Evangelho, Espiritismo e
Esperanto – uma mensagem
de esperança
Entre espíritas
esperantistas, é comum
mencionar-se a tríade
Evangelho, Espiritismo e
Esperanto, considerada
pedra angular de um novo
momento para a
humanidade.
O primeiro, o Evangelho
de Jesus, se
compreendido em seu
sentido mais profundo, é
a única forma de
renovação do ser humano,
apontando-lhe uma
conduta que o distancia
do egoísmo e do orgulho,
levando-o a olhar para
seu próximo de maneira
verdadeiramente
fraterna.
O segundo, também
conhecido como o
Consolador Prometido, é
a doutrina que “abre as
portas do mundo do
além”, aproximando-nos
dos entes queridos de
outrora e convidando-nos
a rever nossa conduta
presente de maneira mais
responsável, ao
apresentar-nos os
motivos de nossos
sofrimentos e
convidar-nos a abraçar o
Evangelho de Jesus para,
paulatinamente,
renovarmos nossas
disposições para nos
tornarmos verdadeiros
cristãos.
E o terceiro, o
Esperanto, é um
instrumento de
comunicação neutro,
elaborado sob os
auspícios da Paz, cujo
próprio aprendizado já
demonstra da parte de
quem o estuda a vontade
de relacionar-se com o
próximo na frequência do
respeito às diferentes
culturas, sem
pré-julgamentos,
elegendo por bandeira a
fraternidade entre os
povos.
Ou seja, o Cristo, em
seu sentido mais
universal, está em cada
uma das pontas desse
simbólico triângulo. E,
por isso, propomos ao
leitor paciente, que
leia uma paráfrase em
prosa do poema La Espero
(A Esperança), de
Zamenhof. Tratava ele do
Esperanto, mas não é
difícil ver um anúncio
de um mundo de
regeneração, tão caro
aos espíritas e tão
esperado por toda a
humanidade.
“Um novo sentimento vem
ao mundo, sob os
auspícios da paz,
trazido pelas asas de um
vento benfazejo, que
promete um novo momento
à humanidade. Como
símbolo da Esperança,
por meio do Amor,
derrubará as milenares
barreiras, erguidas
sobre os pilares da
ignorância. E então,
neste momento, os seres
humanos,
compreendendo-se graças
a uma só língua,
entender-se-ão como
membros de uma só
família.”
Conheça o Hino do
Esperanto, acesse os
links:
La Espero com legendas
em diferentes línguas
(clicar sobre cc e
escolher o idioma):
http://www.youtube.com/watch?v=mk-0D3D75Ao&feature=related
La Espero, letra em
Esperanto:
http://www.youtube.com/watch?v=3ascSsupPVI&feature=related
O
Esperanto preza pela
diversidade - e os
cristãos?
Falar sobre Esperanto é
sempre falar de pessoas
que procuram se colocar
no mundo a partir de uma
perspectiva diferente,
não conformista e,
geralmente, engajada.
Caso não fosse assim,
hoje o Esperanto talvez
não passasse de um
verbete enciclopédico, e
os esperantistas da
primeira hora não seriam
mais do que nobres
idealistas de outrora
que um dia nutriram uma
bela mas utópica ideia
de que seria possível
utilizar uma língua sem
nação para que a
humanidade se tornasse
um só povo.
No entanto, essa ideia,
embora não tenha
desaparecido com os
esperantistas do
passado, soa ainda um
tanto ingênua, pois
quando se fala em “um só
povo”, costumeiramente
acredita-se que
implicitamente existe o
pensamento de que um só
povo fala uma só língua,
possui uma só maneira de
pensar, vestir, agir e
se relacionar com os
outros. Ou seja, para se
chegar a um estágio como
esse, seria necessário
haver uma espécie de
genocídio cultural por
meio do qual todas as
idiossincrasias, línguas
e culturas sucumbiriam a
um processo de
massificação cultural e
linguística regida pelo
Esperanto e seus
representantes. Mas a
essência do Esperanto em
nada tem a ver com uma
espécie de
“Globalização” como a
que testemunhamos na
atualidade, em que os
interesses de grandes
corporações e nações
impõem-se sobre outros
povos e minorias, que
não têm forças para
resistir à dinâmica da
economia e da política
mundial, que
infelizmente, hoje, são
os únicos fatores que
aparentemente
desconhecem fronteiras.
