolve com
as atividades
espíritas não
pode nem deve
ser sisudo! Como
é possível que
se considere as
coisas assim?!
No dia em que
você enfim
retornar
– ele me
assegurava
–,
haverá uma linda
festa de
recepção dos
seus amigos
deste lado da
vida, assim como
se faz às vezes
na vida
corpórea, para
se receber
alguém que
retorne de uma
longa viagem que
a todos tenha
deixado
saudosos! Então,
como você
chegará a esta
festa de cara
amarrada? Séria,
compenetrada,
julgando um erro
sorrir,
gargalhar, pular
de alegria, e
extravasar,
libertar toda a
alegria que
brota do seu
coração?! O
mundo espiritual
não é um
mausoléu, my
darling, e já
passou o tempo
em que os
confrades
reencarnados, em
atividade
espírita,
deveriam ter
assimilado esta
verdade,
definitivamente,
para que o seu
entendimento da
vida se torne
mais leve, mais
realista!
E hoje, diante
de mais um lindo
episódio de
convivência com
este mentor dos
últimos tempos,
não pude deixar
de concordar com
as suas
palavras. Porque
fatos como este,
se dando durante
a nossa
interação como a
Espiritualidade,
nos evocam
momentos
inesquecíveis,
quanto valiosos,
de felicidade,
e, portanto, no
mínimo, sorrisos
espontâneos!
Enfim, me deu
vontade de rir
muito, e, de
fato, feliz!
Plena de
hilaridade!
A vida é muito
mais do que na
maior parte do
tempo podemos
perceber,
enquanto nos
demoramos por
aqui!
Maravilhosa, e,
sobretudo nos
lugares onde
Iohan habita
agora, maiores
motivos devem
sobrar para
justificar o
excelente humor
de que ele
constantemente
dá mostras, como
deve acontecer
com todos que
mereceram
aportar nestes
locais das
outras dimensões
da vida, que
acolhem todo
aquele que
realiza para o
mundo, e para o
seu semelhante,
algo belo, algo
bom, algo de
profundamente
útil!
–
"Claro que
fui eu! Você vai
indo bem, mas
tive que dar meu
empurrãozinho!".
Guardei meu
violino,
beijei-o, saí do
quarto. Fui para
junto de meus
filhos. E,
recordando o que
ele disse, como
acontece muitas
vezes viajando
dentro de um
ônibus, quando
me lembro de
piadas ouvidas
durante o dia,
mas sem poder
rir, para não me
julgarem louca,
me pus a dar o
melhor tipo de
gargalhadas: as
gargalhadas
espirituais!
- "Sejamos
felizes!", Iohan.