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Crônicas e Artigos

Ano 6 - N° 275 - 26 de Agosto de 2012

ORSON PETER CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br

Matão, São Paulo (Brasil)
 

Pretensões isoladas


Submeto ao leitor o belo trecho constante da Introdução de O Evangelho segundo o Espiritismo, em seu item II – Autoridade da Doutrina Espírita:

“(...) Por grande, bela e justa que seja uma ideia, é impossível que ela reúna, desde o princípio, todas as opiniões. Os conflitos que dela resultam são a consequência inevitável do movimento que se opera; são mesmo necessários para melhor fazer ressaltar a verdade, e é útil que eles ocorram no princípio para que as ideias falsas sejam mais prontamente desgastadas. Os espíritas que nisso concebessem alguns temores devem estar, pois, tranquilizados. Todas as pretensões isoladas cairão, pela força das coisas, diante do grande e poderoso critério do controle universal (...)”.

Peço ao leitor pensar seriamente na expressão que uso como título na presente matéria: Pretensões isoladas. Note que é uma expressão bem indicada para o raciocínio aplicado no texto acima transcrito. No citado texto, em fonte já indicada, está o raciocínio lúcido de Allan Kardec sobre o Controle Universal do Ensinamento dos Espíritos, critério seguro para prevenir-se de informações falsas vindas por médiuns e Espíritos. Aliás, será muito oportuno que o leitor busque novamente a obra para reler a Introdução do citado livro.

O hábito de “pular” a introdução dos livros faz o leitor perder muitas pérolas instrutivas. A Introdução, Prefácio ou Apresentação de um livro são valiosos recursos de compreensão e não devem ser desprezados ou ignorados.

É o que ocorre, por exemplo, com o que está contido na Introdução de O Evangelho segundo o Espiritismo.  Nos subtítulos apresentados por Kardec, como Objetivo da Obra, Autoridade da Doutrina Espírita, Notícias Históricas e Sócrates e Platão, apresentados como precursores da ideia cristã e do Espiritismo, o leitor atento encontra farto material para estudos e reflexões, facilitando, como não poderia deixar de ser, o entendimento da obra em seu conjunto e mesmo os fundamentos do Espiritismo.

Ler o pensamento de Sócrates e Platão, por exemplo, no resumo selecionado por Kardec, traz ao leitor exata compreensão da conexão entre os ensinos trazidos à humanidade em diferentes épocas, antes e depois de Jesus, demonstrando com clareza a Lei de Amor que nos envolve a todos. Todavia, desejo deter-me num ponto da Introdução.

No extraordinário item II – Autoridade da Doutrina Espírita, que aborda a séria e muito útil questão do Controle Universal do Ensinamento dos Espíritos, indicando critério na análise e recepção de tudo o que vem dos Espíritos, vamos encontrar farto material para orientar nossas reflexões na aceitação ou rejeição das informações advindas do plano espiritual. Tratando-se de documento importantíssimo, norteador da prática espírita, é texto de estudo e consulta permanente, autêntico roteiro que garante estabilidade na prática espírita.

Lendo o texto transcrito e meditando na gravidade do documento integral de Kardec colocado na Introdução da já citada obra, vemos quantos prejuízos não são advindos da invigilância e mesmo desconhecimento da sábia recomendação do Codificador.

Não há, pois, razões, para suspeitas, medos, polêmicas e divisões internas no movimento. Basta ler e reler com atenção o que ali está exposto. Diante de tolas vaidades e as chamadas pretensões isoladas que tentam impor ideias, o silêncio e a continuidade das tarefas e objetivos da Doutrina Espírita é o melhor caminho.

Parece-nos importante ler a introdução da citada obra, outra vez.


Nota do Autor:  

Utilizamos na transcrição a 365ª edição do IDE, tradução de Salvador Gentille. 

 



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita