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Correio Mediúnico
Ano 6 - N° 275 - 26 de Agosto de 2012
 

 

Aviso oportuno

Inácio Bittencourt


Meus amigos: Louvado seja o Senhor.

Em minha última romagem no campo físico, mobilizando os poucos préstimos de minha boa-vontade, devotei-me ao serviço da cura mediúnica; no entanto, desencarnado agora, observo que a turba de doentes, que na Terra me feria a visão, aqui continua da mesma sorte, desarvorada e sofredora.

Os gemidos no reino da alma não são diferentes dos gemidos nos domínios da carne.

E dói-me o coração reparar as filas imensas de necessitados e de aflitos a se movimentarem depois do sepulcro, entre a perturbação e a enfermidade, exigindo assistência.

É por esta razão, hoje reconhecemos, que acima do remédio do corpo temos necessidade de luz no espírito.

Sabemos que redenção expressa luta. Que resultados colheremos no combate evolutivo, se os soldados e obreiros das nossas empresas de recuperação jazem desprevenidos e vacilantes, infantilizados e trôpegos?

Nas vastas linhas de nossa fé, precisamos armar-nos de conhecimento e qualidade que nos habilitem para a vitória nas obrigações assumidas. Conhecimento que nasça do estudo edificante e metódico, e qualidade que decorra das atitudes firmes na regeneração de nós mesmos.

Devotamento à lição que ilumine e à atividade que enobreça.

Indubitavelmente, ignoramos por quanto tempo ainda reclamaremos no mundo o concurso da medicina e da farmácia, do bálsamo e do anestésico, da água medicamentosa e do passe magnético, à feição de socorro urgente aos efeitos calamitosos dos grandes males que geramos na vida, cujas causas nem por isso deixarão de ser removidas por nós mesmos, com a cooperação do tempo e da dor.

Mas, porque disponhamos de semelhante alívio, temporário embora, não será lícito olvidar que o presente de serviço é a valiosa oportunidade de nossa edificação.

A falta de respeito para com a nossa própria consciência dá margem a deploráveis ligações com os planos inferiores, estabelecendo em nosso prejuízo moléstias e desastres morais cuja extensão não conseguimos sequer pressentir; e a ausência de estudo acalenta em nossa estrada os processos da ignorância, oferecendo azo às mais audaciosas incursões da fantasia em nosso mundo mental, como sejam: a acomodação com fenômenos de procedência exótica, presididos por rituais incompatíveis com a pureza de nossos princípios, o indevido deslumbramento diante de profecias mirabolantes e a conexão sutil com Inteligências desencarnadas menos dignas, que se valem da mediunidade incauta e ociosa entre os homens, para a difusão de notícias e mensagens supostamente respeitáveis, pela urdidura fantasmagórica, e que encerram em si o ridículo finamente trabalhado, com o evidente intuito de achincalhar o ministério da verdade e do bem.

A morte não é milagre e o Espiritismo desceu à Humanidade terrestre com o objetivo de espiritualizar a alma humana.

Evitemos proceder como aquele artífice do apólogo, que pretendia consertar a vara torta buscando aperfeiçoar-lhe a sombra.

Iluminemos o santuário de nossa vida interior e a nossa presença será luz.

Eis a razão por que, em nos comunicando convosco, reportamo-nos aos quadros dolorosos que anotamos aqui, na esfera dos ensinamentos desaproveitados, para destacar o impositivo daquela oração e daquela vigilância, perenemente lembradas a nós todos pela advertência do nosso Divino Mestre, a fim de que estejamos seguros no discernimento e na fé, na fortaleza e na razão, encarando o nosso dever face a face.

 

Mensagem transmitida psicofonicamente em 10 de novembro de 1955 por intermédio do médium Francisco Cândido Xavier, constante do livro Vozes do Grande Além, de autoria de Chico Xavier e Espíritos diversos.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita