RICARDO ORESTES FORNI
iost@terra.com.br
Tupã, SP (Brasil)
Agora só falta tudo!
22 - Define-se,
geralmente, a matéria
como sendo o que tem
extensão, impressiona os
nossos sentidos e é
impenetrável. São exatas
estas definições? – L.E.
– Do vosso ponto de
vista essas definições
são exatas, porque não
falais senão do que
conheceis. Mas a
matéria existe em
estados que vos são
desconhecidos. Pode
ser, por exemplo, tão
etérea e sutil que
nenhuma impressão vos
cause aos sentidos;
entretanto, é sempre
matéria, embora para vós
não o seja.
Confesso que nunca tinha
lido um título como esse
do artigo para
representar o pequeno
conhecimento da
Humanidade terrestre
sobre o Universo. Agora
só falta tudo! Retirei
esse título de uma
reportagem interessante
da revista Super
Interessante, agosto
de 2012, edição 307.
Vamos a um trecho dela:
“O mundo assistiu
recentemente a uma das
maiores celebrações
nerds da história,
quando cientistas do
Cern – Centro Europeu de
Física de Partículas –
anunciaram a descoberta
do que provavelmente
seja o bóson de Higgs.
A razão para tanta festa
era que o tal bóson era
a figurinha que faltava
para completar o grande
álbum das partículas,
também conhecido como
Modelo Padrão. Uma forma
simplificada de pensar
nele é imaginar uma
tabelona que especifica
as características de
todos os componentes da
matéria e da energia.
Está tudo lá: os
subcomponentes dos
famosos prótons e
nêutrons (quarks), os
elétrons e seus primos
(léptons), as partículas
que mantêm os núcleos
atômicos coesos
(glúons), os componentes
da luz (fótons)... O
problema é que algumas
dessas partículas são
“fantasmas”, não têm
massa (os quarks, que
formam você e tudo de
concreto que existe à
sua volta). Aí que entra
o bóson de Higgs: ele é
uma partícula que não
interage com fótons, mas
interage com quarks, por
exemplo. E o resultado
dessa interação é o
quark ganhar massa (ou
seja: graças ao Higgs,
você não é um raio de
luz).
Boa parte das partículas
do Modelo Padrão tinha
sido proposta em teoria
e, depois, a existência
delas foi confirmada na
prática. Lindo. Mas
ainda faltava uma para
completar esse álbum de
figurinhas: justamente o
bóson de Higgs. Agora
não mais. O LHC, maior
acelerador de partículas
do mundo, proporcionou a
descoberta. E agora
temos uma teoria
fantasticamente
bem-sucedida: ela
explica exatamente 4,6%
de todo o conteúdo do
Universo”.
Não vamos continuar a
reproduzir a reportagem
para não cansarmos o
leitor, mas reparem na
resposta dos Espíritos
da Codificação, quando
ensinam que a matéria
existe em estados que
vos são desconhecidos!
Daí o encaixe perfeito
do título do artigo,
diante dessa nova
descoberta do bóson de
Higgs: agora só falta
tudo! Esse percentual de
4,6% que se considera
conhecer sobre o
Universo, com essa nova
aquisição da ciência, é
um cálculo baseado no
que o homem conhece
hoje. E o que o homem
conhece? Se existe
matéria que pode ser tão
etérea e sutil que não
nos impressione os
sentidos, como calcular
o quanto conhecemos? O
que dizer da
possibilidade que a
própria ciência não
descarta sobre a
existência de Universos
paralelos? A porcentagem
referida acima do que
conhecemos ainda
sobreviveria? O tão
decantado Big Bang teria
criado o nosso Universo
e outras explosões
teriam ocorrido gerando
outros Universos? O que
sabemos nós a não ser
que nada sabemos,
parafraseando o
filósofo? Quando Chico
Xavier se denominou um
cisco, não foi por
humildade, mas por
conhecer o pequenino ser
que representamos na
obra incomensurável da
Criação. O que somos
nós? O que sabemos?
Não consigo entender as
inteligências
privilegiadas que
pesquisam os Cosmos e
não entendem que, além
da matéria que pode ser
desvendada mesmo que em
penosas e demoradas
conquistas, resta saber
sobre o elemento
inteligente do Universo!
Ou será que o ser
inteligente também saiu
da explosão de uma
determinada concentração
de massa energética?
Matéria originando
matéria até que dá para
entender, mas matéria
originando inteligência,
nem a minha burrice
aceita. Como os gênios
não raciocinam sobre
isso?! Ou será que não
percebem que no Universo
existe a matéria e a
inteligência bem
nitidamente separadas?
As duas coisas são
absolutamente distintas.
No próprio O Livro
dos Espíritos essa
colocação é absoluta: O
espírito é o princípio
inteligente do Universo!
Por isso que volto a me
sentir extremamente bem
com o título do artigo:
agora só falta tudo!
A única coisa que não
falta com a mais
absoluta certeza é a
soberba de um ser
humano, perdido como
poeira cósmica nessa
amplidão sem-fim da
Criação, julgando-se com
conhecimento suficiente
para ditar rumos à
grande Verdade, da qual
permanecemos ainda a
remotíssima distância.
Realmente, agora só
falta tudo! Essa
definição inteligente
pressupõe algo muito
maior no Universo do que
um amontoado de bósons,
léptons, glúons, quarks,
ou qualquer outra
denominação que venha a
surgir.