JOSÉ REIS CHAVES
jreischaves@gmail.com
Belo Horizonte,
MG
(Brasil)
A ciência, se for
materialista, tende para
o preconceito racista
Se virmos um ser humano
só como matéria,
automaticamente, vamos
também avaliá-lo também
apenas pelas suas
características
materiais: estatura,
fisionomia, cor,
aparência, que nada têm
a ver com suas
qualidades morais,
imorais, intelectuais,
de benevolência, de
bondade, de maldade,
ignorância, de QI baixo
ou elevado, qualidades
essas que existem nas
pessoas,
independentemente da sua
raça. Embora esteja na
internet que a Raça
Amarela, geralmente, é a
de maior QI.
Vivendo numa época
mergulhada no
materialismo e racismo,
Kardec recebeu
influência desse meio,
mesmo porque era um
cientista. Mas essa
influência não foi o
bastante para torná-lo
racista, pois ele via as
pessoas não só como
sendo um corpo material,
mas também como um
Espírito em evolução,
vivendo uma das fases de
sua existência imortal,
pelas quais todos nós
passamos.
Talvez ele pudesse ser
mais rigoroso contra o
racismo, como o é a
doutrina espírita. (“O
Livro dos Espíritos”,
questões 54, 831 e 918;
“O Evangelho segundo o
Espiritismo”, capítulo
17, item 3; e a Revista
Espírita, de abril de
1862.). Mas poderíamos
dizer que Kardec não foi
mais enérgico contra o
racismo, porque ele era
muito reservado e
prudente em suas ideias,
envidando todo o esforço
possível para que elas
não entrassem em
conflito com a ciência,
a Igreja e as igrejas
protestantes. Se elas
eram tolerantes com o
racismo e a escravidão,
se ele fosse muito
radical contra esses
erros da época, ele iria
ter sérios problemas com
elas. Mas como sempre
falamos, ele deixou
escrito que, se a
doutrina espírita
tivesse alguma questão
conflitando com a
ciência do futuro, que
os espíritas seguissem a
ciência. (Recomendamos
para quem quiser saber
mais desse assunto o
livro “Kardec &
Racismo”, de Marcelo
Prizmic, Ed. Lake, SP,
2009.)
Comentando os assuntos
raciais, Kardec faz
explanações da
Frenologia (ciência
materialista e racista
que estuda as funções
intelectuais e o caráter
das pessoas de acordo
com a conformação do
crânio e não do
espírito). Exemplos:
citando os cientistas
dessa ciência
materialista, ele
escreve: “Diz-se que o
negro é pouco
inteligente...” ou
“Dizem que o negro é
isso e aquilo”. Qualquer
indivíduo com um mínimo
de escolaridade percebe
que não é Kardec que
está afirmando isso, mas
que ele está
simplesmente citando
cientistas racistas da
época. E ele e a tese da
Frenologia
espiritualista e
espírita são
radicalmente contrários
à Frenologia
materialista e imoral,
pois, para ele e como
hoje é provado pela
ciência espiritualista,
as funções intelectuais,
morais e o caráter
humano não estão
relacionados com o
cérebro, mas com o
espírito do indivíduo,
qualidades essas que já
existiam em vidas
anteriores, das quais
ele – o Espírito – traz
as suas experiências e
habilidades acumuladas,
como também as da
benevolência e da
maldade.
Se essas qualidades
viessem do cérebro e do
crânio, poderíamos dizer
que um indivíduo pode
escrever uma grande obra
literária, se dermos
para ele uma caneta de
ouro! E se um indivíduo
é um poeta, não é porque
tem um órgão de poeta,
mas tem um órgão de
poeta porque é um poeta!
O racismo combina muito
bem com o materialismo,
mas jamais com a
reencarnação, a
evolução, o Espiritismo
e Kardec, o papa do
Espiritualismo
científico.
Tachar Kardec de racista
é, pois, um absurdo; é
como se dizer que
católicos, espíritas e
evangélicos são
contrários à Bíblia!