A. É certo dizer que a
obsessão simples é
parasitose comum em
quase todas as
criaturas?
Sim. O fato decorre do
natural intercurso
psíquico vigente em
todas as partes do
Universo. Tendo-se em
vista a infinita
variedade das posições
vibratórias em que se
demoram os homens, estes
sofrem, do mesmo modo
que influem em tais
faixas, sintonizando,
por processo normal,
com os outros comensais
aí situados. Se são
portadores de aspirações
nobilitantes, haurem,
onde se fixem, maior
impulso para o
crescimento.
Permanecendo na
construção do bem,
dificilmente assimilam
as induções perversas ou
criminosas procedentes
dos estagiários das
regiões inferiores. Se
interessados, porém, na
vulgaridade e no prazer,
na impiedade ou na
preguiça, no vício ou
na desordem, recebem
maior influxo de ondas
mentais equivalentes,
resvalando para os
despenhadeiros da
emoção aturdida e do
desequilíbrio. Tais
pacientes conduzem ao
leito, antes do repouso
físico, as apreensões
angustiantes, as
ambições desenfreadas,
as paixões
perturbadoras,
demorando-se em
reflexões que as
vitalizam, vivendo-as
pela mente, quando não
encontram meios de
fruí-las fisicamente.
(Nas Fronteiras da
Loucura. Análise das
Obsessões, pp. 11 e 12.)
B. Se a linha do
equilíbrio psíquico é
muito tênue, como
prevenir-nos
adequadamente?
A prevenção natural
consiste em manter uma
atitude nobre diante da
vida. Essa medida, além
de funcionar como
psicoterapia preventiva,
constitui ótima dieta
para o otimismo e a
paz.
(Obra citada. Análise
das Obsessões, pp. 12 e
13.)
C. Em que consiste a
subjugação
fisiopsíquica?
A subjugação obsessional
pode ser física,
psíquica ou,
simultaneamente,
fisiopsíquica. A
primeira não implica a
perda da lucidez
intelectual. No segundo
caso, o paciente,
dominado mentalmente,
tomba em estado de
passividade, não raro
sob tortura emocional,
chegando a perder por
completo a lucidez. No
terceiro caso – a
subjugação fisiopsíquica
– o Espírito
assenhoreia-se,
simultaneamente, dos
centros do comando
motor e domina
fisicamente a vítima,
que lhe fica inerte,
subjugada, cometendo
atrocidades sem nome.
(Obra citada. Análise
das Obsessões, pp. 15 a
17.)
Texto para leitura
5. Recepção da
ideia perturbadora
- Vivendo em permanente
intercâmbio, nós
Espíritos, encarnados e
desencarnados,
participamos das
vivências no corpo e
fora dele. Não apenas
por processos de
vingança pessoal, em que
os desafetos se buscam,
como por fatores de
variada motivação,
assimilam-se ideias e
pensamentos pela simples
sintonia da onda própria
em que se situam as
mentes. Assaltada por
vibrações negativas, a
mente ociosa ou
indisciplinada, viciada
ou rebelde, logo
registra a
interferência e – porque
não se ajusta a um
programa educativo da
vontade – recebe o
impulso da ideia,
permitindo-se aceitar a
sugestão perturbadora,
que agasalha e vitaliza
sob a natural
acomodação dos
complexos e recalques,
dos comportamentos
pessimistas ou
exaltados peculiares a
cada um. Aceita a
indução, forma-se uma
tomada para a ligação
com a sombra, em regime
de intercâmbio
psíquico. (Análise das
Obsessões, pp. 10 e 11)
6. Intercâmbio
mental - Fixada
a ideia infeliz, os
porões do inconsciente
deixam transbordar as
impressões angustiosas
que dormem armazenadas,
confundindo-se, na
consciência, com as
informações atuais, ao
tempo em que se encontra
em desordem pela
influência da parasitose
externa que se vai
assenhoreando do campo
exposto, sem defesas.
Por natural processo
seletivo, e
considerando as
tendências, as
preferências emocionais
e intelectuais do
paciente, a injunção
produz melhor aceitação
das recordações
perniciosas, que servem
de veículo e acesso ao
pensamento do invasor.
Em casos desta natureza,
a polivalência mental
tende ao monoideísmo,
que produz os quadros da
fascinação torturante e,
por fim, da subjugação
de difícil
reversibilidade. A
obsessão simples é,
pois, parasitose comum
em quase todas as
criaturas, em se
considerando o natural
intercurso psíquico
vigente em todas as
partes do Universo.
Tendo-se em vista a
infinita variedade das
posições vibratórias em
que se demoram os
homens, estes sofrem,
quanto influem em tais
faixas, sintonizando,
por processo normal,
com os outros comensais
aí situados. Se são
portadores de aspirações
nobilitantes, haurem,
onde se fixem, maior
impulso para o
crescimento.
