RICARDO BAESSO
DE OLIVEIRA
kargabrl@uol.com.br
Juiz de Fora,
MG
(Brasil)
“Eu tenho a
força!”
Voltávamos de
uma partida de
futebol, quando
meu filho
caçula, Vítor,
então com 9
anos, comentou:
– Pai, eu tinha
uma vontade
muito grande de
ter poderes,
quando eu era
pequeno (sic).
Acho que andava
vendo televisão
demais,
programas de
super-heróis ou
coisa parecida.
Você se lembra?
– Acho que sim,
mas por que você
está dizendo
isso, agora? –
retruquei.
Ele concluiu:
– Porque,
naquele dia,
você me disse
que eu também
tinha poderes,
muito maiores
que os poderes
dos
super-heróis: eu
tinha o poder de
estudar, de
aprender, de
lutar, de
vencer...
Eu já havia me
esquecido desse
diálogo, mas
ele, não. Suas
reminiscências
me levaram a
escrever este
artigo.
Nós temos
efetivamente
muitos poderes,
mas não nos
damos conta
disso. Jesus
disse que nós
somos deuses,
que podemos
fazer muito mais
do que ele fez,
se quisermos. O
verbo querer,
nesse contexto,
tem um
significado
próprio: tomar
consciência
dessa realidade
e acreditar
nela. Quantas
pessoas
redirecionam sua
vida, assumem o
controle de seu
próprio destino,
vencem vícios e
tendências
nefastas quando
decidem mudar de
forma
definitiva!
Nós somos o que
pensamos, e o
que pensamos
define a nossa
vida. Alguns
pensamentos nos
mantêm na
retaguarda
espiritual:
– Eu não posso!
– Eu não
consigo!
– Não aguento
mais!
– Ninguém faz
nada por mim!
– Ninguém me
ajuda!
– Sei que não
consigo!
– Estou tão
cansado!
– Vivo doente!
Outros
pensamentos nos
libertam de
posturas
infelizes:
– Sou o
construtor de
meu destino!
– Tudo depende
de mim mesmo!
– Tudo é uma
questão de
esforço!
– Ninguém fará
por mim o que me
compete fazer!
Quanto
perguntado a
respeito de sua
saúde, Chico
Xavier, que à
época tomava 20
comprimidos por
dia, respondia:
– Estou ótimo.
Por que, se eu
começo a
relacionar todos
os problemas que
possuo, aí é que
eu morro mesmo!
O Espiritismo
sustenta seus
princípios num
ponto de partida
inicial: a
responsabilidade
é toda pessoal.
Foi dito a
Kardec pelos
Espíritos
superiores que o
assessoraram na
composição de O
Livro dos
Espíritos:
– Depende apenas
do homem
apressar a
própria
evolução. Chega
mais depressa ao
alvo, quem mais
se esforça. –
item 117
– Não existe
arrastamento
para o mal que
seja
irresistível. O
homem pode
sempre vencer as
suas más
inclinações –
item 845
– Como são
poucos os que se
esforçam! – item
909.
Estudar, com
sinceridade, a
Doutrina
Espírita, é
tomar ciência de
nossas próprias
possibilidades,
armando-nos de
recursos para
todos os
instantes da
vida.
Conta-se que um
anjo da guarda,
cansado das
lutas da vida,
decidiu treinar
um jovem pupilo
para
substituí-lo na
difícil tarefa
de proteger os
encarnados.
Certa feita,
após uma lição,
deu-lhe de
presente um
guarda-chuva.
Dias depois,
deu-lhe uma capa
impermeável e
posteriormente
um par de
galochas. Quando
o considerou
pronto para a
tarefa, enviou-o
para a Terra.
Ele acabara de
chegar à Crosta,
quando desaba um
imenso temporal.
Assustado,
liga-se
mentalmente ao
professor,
rogando socorro:
– Mestre, o que
fazer?
E o outro,
calmamente:
– Use os
recursos que eu
lhe dei.