A. Cabe a quem modificar
as paisagens do mundo em
que vivemos?
Essa tarefa compete a
nós mesmos. Depende
unicamente de nós
preservar e manter os
estados vigentes de
relaxamento moral e
social, ou modificar as
paisagens terrenas,
iniciando a empresa em
nós mesmos, desde agora.
(Tramas do Destino, cap.
30, pp. 293 e 294.)
B. Gilberto será pai de
dois filhos. Quem são
eles?
Ermínio e Lisandra,
cujos atos no passado
engendraram o terrível
drama que agora chegava
ao fim. No encontro em
que essa decisão foi
tomada, Lisandra e
Ermínio, ali presentes,
foram carinhosamente
saudados pelos demais
amigos, registrando-se
justa alegria em todos
os Espíritos que
participaram do
comovente encontro.
(Obra citada, cap. 30,
pp. 297 e 298.)
C. Que é que o Autor
desta obra nos diz sobre
o tempo e a hora vazia?
Convidado a proferir a
prece com que se
encerrou o importante
encontro, Manoel
Philomeno de Miranda
destacou em sua oração a
valorização constante
das horas. Eis um trecho
da prece: "Se não
conseguirmos o êxito por
nossa imprevidência,
enseja-nos, ao menos, a
sabedoria que impede o
acumpliciamento com o
crime. Ensina-nos a
valorizar o tempo,
aplicando-o com
elevação. Não nos
concedas a hora vazia, a
fim de que a ociosidade
não nos entorpeça o
caráter".
(Obra citada, cap. 30,
pp. 298 a 300.)
Texto para leitura
129. Modificar as
paisagens terrenas
depende de nós mesmos
- O Benfeitor Espiritual
lembrou, contudo, que
nossos piores
adversários continuam
sendo o egoísmo e as
paixões criminosas, que
jazem e atuam do nosso
íntimo para o mundo
exterior e, por isso,
são mais difíceis de
serem combatidos.
Esclareceu, todavia, que
Jesus vela, paciente,
acima das conjunções de
dor e treva, aguardando
por nossa decisão e
integração definitiva
nos rumos da verdade, e
ponderou: "Cada um pode
converter-se em ponte
para facultar ao amor
atingir os que tombaram
na outra borda, e
sofrem, ali, sem acesso
aos cimos, por falta de
uma ligação. Cada qual
se converta em irmão do
próximo mais próximo,
pensando em alçá-lo da
queda em que se demora e
sustentá-lo nos
primeiros novos passos.
Dependerá do ensejo
salutar de nossa parte
preservar e manter os
estados vigentes de
relaxamento moral e
social, ou modificar as
paisagens terrenas,
iniciando a empresa em
nós mesmos, desde
agora..." À medida que
Natércio falava, a sala
se revestia de
substância especial, que
iridescia, estimulada
pelas vibrações do
ambiente, surgindo, em
luz, festões de rosas,
dispostos em forma de
colunas florais,
olorizando suavemente o
recinto. O Benfeitor
assumira uma radiosa
beleza que se
exteriorizava,
impregnando a todos de
desconhecida paz. (Cap.
30, pp. 293 e 294)
130. Lisandra
reaparece lúcida e feliz
- Após ligeira pausa, o
Instrutor referiu-se
especificamente ao caso
dos Fergusons, quando
deram entrada na sala
Lisandra, perfeitamente
refeita, e Ermínio
Lopez, ainda em processo
de convalescença,
amparados por
enfermeiros do plano
espiritual. A jovem
aproximou-se dos
familiares e abraçou-os,
efusivamente,
teleconduzida por
Adelaide. Lisandra
expressava-se com
facilidade e
desembaraço. A vitória
sobre as lutas
aspérrimas havia-a
credenciado para aquela
hora de paz e alegria.
Natércio então falou:
"Temos em Lisandra o
exemplo que corresponde
à parábola do filho
pródigo. Sofridas mil
vicissitudes,
resolveu-se pelo retorno
ao lar, dispondo-se,
honestamente, a
reconhecer os erros
originados da
intemperança e a refazer
as experiências
inditosas sob o alto
contributo de dor com
que se pôde reabilitar.
Assim o fez, e os
resultados
tornaram-se-lhe
abençoada messe de
reconforto e felicidade.
Entretanto, muito ainda
deve ser feito. Cessada
a dívida, surge a hora
dos investimentos em
relação ao futuro". O
Benfeitor Espiritual
explicou então que tanto
ela como Ermínio
careciam da bênção de um
novo corpo, renascendo
numa mesma família, para
que a fraternidade
legítima lhes anulasse
as últimas
reminiscências do sexo
em desvario e o amor
real se lhes
entronizasse nos
corações. Seria a
oportunidade de reunir
novamente Georges,
Annette, Ermínio e Jules
sob o mesmo teto, mas
era preciso, para isso,
que Gilberto e Tamíris,
sem qualquer imposição
ou violência, aceitassem
o alvitre. Epifânia,
inspiradamente,
acercou-se do jovem
casal e, segurando as
mãos de ambos os
nubentes, interrogou:
"Então?! Serão os filhos
dos seus corpos, porém
pupilos dos nossos
corações. Que dizem?"