Permanecendo na
construção do bem,
dificilmente assimilam
as induções perversas ou
criminosas procedentes
dos estagiários das
regiões inferiores, mas
não ficam indenes à
agressão temporária ou
permanente de que se
liberam em face dos
objetivos morais que
perseguem, graças aos
quais vibram em mais
elevada escala psíquica.
Se interessados, porém,
na vulgaridade e no
prazer, na impiedade ou
na preguiça, no vício
ou na desordem, recebem
maior influxo de ondas
mentais equivalentes,
resvalando para os
despenhadeiros da
emoção aturdida e do
desequilíbrio. Tais
pacientes conduzem ao
leito, antes do repouso
físico, as apreensões
angustiantes, as
ambições desenfreadas,
as paixões
perturbadoras,
demorando-se em
reflexões que as
vitalizam, vivendo-as
pela mente, quando não
encontram meios de
fruí-las fisicamente.
Ao se desdobrarem sob a
ação do sono,
encontram-se com os
afins – encarnados ou
não – com os quais se
identificam... Quando
despertam, trazem a
mente atribulada, tarda,
sob incômodo cansaço
físico e psíquico,
encontrando dificuldade
para fixar os
compromissos e as lições
edificantes da vida.
Nessa posição – a ideia
obsidente fixada e a
viciação estabelecida –
dá-se o intercâmbio
mental. Já não é o
pensamento que busca
acolhida, mas a
atividade que tenta
intercâmbio, mantendo
diálogo, discutindo,
analisando as questões
em pauta, do que decorre
a predominância do
parasita espiritual,
que mais se acerca
psiquicamente da casa
mental e da vontade do
seu consorte. (Análise
das Obsessões, pp. 11 e
12)
7. Reflexos da
interferência -
Como efeito dessa
interferência, surgem as
síndromes da
inquietação: as
desconfianças, os
estados de insegurança,
as enfermidades de
pequena monta, os
insucessos em torno do
obsidiado, dando campo a
incertezas, a mais ampla
perturbação interior.
Gera uma psicosfera
perniciosa à própria
volta pela eliminação
dos fluidos deletérios
de que é vítima e
absorve-a mais
condensada, por
escusar-se a ouvir
sadias questões,
participar de convívios
amenos, ler páginas
edificantes, auxiliar o
próximo, renovar-se pela
oração. Conforme a
constituição de seu
temperamento, se tende à
depressão, faz-se
apático, adentrando-se
pela melancolia, em
razão da mensagem
telepática deprimente e
os clichês mentais
pessimistas que
ressumam do arquivo da
inconsciência. Em
sentido oposto, se é
dotado de constituição
nervosa excitada,
torna-se agressivo,
violento, em desarmonia
de atitudes – explode
por nonadas, e logo se
arrepende –, expondo a
aparelhagem psíquica e
os nervos a altas cargas
de energias que
danificam os sensores e
condutores nervosos, com
singulares prejuízos
para a organização
fisiopsíquica. Nesse
período podem-se
perceber os
estereótipos da
obsessão, que facilmente
se revelam pelas
atitudes inusitadas,
pelo comportamento
ambivalente – equilíbrio
e distonia, depressão e
excitação – alienando a
criatura. Aos hábitos
salutares vão-se
sucedendo as reações
intempestivas, rotuladas
como exóticas, a perda
dos conceitos de
critério e valor, que
dão lugar a estranhas
quão paradoxais formas
de conduta. A linha do
equilíbrio psíquico é
muito tênue e delicada.
As interferências de
qualquer natureza sobre
a faixa de movimentação
da personalidade
produzem, quase sempre,
distúrbio, por
empurrarem o indivíduo a
procedimentos
irregulares a
princípio, que depois se
fixam em delineamentos
neuróticos. A ação
fluídica dos
desencarnados, pela sua
insistência, interfere
no mecanismo do
hospedeiro, complicando
o quadro com a indução
inteligente, em
telepatia espiritual,
que facilita a simbiose
com o anfitrião. Nessa
fase, e antes que o
paciente assuma a
interferência de que é
vítima, a terapia
espírita torna-se de
resultado positivo,
liberador. Ideal, no
entanto, é a atitude
nobre diante da vida,
que funciona como
psicoterapia preventiva
e que constitui dieta
para o otimismo e a
paz. (Análise das
Obsessões, pp. 12 e 13)
8. Obsessão por
fascinação -
Estabelecidos os liames
da comunicação, o
processo continua, no
sentido de se firmarem
os "plugs" do canal
obsessivo no
recipiendário, que a
partir daí comparte as
suas ideias com as que
lhe são insufladas. Na
medida em que o campo
mental da vítima cede
área, esta assimila não
apenas a indução
telepática, mas também
as atitudes e formas de
ser do seu hóspede. A
pessoa perde a noção do
ridículo e das medidas
habituais que
caracterizam o
discernimento, acatando
sugestões que incorpora,
aceitando inspirações
como diretrizes que
todos consideram
disparatadas, mas que a
ela são perfeitamente
lógicas. Conhecendo as
imperfeições morais, o
caráter e a conduta
daqueles a quem
perturbam, os Espíritos
inspiram e impõem ideias
absurdas, com que
objetivam isolar o
paciente das pessoas que
o podem auxiliar.
