JANE MARTINS
VILELA
jane.m.v.imortal@gmail.com
Cambé, PR
(Brasil)
Esperança no
amor
“... Crede que
estas sábias
palavras: “Amai
bastante para
serdes amados”,
caminharão; elas
são
revolucionárias
e seguem um
caminho fixo,
invariável...” (Sanson,
1863, in
O Evangelho
Segundo o
Espiritismo.)
O amor comove a
alma e a torna
feliz. Benditos
aqueles que
deixam o amor
comandar seus
atos! Pobres dos
homens que ainda
estão
vivenciando o
egoísmo e mantêm
os corações
endurecidos!
Sofrem pelas
próprias
escolhas!
Felizes aqueles
que, em meio à
alegria ou à
dor, se
compadecem das
aflições de seus
irmãos! Felizes
os que já
escolheram amar!
Como é triste
vermos o egoísmo
ainda vivendo
tanto na Terra!
Estes dias uma
enfermeira amiga
teve que acionar
a assistência
social num caso
doloroso que se
repete em tantos
lugares do
Brasil e do
mundo! Pessoas
abandonadas no
meio do
sofrimento!
Uma senhora de
olhos azuis
lindíssimos, com
sequelas graves
de um acidente
vascular
cerebral. Imóvel
no seu leito,
não consegue
falar, mas
entende, pois de
seus belos olhos
descem lágrimas.
A enfermeira,
aflita, porque
alguns membros
da família ali
estavam mas
pareciam cegos
diante das
necessidades da
senhora.
Conversavam ao
seu redor e ela
ali, deitada,
como se não
existisse – era
a impressão que
a enfermeira
tinha.
Essa senhora,
com as filhas
casadas, fica
sozinha o dia
todo, a semana
toda. O marido é
obrigado a
trabalhar, pois
paga o aluguel
da casa e a
família
necessita
sobreviver. Uma
vizinha caridosa
vai lá nas horas
de ministrar a
medicação,
dar-lhe comida,
dar-lhe um
banho. O marido
só volta à
noite. As filhas
não vão lá – só
de vez em
quando, em
visita, como a
enfermeira as
encontrou,
indiferentes,
embora
presentes.
A vizinha
confidenciou que
quase desistiu
do trabalho de
amor que
realiza,
apiedada, por
causa de uma
neta dessa
senhora, que lá
esteve e lhe
disse
verdadeiros
impropérios,
suspeitando de
sua conduta e da
do próprio avô.
Em vez de se
dispor a ajudar,
prejudicou quem
estava ajudando.
A assistente
social teve que
ser acionada,
para tentar
legalmente uma
obrigatoriedade
para a família
se revezar nos
cuidados, antes
que o pobre
marido entre
também em
colapso físico,
trabalhando dia
e noite e
amargurado por
ter que deixar a
esposa, como
necessita.A
família
consanguínea não
é uma família
espiritual, que
com muito amor
cuidaria da
doentinha.
Um reflexo geral
do egoísmo que
grassa ainda tão
intenso, mas
lembramos o
Espírito de
Pascal, em
mensagem em O
Evangelho
segundo o
Espiritismo,
no qual diz:
“... Se os
homens se
amassem
mutuamente, a
caridade seria
melhor
praticada; mas
seria preciso,
para isso, que
vos esforçásseis
em vos
desembaraçar
dessa couraça
que cobre os
vossos corações,
a fim de serdes
mais sensíveis
com aqueles que
sofrem...”.
Há esperança
quando vemos uma
vizinha se
condoer, quando
a família não o
fez; quando
vemos que, mesmo
entre lágrimas,
quando nos
contou a atitude
maléfica e
maliciosa da
neta da enferma,
não desistiu e
continua
socorrendo, por
piedade, porque
ela fica sozinha
o dia inteiro.
Há corações
bondosos que
despontam em
todas as partes
onde o
sofrimento
grassa.
O amor
desabrocha em
meio às dores.
Os sofrimentos
no mundo são
grandes e o amor
vai surgindo,
despontando como
os raios de sol
da aurora e,
expandindo, há
de iluminar toda
a Terra.
Um dia, casos
como esse que
relatamos serão
apenas lendas de
uma época e os
seres do futuro
se perguntarão
no meio do amor
triunfante se
isso seria mesmo
verdade.
Um dia isso
ocorrerá. O amor
será a luz dos
homens e o
egoísmo apenas
lembrança de um
tempo atrasado.