Contradiáspora de Babel
Há poucos dias ocorreu o
Congresso Mundial de
Esperanto deste ano. De
diversas partes do
mundo, pessoas
mobilizaram-se para se
lançarem em viagens
relativamente longas a
fim de compartilharem um
ambiente fraterno e
exercerem
verdadeiramente sua
cidadania internacional.
Ignoradas pela grande
massa de boa parte dos
milhões de falantes das
mais variadas línguas,
elas tiveram a chance de
se exercitarem em um
experiência que muitos
ignoram ser possível:
estabelecer relações
fraternas com pessoas de
outras vivências e
culturas, sem que seja
utilizada nenhuma língua
pátria, e conversar,
aprender e alargar suas
perspectivas de vida e
de mundo.
Contudo, em uma
sociedade marcada pelo
individualismo e
espírito de competição,
certamente esse fato
deve soar como uma
extravagância, um
passatempo de pessoas
que não valorizam a
possibilidade de
investir seu tempo e
dinheiro em algo mais
proveitoso, capaz de ser
revertido para sua vida
profissional ou
representar um bem
imaterial, mas pouco
nobre, de ostentação de
status, como é o caso
das viagens calculadas
para esse fim.
O esperantista, assim
como os verdadeiros
espiritualistas, no
entanto, ocupam seu
tempo com aquilo que
costuma fugir aos
interesses que mais
largamente encontram o
respaldo da sociedade e
do utilitarismo, o qual
despreza tudo que não
ecoe como um meio a
justificar um fim. O
esperantista, mais do
que dedicar-se a um
ideal, vive o próprio
ideal, principalmente
quando se põe a caminho
de encontrar outros que,
como ele, partilham dos
mesmos princípios, os
também chamados “samideanos”.
Todos os anos, em seus
grupos, associações e
eventos, esses
trabalhadores do idioma
da paz mobilizam-se para
encontrar-se sobre as
ruínas de uma torre
cujos construtores
também falaram uma só
língua, que apesar de
única, tomara forma
graças a diretrizes bem
avessas ao esperantismo.
Esse mais antigo idioma
forjara-se sobre a pedra
angular da ambição, do
egoísmo, do orgulho, da
intemperança e da
insensatez, sendo ainda
hoje infelizmente falado
e ouvido em muitos
corações surdos para
qualquer outra língua.
Os esperantistas,
entretanto, seguem sobre
esses destroços de
tempos que pouco a pouco
vão sendo superados.
Estão, mesmo que pouco
compreendidos,
insistentemente a
anunciar que um novo
mundo é possível, pois,
em parte, eles já o
experimentam.
Estatísticas do mundo
esperantista
Segundo dados fornecidos
pela UEA (Associação
Universal de Esperanto),
sem calcular os
inscritos de última
hora, 848 pessoas
participaram do 97º
Congresso Mundial de
Esperanto em Hanói. Lá
estiveram, movidos pelo
verde ideal, japoneses,
vietnamitas, franceses,
chineses, alemães e
brasileiros, que ao todo
foram responsáveis por
preencher mais da metade
do total de inscrições.
Interessante destacar
que a presença de
japoneses, ao todo 162,
foi maior do que a de
vietnamitas, 148.
Esperanto para
não-esperantistas
No aniversário de 125
anos de esperanto, em 26
de julho deste ano, a
Câmara Brasileira da
Língua Internacional
Esperanto – CBLIE lançou
seu site com a motivação
de divulgar o Esperanto
e apresentar informações
sobre o universo
esperantista para
diferentes segmentos da
sociedade brasileira.
Por esse motivo, ela
convida esperantistas e
não-esperantistas para
acompanhar suas
atividades por meio de
seu recém-inaugurado
site, que ainda está em
fase de aprimoramento:
www.cblie.org.br
Curitibanos não têm
desculpa
Vamos deixar os horários
aqui, pois eles resumem
tudo:
- Esperanto 2 (Prof.
Thiago), aulas aos
sábados, das 14h às
15h40min; Local:
CELIN-Reitoria;
- Esperanto 4 (Prof.
Ivanĉjo), aulas aos
sábados, das 14h às
15h40min; Local: CELIN -
Reitoria;
- Esperanto 5 (Prof.
Ivanĉjo), aulas todas as
sextas-feiras, de
10h30min às 12h10min.
É cobrado somente o
valor da matrícula, sem
mensalidades, e serão
aceitas matrículas
somente até o final
desta semana. Todos os
professores são
voluntários. Mais
informações podem ser
obtidas em
www.celin.ufpr.br ou
pelo telefone
3360-5101.
André Luiz: estimulando
o melhor do próximo!
A cada semana, propomos
uma frase de André Luiz,
do livro Sinal Verde,
psicografado por Chico
Xavier, vertida ao
esperanto por Allan
Kardec Afonso Costa.
Nesta, apresentamos a
tradução da frase
proposta na semana
passada:
“Estas necese rekoni la
diversecon de ŝatoj kaj
inklinoj de tiu, kiu
partoprenas nian vivon.”
“É preciso reconhecer a
diversidade dos gostos e
vocações daquele ou
daquela que se toma para
compartilhar-nos a
vida.”
Eis a mais nova:
“Antaŭ ol rimarki la
eblajn erarojn aŭ
malperfektaĵojn de la
alia, pli valoras serĉi
ties kvalitoj aŭ
superajn dotojn por ilin
stimuli al la ĝusta
disvolviĝo”.
Até a próxima!