Enquanto se barafustam
na fascinação, de que se
tornam fácil presa,
desconectam-se as
últimas defesas e
arriam-se as comportas
dos diques da lógica,
dando oportunidade à
incidência mais
complexa da turbação
mental. As dificuldades
de tratamento se
ampliam, por não se
poder contar com o
auxílio do obsidiado.
Como em toda obsessão,
como em qualquer
sofrimento, estão em
pauta os recursos
débito-crédito do
indivíduo, a disposição
deste contribui muito, e
decisivamente, para os
resultados do tentame.
Os esforços que a pessoa
empreende, a par das
ações que executa,
constituem-lhe couraça
contra o mal, conquistas
capazes de alçá-lo às
faixas vibratórias
próprias que a defendem
e liberam. Como a
fascinação decorre da
indolência moral e
mental do paciente, os
tentames para a sua
libertação tornam-se
mais complexos, exigindo
abnegação, esforço,
assistência contínua.
(Análise das Obsessões,
pp. 14 e 15)
9. Obsessão por
subjugação - Em
cada caso de alienação
obsessiva encontram-se
razões propelentes que
caracterizam o processo.
Por isso, apesar de a
gênese serem as faltas
morais do enfermo, sendo
agente a Entidade
desencarnada, os móveis
predisponentes e
preponderantes variam
de acordo com cada
pessoa. A terapêutica é
genericamente a mesma,
contudo seus resultados
variam segundo os
pacientes, suas fichas
cármicas e os esforços
que empreendem para
destrinçarem a trama em
que se envolvem. Na
obsessão, à medida que
se agrava o quadro de
interferência, a
vontade do hospedeiro
perde os contatos de
comando pessoal, na
razão direta em que o
invasor assume a
governança, e isso é
mais grave quando se
trata de Espírito mais
lúcido, técnica e
intelectualmente, que se
assenhoreia dos centros
cerebrais com a
imposição de uma
deliberação bem
concentrada nos móveis
que persegue,
manipulando com
habilidade os
dispositivos mentais e
físicos do alienado. A
subjugação pode ser
então física, psíquica
ou, simultaneamente,
fisiopsíquica. A
primeira não implica a
perda da lucidez
intelectual, porquanto a
ação se dá diretamente
sobre os centros
motores, obrigando o
indivíduo a ceder à
violência que o oprime,
ainda que se negue a
obedecer. Neste caso,
podem irromper
enfermidades orgânicas,
por se criarem condições
celulares próprias para
a contaminação por vírus
e bactérias, ou mesmo
sob a vigorosa e
contínua ação fluídica
dilacerarem-se os
tecidos fisiológicos ou
perturbar-se o
metabolismo geral, com
singulares prejuízos
físicos... No segundo
caso, o paciente,
dominado mentalmente,
tomba em estado de
passividade, não raro
sob tortura emocional,
chegando a perder por
completo a lucidez,
visto que perde
temporária ou
definitivamente, durante
sua atual reencarnação,
a área da consciência,
não podendo livremente
expressar-se. O Espírito
encarnado movimenta-se,
então, num labirinto que
o atemoriza, algemado a
um adversário que lhe é
impenitente,
maltratando-o,
aterrando-o com ameaças
cruéis, em parasitose
firme na desconsertada
casa mental. No terceiro
caso, o Espírito
assenhoreia-se,
simultaneamente, dos
centros do comando
motor e domina
fisicamente a vítima,
que lhe fica inerte,
subjugada, cometendo
atrocidades sem nome.
Nos processos obsessivos
estão incursas na Lei as
pessoas que constituem o
grupo familiar e o grupo
social do paciente,
situado aí por
necessidade evolutiva e
de resgate para todos.
Não se podem evadir à
responsabilidade os que
foram cúmplices ou
co-autores dos delitos,
quando os infratores
mais comprometidos são
alcançados pela justiça.
A cruz da obsessão é
peso que tomba sempre
sobre os ombros das
consciências
comprometidas. (Análise
das Obsessões, pp. 15 a
17)
(Continua no próximo
número.)