Aviso oportuno
Inácio
Bittencourt
Meus amigos:
Louvado seja o
Senhor.
Em minha última
romagem no campo
físico,
mobilizando os
poucos préstimos
de minha
boa-vontade,
devotei-me ao
serviço da cura
mediúnica; no
entanto,
desencarnado
agora, observo
que a turba de
doentes, que na
Terra me feria a
visão, aqui
continua da
mesma sorte,
desarvorada e
sofredora.
Os gemidos no
reino da alma
não são
diferentes dos
gemidos nos
domínios da
carne.
E dói-me o
coração reparar
as filas imensas
de necessitados
e de aflitos a
se movimentarem
depois do
sepulcro, entre
a perturbação e
a enfermidade,
exigindo
assistência.
É por esta
razão, hoje
reconhecemos,
que acima do
remédio do corpo
temos
necessidade de
luz no espírito.
Sabemos que
redenção
expressa luta.
Que resultados
colheremos no
combate
evolutivo, se os
soldados e
obreiros das
nossas empresas
de recuperação
jazem
desprevenidos e
vacilantes,
infantilizados e
trôpegos?
Nas vastas
linhas de nossa
fé, precisamos
armar-nos de
conhecimento e
qualidade que
nos habilitem
para a vitória
nas obrigações
assumidas.
Conhecimento que
nasça do estudo
edificante e
metódico, e
qualidade que
decorra das
atitudes firmes
na regeneração
de nós mesmos.
Devotamento à
lição que
ilumine e à
atividade que
enobreça.
Indubitavelmente,
ignoramos por
quanto tempo
ainda
reclamaremos no
mundo o concurso
da medicina e da
farmácia, do
bálsamo e do
anestésico, da
água
medicamentosa e
do passe
magnético, à
feição de
socorro urgente
aos efeitos
calamitosos dos
grandes males
que geramos na
vida, cujas
causas nem por
isso deixarão de
ser removidas
por nós mesmos,
com a cooperação
do tempo e da
dor.
Mas, porque
disponhamos de
semelhante
alívio,
temporário
embora, não será
lícito olvidar
que o presente
de serviço é a
valiosa
oportunidade de
nossa
edificação.
A falta de
respeito para
com a nossa
própria
consciência dá
margem a
deploráveis
ligações com os
planos
inferiores,
estabelecendo em
nosso prejuízo
moléstias e
desastres morais
cuja extensão
não conseguimos
sequer
pressentir; e a
ausência de
estudo acalenta
em nossa estrada
os processos da
ignorância,
oferecendo azo
às mais
audaciosas
incursões da
fantasia em
nosso mundo
mental, como
sejam: a
acomodação com
fenômenos de
procedência
exótica,
presididos por
rituais
incompatíveis
com a pureza de
nossos
princípios, o
indevido
deslumbramento
diante de
profecias
mirabolantes e a
conexão sutil
com
Inteligências
desencarnadas
menos dignas,
que se valem da
mediunidade
incauta e ociosa
entre os homens,
para a difusão
de notícias e
mensagens
supostamente
respeitáveis,
pela urdidura
fantasmagórica,
e que encerram
em si o ridículo
finamente
trabalhado, com
o evidente
intuito de
achincalhar o
ministério da
verdade e do
bem.
A morte não é
milagre e o
Espiritismo
desceu à
Humanidade
terrestre com o
objetivo de
espiritualizar a
alma humana.
Evitemos
proceder como
aquele artífice
do apólogo, que
pretendia
consertar a vara
torta buscando
aperfeiçoar-lhe
a sombra.
Iluminemos o
santuário de
nossa vida
interior e a
nossa presença
será luz.
Eis a razão por
que, em nos
comunicando
convosco,
reportamo-nos
aos quadros
dolorosos que
anotamos aqui,
na esfera dos
ensinamentos
desaproveitados,
para destacar o
impositivo
daquela oração e
daquela
vigilância,
perenemente
lembradas a nós
todos pela
advertência do
nosso Divino
Mestre, a fim de
que estejamos
seguros no
discernimento e
na fé, na
fortaleza e na
razão, encarando
o nosso dever
face a face.
Mensagem
transmitida
psicofonicamente
em 10 de
novembro de 1955
por intermédio
do médium
Francisco
Cândido Xavier,
constante do
livro Vozes
do Grande Além,
de autoria de
Chico Xavier e
Espíritos
diversos.