O leitor José Roberto Alves
da Silva, de Nova Iguaçu-RJ,
em carta publicada nesta
mesma edição, pergunta-nos
se é possível realizar na
própria residência o
desenvolvimento da
psicografia.
Não existe nas obras
fundamentais da doutrina
espírita, salvo engano,
nenhuma restrição a que a
psicografia seja praticada
em nossa própria residência
e conhecemos vários médiuns
que assim procedem.
Temos dito, em oportunidades
diversas, que a pessoa,
desde que responsável e em
condições perfeitas de
equilíbrio, pode, sim,
praticar a
psicografia em casa, mas o
ideal é que o faça no
ambiente de um centro
espírita. Se, no entanto,
for trabalhar no próprio
lar, é bom que esteja
acompanhada de pessoas que
entendam do assunto e
possam, eventualmente,
auxiliá-la.
A questão, ao que nos
parece, diz respeito mais ao
fato de se trabalhar
isoladamente do que ao local
propriamente dito, embora
não se deva desprezar a
necessidade de um bom
ambiente para a realização
do intercâmbio mediúnico.
Kardec, pelo menos
indiretamente, referiu-se ao
assunto em O Livro dos
Médiuns, itens 204 a
207, em que, tratando
exatamente do
desenvolvimento da faculdade
de psicografia, disse que um
meio que pode contribuir
fortemente para
desenvolvê-la consiste em
reunir-se certo número de
pessoas, todas animadas do
mesmo desejo e comungando a
mesma intenção. Feito isso,
todas simultaneamente,
guardando absoluto silêncio
e num recolhimento
religioso, tentarão
escrever, apelando cada uma
para o seu anjo da guarda ou
para qualquer Espírito
simpático; ou, então, uma
delas poderá dirigir, por
todos os presentes, um apelo
aos bons Espíritos em geral,
que descobrirão nos
assistentes o instrumento
que lhes convenha.
É bom lembrar que não é o
médium que determina quem vá
por ele escrever, fato que
explica por que nem sempre
conseguimos confabular com
nossos entes mais queridos.
As leis da comunicação
espírita, que regem os
fenômenos mediúnicos, são
mais complexas do que
imaginamos.
No livro Diretrizes de
Segurança, nas questões
47 e 48, Divaldo Franco
refere-se também ao assunto
que ora discutimos.
Ei-las:
47. Seria desaconselhável
o desempenho mediúnico
isolado, bem como em
reuniões domiciliares ou
recintos estranhos aos
Centros ou locais similares?
Divaldo
– É desaconselhável esse
comportamento como hábito, o
que não impede que,
excepcionalmente, ocorra o
fenômeno com a anuência do
médium sob a inspiração dos
bons Espíritos. Não
chegaremos ao absurdo de
supor que, no lar,
periodicamente, não venham
os Benfeitores Espirituais
para o diálogo de
emergência, para uma palavra
fraternal, para um encontro
de estímulo entre aqueles
que se reúnem para orar.
É desaconselhável que se
transforme o estudo espírita
e evangélico realizado em
família em reunião
mediúnica, porque, como o
nome diz, trata-se de uma
oportunidade para estudar e
meditar e não para o
exercício da mediunidade.
Mas, vez que outra,
dependendo dos Instrutores
Espirituais, pode ocorrer
comunicação de Entidade
Benfeitora para trazer um
conteúdo que, no
entendimento desse
Benfeitor, pareça relevante.
Não se deve permitir,
entretanto, que tal se
transforme num hábito.
É desaconselhável que, em
lugares não preparados para
o mister mediúnico, venha a
ocorrer fenômeno com
anuência do sensitivo.
Perguntar-se-á por quê?
Responderemos: pelos danos
que poderão advir. Se o meio
for hostil, leviano e de
recursos psíquicos
negativos, podem ocorrer
mistificações, distonias,
aberturas vibratórias para
Espíritos que não tenham
propósitos superiores. Seria
o mesmo que requisitar
determinada cirurgia num
consultório médico onde não
haja requisitos da assepsia,
do instrumental, etc.
Portanto, a Casa Espírita é
o lugar ideal, porque ali os
Benfeitores instalam
equipamentos de socorro de
emergência; nesse local
encontram-se entidades
zelosas que se postam para
defender o recinto, além de
trabalhadores especializados
que vêm para o ministério
previamente programado.
Porque se na Terra, que é o
mundo dos efeitos, são
tomados cuidados antes das
realizações, é compreensível
que no mundo espiritual as
realizações mereçam um
tratamento muito
especializado, no que tange
ao progresso da criatura e
da humanidade. Os
Benfeitores programam as
tarefas mediúnicas e aqueles
que se vão comunicar, para
que tudo ocorra em clima de
ordem e de paz. O médium que
se submete a fenômenos de
ocasião está sujeito a
graves perigos, porque seria
o mesmo que colocar
instrumentos de alta
sensibilidade nas mãos de
pessoas inescrupulosas ou
desconhecedoras de seu
mecanismo. Concluindo, é
desaconselhável.
48. O que pensar do
costume de fazer-se sessões
mediúnicas fora dos Centros
Espíritas?
Divaldo
– É um hábito muito
perigoso. Seria o mesmo que
se levar pacientes para
serem operados em qualquer
lugar, só porque há boa
vontade, mas não se dispondo
de conveniente assepsia nem
dos requisitos necessários
que se encontram nos
hospitais. Nesse caso, os
êxitos seriam raros. Além
disso, ocorre que, realizada
a sessão em qualquer lugar,
este fica marcado pelos
Espíritos sofredores, que
vão sendo informados uns
pelos outros, e começam a
frequentá-lo. Se for um lar,
como aí não existem as
defesas necessárias para as
incursões de tais Espíritos,
transforma-se em um
pandemônio.
Indagar-se-á: e antes de
haver os Centros Espíritas?
Enquanto ignoramos, temos
uma responsabilidade menor.
Mesmo quando não se entendia
de assepsia, faziam-se
operações, mas o número de
óbitos era muito maior. Já
que temos o Centro, por que
desrespeitá-lo, fazendo
sessões mediúnicas noutro
lugar, se ele é o
determinado para tal? Se o
problema é ir-se a um lugar,
por que não ao ideal?
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