ALTAMIRANDO
CARNEIRO
alta_carneiro@uol.com.br
São Paulo, SP
(Brasil)
A educação sexual na
era
moderna
Diante da problemática
do sexo nos dias atuais,
surge uma pergunta: como
educar os filhos,
preparando-os, neste
aspecto, para enfrentar
o mundo de hoje? A
resposta, fomos buscar
no livro A
Vida em Família, de
Rodolfo Calligaris. Diz
ele, no capítulo
intitulado “A Educação
Sexual”, que a mesma,
como parte que é da
educação integral, deve
começar do berço, a
partir do momento em que
a criança começa a
investigar o próprio
corpo e, descobrindo os
seus órgãos genitais,
põe-se a tocá-los com as
mãos.
Esta descoberta, diz
Calligaris, deve ser
encarada pelos pais com
a maior naturalidade.
Nada de dizer à criança:
“Isso é feio!” Nada de
ameaças, nada de
castigos. Esta
descoberta começa
quando, pelos três anos,
o menino e a menina
notam que existe uma
diferença entre ambos e
passam a fazer
indagações, diga-se de
passagem, com inocência
e pureza. O que devemos
fazer, então? Respondendo,
simplesmente, que o
menino, como homem, tem
o jeito do pai e a
menina, como mulher, se
parece com a mãe.
Nesta idade, tanto os
meninos como as meninas
já podem saber que os
bebês nascem das
barrigas das mães. Já
podem também denominar
os seus órgãos sexuais
por palavras decentes,
não depreciativas. Tais
esclarecimentos, que
geralmente são dados
pelas mães, podem ser
também dados pelos pais,
caso a ele a criança se
dirija primeiro. Já na
adolescência,
recomenda-se que o pai
dê a orientação ao
menino e a mãe, à
menina. Tais
esclarecimentos devem
ser proporcionais ao
grau de desenvolvimento
da criança. Recomenda-se
que se espere pelas
perguntas, para depois
esclarecer os assuntos.
Nenhuma pergunta deve
ser recebida com
escândalo. Quanto mais
tranquilas e
esclarecedoras as
respostas, mais os pais
terão a confiança dos
filhos, mais demonstram,
a eles, que estão
suficientemente maduros.
Ambiente familiar – O
ambiente familiar é de
suma importância, pois
quanto mais a criança
sente-se amada pelos
pais e esteja acostumada
a conversar com eles,
mais perguntas fará,
espontaneamente.
Consequentemente, quando
chegar à fase da
adolescência, o sexo
deixará de ser
curiosidade, para
transformar-se em
motivos de discussões
sérias. Não será, nunca,
um assunto tabu.
Entenda-se que se os
pais são daqueles que
acham que nada devem
dizer aos filhos a
respeito, “para não
destruir-lhes a
ingenuidade”, os filhos
buscarão as respostas
através de outros meios,
que lhes transmitirão,
geralmente, informações
deturpadas.
A educação sexual não
consiste em combater e
reprimir um instinto
natural, erroneamente
classificado como
vergonhoso e diabólico.
Consiste, isto sim, em proporcionar
aos filhos a evolução,
amparando-os e
guiando-os nas diversas
fases de seu
desenvolvimento, para
que atinjam a maturidade
de maneira sadia, sem o
perigo da libertinagem.
Infelizmente, certos
pais, julgando-se “pra
frente”, dão informações
sobre o sexo aos seus
filhos não adequadas ao
grau de maturidade dos
mesmos. Lembre-se de que
dissemos que as
informações devem ser
proporcionais ao grau de
desenvolvimento da
criança,
favorecendo-lhe,
inclusive, a leitura de
toda a sorte de
publicações a respeito.
O mais importante em
educação sexual, no
entanto, não é informar,
mas FORMAR.
A informação é
necessária porque
previne os riscos da
ignorância. Assim, em
matéria de sexo, é
preferível que se dê uma
informação correta,
porque previne os riscos
da ignorância. A
formação, porém, é de
maior relevância, ante
toda a problemática do
sexo nos dias atuais.
Rodolfo Calligaris usa
um termo bem apropriado
para designar toda essa
problemática de hoje, no
que diz respeito às
questões sexuais: o barateamento do
sexo, com que se
defrontam os jovens de
hoje.
Escolas de Jesus – Calligaris
diz que o cinema, a
televisão, os jornais e
as agências de
publicidade estão,
todos, mancomunados, num
desrespeito total à
máquina perfeita, que é
o corpo humano. Assim,
exploram sem cerimônia a
mulher, servindo-a como
mercadoria barata, para
satisfazer a uma
clientela ávida de
erotismo. Compreende-se,
pois, porque a educação
dada nos moldes a que
nos referimos
contribuirá para que,
chegados à idade adulta,
os filhos entendam que
ser livre não é ser
irresponsável. Não é
fazer bem o que se
entende, mas ter o dom
de dominar os instintos,
pela razão.
Emmanuel, no livro O
Consolador, psicografado
por Francisco Cândido
Xavier, diz: “Os pais
são os mestres da
educação sexual de seus
filhos, indicados
naturalmente para essa
tarefa, até que o orbe
possua, por toda parte,
as verdadeiras escolas
de Jesus, onde a mulher,
em qualquer estado
civil, se integre na
divina missão da
maternidade espiritual
de seus pequenos
tutelados e onde o
homem, convocado ao
labor educativo, se
transforme num centro
paternal de amor e
amoroso respeito para
com os seus discípulos”.
Na época em que vivemos,
quando a sensualidade se
faz presente em tudo o
que nos rodeia,
reconhece Rodolfo
Calligaris que é muito
difícil conseguir dos
filhos o comportamento
referido neste texto.
Mas ele acredita que
seja possível obter
resultados
satisfatórios, desde que
se coloquem em prática
algumas técnicas
formativas, tais
como: 1) Cultivar-lhes a
força de vontade; 2)
Fortalecer-lhes a
capacidade de esperar;
3) Treiná-los na
responsabilidade; 4)
Mantê-los em intensa e
variada atividade; 5)
Incutir-lhes noções de
higiene mental: 6)
Motivar-lhes o ideal de
pureza; 7)
Desenvolver-lhes a
capacidade de doação: 8)
Ensinar-lhes o domínio
do instinto sexual: 9)
Oferecer-lhes um clima
acolhedor; 10) Dar-lhes
o exemplo de uma vida
conjugal baseada no
verdadeiro amor.