AYLTON GUIDO
COIMBRA PAIVA
paiva.aylton@terra.com.br
Lins, São Paulo
(Brasil)
Dificuldade no
relacionamento pais e
filhos
Conversava com meu amigo
Genésio e no diálogo ele
revelava toda a sua
preocupação com o filho
Jean.
Dizia que relativamente
aos outros filhos não
tivera problemas, o
encaminhamento para os
estudos e outras
atividades sociais,
adequadas à idade,
transcorrerá na
normalidade. No entanto,
com Jean o
relacionamento dele e da
esposa com ele sempre
fora muito difícil.
Se eles diziam que a cor
era branca, ele afirmava
que a cor era preta.
Nos estudos também
revelava extrema
dificuldade em aceitar
os processos de
aprendizagem.
Na convivência social,
os conflitos eram
constantes desde os
verdes anos da escola
fundamental.
Ao passar do tempo, as
dificuldades foram se
agravando e Genésio,
visivelmente emocionado,
relatava os primeiros
contatos do filho com a
droga e as pesadas
nuvens do temporal de
sofrimento que se abateu
sobre o seu lar.
Os recursos para ajudar
Jean foram buscados
desde muito cedo.
Genésio, quase em
pranto, indagava, como
se falasse para si
mesmo: – Como podia? Os
outros dois filhos,
Dirce e Lucas, foram
criados da mesma forma,
tendo as mesmas
oportunidades e
vivências dentro do lar
e não tinham
comportamento rebelde e
agressivo. Cresceram e
se desenvolveram como
seres normais com medos,
raivas, tristezas,
alegrias, coragem,
desejo de autocontrole
dentro do que pode se
chamar de normalidade.
Seguiam seus caminhos
adquirindo,
gradativamente, a
maturidade e a
realização nos cursos
acadêmicos que faziam.
Obviamente, não eram
santos..., no entanto,
não eram, também,
demônios.
Quase em desespero dizia
o amigo Genésio: – Não
sei mais o que fazer! O
que fiz para merecer
esse castigo?
Lembrei-me da questão nº
209 de O Livro dos
Espíritos, de Allan
Kardec: “Por que razão
pais bons e virtuosos
geram filhos de natureza
perversa? Em outras
palavras: por que as
boas qualidade dos pais
nem sempre atraem, por
simpatia, um bom
Espírito para animar seu
filho? – Um mau Espírito
pode pedir bons pais, na
esperança de que seus
conselhos o dirijam por
um caminho melhor, e
muitas vezes Deus o
atende.”
Trazia o livro em minha
pasta, peguei-o e abri
na página 170,
fazendo-lhe a leitura.
Genésio acompanhou a
leitura e depois
olhou-me admirado.
– Então pode acontecer
isso?
– Sim, dessa forma Deus
permite que possamos uns
ajudar os outros,
respondi-lhe.
– Bem, mas quando o
filho ou filha não
aceita a ajuda e a
orientação que se lhe
quer dar?
– Emmanuel pela
psicografia de Francisco
Cândido Xavier fala-nos
sobre Filhos Diferentes:
“Provavelmente,
conhecê-lo-ás no mais
íntimo da alma: os
filhos diferentes.
Conseguiste instruir os
outros. Encaminhá-los
para o bem com
facilidade. Mas
encontraste aquele que
não se afina com os teus
ideais. É um filho que
não se erige à altura do
padrão doméstico a que
te elevaste, ou uma
filha que te desmente a
esperança.”