Contudo, as bases
ideológicas urdidas ao
Esperanto por seu
criador não são nem tão
ingênuas nem tão
conspiratórias como
podem parecer; pois, se
por um lado traduzem uma
visão otimista quanto ao
futuro da humanidade,
por outro, lidam, desde
o princípio, no século
XIX, com um tipo de
pensamento que vem
ganhando força somente
agora, no século XXI: o
respeito à diversidade.
Portanto, nesse sentido,
Zamenhof apresenta uma
percepção profética
acerca da futura relação
que deverá ser
estabelecida entre os
povos e para a qual ele
já deixou como herança
um importante
instrumento, o
Esperanto.
E como é costume nosso
associar o Espiritismo
ao Esperanto,
gostaríamos de deixar ao
leitor a pergunta que
todos aqueles que
acreditam no conteúdo
dos evangelhos deveriam
fazer a si: O trecho
bíblico que apresenta a
ideia de “um só rebanho,
um só pastor” deve ser
interpretado como se
todas as pessoas do
mundo devessem adotar
uma só crença e prática
religiosa?
UEA –
Centenária Associação
Esperantista
Já que no tópico
anterior fizemos
referência aos
esperantistas da
primeira hora,
examinemo-lhes um
importante legado do
qual hoje podemos
desfrutar, a Universala
Esperanto-Asocio.
Conforme nos informa seu
site, a Associação
Universal de Esperanto
foi fundada em 1908 e
atualmente é a maior
organização
internacional de
falantes de Esperanto,
contando com membros de
121 países. Suas
atividades não se
concentram somente na
difusão do Esperanto,
mas também no fomento de
discussões a respeito do
problema linguístico
mundial, chamando
atenção para a
necessidade de se
tratarem todas as
línguas com
equanimidade.
Além de sua sede na
Holanda, em Roterdã, a
UEA possui também
escritório em Nova
Iorque, para apoiar suas
atividades junto à ONU e
a UNESCO, e em Benim,
para promover o
Esperanto na África.
O site da associação
possui, entre outras
línguas, uma versão em
português:
http://uea.org/info/kio_estas_uea.html
100 anos
sem William Thomas Stead
100 anos atrás,
desencarnava, no
naufrágio do Titanic,
vulto de importante
expressão para o
jornalismo inglês; além
de pacifista e escritor,
também é lembrado como
espírita e esperantista.
William Thomas Stead
cobria a viagem de
estreia (e única) do
famoso navio.
Pouco tempo após o
trágico fato, Ruy
Barbosa, seu amigo,
recebe a notícia de sua
morte, não por meio dos
jornais, como seria de
se esperar, mas graças a
uma sessão de
experimentação mediúnica
ocorrida em Poços de
Caldas, MG, na qual
familiares do escritor
brasileiro tomavam
parte. O espírito
comunicante fora o
próprio William.
Esses e outros
interessantes casos
podem ser encontrados
em:
LUCENA, Antônio de Souza
e GODOY, Paulo Alves.
Personagens do
Espiritismo. Edições
FEESP, 1982. 1ª edição,
SP.
Para ler mais na
internet:
http://www.espiritismogi.com.br/biografias/william_thomas_stead.htm
André Luiz: o aspecto do
lar
A cada semana, propomos
uma frase de André Luiz,
do livro Sinal Verde,
psicografado por Chico
Xavier, vertida ao
esperanto por Allan
Kardec Afonso Costa.
Nesta, apresentamos a
tradução da frase
proposta na semana
passada:
“La parencaro estas
alproksimiĝa kampo,
neniam malliberejo.”
“A parentela é um campo
de aproximação, jamais
cativeiro.”
Eis a mais nova:
“La hejmo estas loko de
ripozo kaj fortorefaro
kaj ne stando de mebloj
kaj filigranoj, kvankam
ĝi povas kaj devas esti
ornamita distinge kaj
bonguste, kiom eble.”
Até a próxima!