(Cap. 30, pp. 295 e
296)
131. Gilberto e
Tamíris aceitam o
convite -
Tamíris, visivelmente
emocionada, fixou o
esposo constrangido e
respondeu: "O que não
farei por amor! Sempre
anelei pela glória da
maternidade e já pensava
em tornar-me mãe da
carne alheia, caso não
pudesse ser honrada em
mim mesma". Depois,
dirigindo-se ao esposo,
a jovem foi incisiva:
"Não receemos, meu amor.
O perdão que não enseja
reabilitação é
anestésico da
consciência, e o
espírita que mantém
receios de qualquer
natureza ainda não
encontrou Jesus..."
Ermínio e Lisandra
fixaram os olhos no
futuro pai, enquanto o
silêncio aguardava. Foi
quando Gilberto se
ergueu e, dirigindo a
palavra a Natércio e o
olhar aos candidatos à
reencarnação, respondeu:
"Neste sagrado teto,
onde vigem o amor e a
caridade de Nosso Pai,
não se pode refugiar a
pusilanimidade nem a
hipocrisia. Todos
conhecem as minhas
imperfeições. Por
momento rápido me
assaltaram receios e
tristezas, decorrentes
da inferioridade que me
é peculiar. Encorajou-me
à decisão a oportuna
interferência da esposa
querida, e, muito
sensibilizado, rogo a
vossa ajuda, amado
Benfeitor, suplicando ao
Senhor de todos nós que
nos conceda, a mim e à
minha esposa, a subida
honra, que reconhecemos
não merecer, de podermos
receber os irmãos
Ermínio e Lisandra de
volta ao corpo e à
ternura do nosso
coração..." Gilberto não
pôde prosseguir.
Natércio, feliz, louvou
a bondade do Pai
Celestial. Rafael e
Artêmis abraçaram o
filho e a nora, o mesmo
fazendo os familiares de
Tamíris. Enquanto isso,
Lisandra e Ermínio foram
carinhosamente saudados
pelos demais amigos
presentes,
registrando-se justa
alegria em todos os
Espíritos que
participavam do
comovente encontro.
(Cap. 30, pp. 297 e
298)
132. "Não nos
concedas a hora vazia"
- Natércio aproximou-se
dos futuros pais e
informou que, no
transcurso daquela mesma
semana, ele e outras
Entidades iriam em
visita ao seu lar, para
darem início ao processo
reencarnatório de
Ermínio, que seria
seguido, posteriormente,
por Lisandra. Rafael,
com muito respeito e
emotividade, perguntou
ao Mentor: "Os meus
olhos carnais verão o
neto e alcançarão a
chegada da netinha?"
Natércio respondeu:
"Como não! Está
programado que as suas
mãos doridas deverão
unir as duas ternas mãos
deles nos primeiros
encontros da
fraternidade e ajudá-los
no amor a Nosso Pai.
Após a tormenta
demorada chega a paz da
bonança tranquilizadora".
Rafael perguntou-lhe
ainda acerca de Jules
Henri, a quem ele
houvera prejudicado
tanto. Como ser-lhe
útil? Como ajudá-lo? O
Amorável Instrutor
disse-lhe então que
Jules já havia retornado
à Terra e deveria
passar pela aduana da
porta do seu coração, em
momento próprio,
adicionando: "A mais
eficiente forma de
auxiliá-lo é prosseguir
ajudando em cada irmão
do caminho a Humanidade
inteira". Dito isto, o
Mentor aureolou a face
com delicado sorriso.
Chegava ao fim a reunião
e começavam as
despedidas. A pedido
dele, Manoel Philomeno
de Miranda encerrou com
uma prece o memorável
encontro, destacando em
sua bela oração a
valorização constante
das horas: "Se não
conseguirmos o êxito por
nossa imprevidência,
enseja-nos, ao menos, a
sabedoria que impede o
acumpliciamento com o
crime. Ensina-nos a
valorizar o tempo,
aplicando-o com
elevação. Não nos
concedas a hora vazia, a
fim de que a ociosidade
não nos entorpeça o
caráter". Em seguida,
todos se retiraram,
voltando a seus postos.
A manhã, lá fora,
clareava, em festa de
luz e cor, enquanto
novos rumos convidavam a
todos a prosseguir com
Jesus, aguardando o
futuro. (Cap. 30, pp.
298 a 300)
- Fim -