O amor e o egoísmo
O amor e o egoísmo são
as duas características
que marcam o
comportamento do ser
humano, sendo que do
egoísmo deriva todo o
mal.
Na questão 913 de O
Livro dos Espíritos,
Allan Kardec pergunta:
Entre os vícios, qual o
que podemos considerar
radical?
– Já o dissemos
muitas vezes: o egoísmo.
Dele deriva todo o mal.
Estudai todos os vícios
e vereis que no fundo de
todos existe o egoísmo.
Por mais que luteis
contra eles não
chegareis a extirpá-los
enquanto não os
atacardes pela raiz,
enquanto não lhes
houverdes destruído a
causa. Que todos os
vossos esforços tendam
para esse fim, porque
nele se encontra a
verdadeira chaga da
sociedade. Quem nesta
vida quiser se aproximar
da perfeição moral deve
extirpar do seu coração
todo sentimento de
egoísmo, porque é
incompatível com a
justiça, o amor e a
caridade: ele neutraliza
todas as outras
qualidades.
Questão 914: Estando o
egoísmo fundado no
interesse pessoal,
parece difícil
extirpá-lo do coração do
homem. Chegaremos a
isso?
– À medida que os
homens se esclarecem
sobre as coisas
espirituais, dão menos
valor às materiais; em
seguida, é necessário
reformar as instituições
humanas, que o entretêm
e o excitam. Isso
depende da educação.
Para
que isso aconteça, é
preciso que cada um de
nós dê o exemplo,
começando de dentro do
próprio lar. Neste
sentido é que André
Luiz, no capítulo oito
(Ambiente Caseiro) do
livro Sinal Verde,
psicografado por
Francisco Cândido
Xavier, observa: “A casa
não é apenas um refúgio
de madeira ou alvenaria,
é o lar onde a união e o
companheirismo se
desenvolvem. A paisagem
social da Terra se
transformaria
imediatamente para
melhor se todos nós,
quando na condição de
Espíritos encarnados,
nos tratássemos, dentro
de casa, pelo menos com
a cortesia que
dispensamos aos nossos
amigos”.
Partindo da família, não
será difícil aplicar o
mesmo exemplo junto ao
semelhante. É quando se
pratica a caridade
moral, que, conforme a
mensagem de Irmã Rosália,
no item 9 do capítulo
treze (Não saiba a vossa
mão esquerda o que dê a
vossa mão direita) de O
Evangelho segundo o
Espiritismo, consiste em
suportarem-se umas às
outras as criaturas, que
é o que menos se faz,
neste mundo inferior,
onde nos achamos
encarnados.
O amor é o sentimento
por excelência, e o que
deve prevalecer no nosso
estágio evolutivo.
Conforme diz o item 8 do
capítulo XI (Amar o
próximo como a si
mesmo), do Evangelho,
“em sua origem, o homem
só tem instintos; quando
mais avançado e
corrompido, só tem
sensações; quando
instruído e depurado,
tem sentimentos. E o
ponto delicado do
sentimento é o amor, não
o amor no sentido vulgar
do termo. Mas esse sol
interior que condensa e
reúne em seu ardente
foco todas aspirações e
todas as revelações
sobre-humanas". "A lei
de amor substitui a
personalidade pela fusão
dos seres; extingue as
misérias sociais. Ditoso
aquele que,
ultrapassando a sua
humanidade, ama com
amplo amor os seus
irmãos em sofrimento!
Ditoso aquele que ama,
pois não conhece a
miséria da alma, nem a
do corpo. Tem ligeiros
os pés e vive como que
transportado, fora de si
mesmo. Quando Jesus
pronunciou a divina
palavra – amor, os povos
sobressaltaram-se e os
mártires, ébrios de
esperança, desceram ao
circo.”