Um leitor propôs-nos duas questões relacionadas
com o tema fatalidade e
determinismo. A primeira: O
Espiritismo admite o chamado
determinismo absoluto? A
segunda: Há diferença entre
determinismo e fatalidade?
Segundo o que aprendemos com a doutrina
espírita, não existe o
determinismo absoluto que
norteie a vida do homem. Os
constrangimentos à sua livre
vontade resultam de débitos
contraídos em existências
anteriores que precisam ser
resgatados. O homem
subordina-se a um
livre-arbítrio relativo, que
se expande ao longo do
processo evolutivo, e a um
determinismo relativo,
decorrente dos equívocos
cometidos no passado e que
devem ser corrigidos e
reparados.
A
diferença entre determinismo
e fatalidade situa-se na
própria concepção e no
significado desses dois
termos.
Determinismo é um sistema
filosófico que nega ao homem
o direito de agir
livremente, isto é, de
acordo com sua vontade. O
que o Espiritismo chama de
fatalidade existe unicamente
pela escolha que o
indivíduo, ao reencarnar,
fez desta ou daquela prova.
Escolhendo-a, institui para
si uma espécie de destino,
que é a conseqüência mesma
da posição em que se acha
colocado em face da escolha
feita.
Quem primeiro procurou
afastar o homem da ideia de
um destino inexorável foram
os filósofos gregos chamados
sofistas. Segundo eles, o
homem não podia ficar
inteiramente preso a um
processo ou a leis de que
não pudesse desvencilhar-se.
Parecia-lhes impossível que
o homem não exercesse certo
efeito sobre o próprio
destino.
Sócrates
também não aceitava tal
domínio sobre os homens.
Para ele, o conhecimento
constituiria sua realização
suprema. Alcançando o
conhecimento, o homem agiria
com acerto; sem o
conhecimento, corria o risco
de agir com desacerto. Além
dessa concepção tão clara,
Sócrates entendia que o
homem pode, pelo
conhecimento, ter certa
influência sobre seu destino
na Terra e na vida futura.
Platão era, igualmente,
defensor da liberdade. O
homem, dizia Platão, pode
vencer e, de fato, vence os
objetivos do mundo. Embora
criatura do Criador divino,
pode ordenar sua vida de
modo a vivê-la com espírito
de justiça e sensatez.
A chamada fatalidade
resulta, pois, de uma
decisão do próprio indivíduo
quando, no exercício do
livre-arbítrio, projeta as
chamadas provas que julga
necessárias ao seu
aprimoramento espiritual.
Feita a escolha, sofrerá ele
- fatalmente - todas as
vicissitudes e todos os
arrastamentos a ela
inerentes. Mas aí cessa a
fatalidade, pois de sua
vontade depende ceder ou não
às influências e aos
arrastamentos a que
voluntariamente se sujeitou.
Os pormenores dos
acontecimentos ficam,
portanto, subordinados às
circunstâncias que ele
próprio cria com seus atos e
atitudes.
Podemos, pois, concluir que
existe fatalidade nos
acontecimentos que se
apresentam, por serem
consequência da escolha que
o Espírito fez de sua
existência de encarnado, mas
jamais existirá fatalidade
nos atos da vida moral.
Entenda-se, por fim, que na
escolha feita pelo Espírito
são levados em conta os
ditames da lei de causa e
efeito, ocasião em que
determinadas situações
poderão ser incluídas na
chamada programação
reencarnatória, com vistas à
expiação e à reparação de
danos anteriormente
produzidos pelo
reencarnante, o que explica
por que deparamos na vida
situações aflitivas que, não
fossem as luzes trazidas
pelo Espiritismo, jamais
imaginaríamos terem sido
solicitadas pela própria
pessoa que as enfrenta.
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