Partida de Nhá Cota
Cornélio Pires
Sigo com o povo o
enterro de Nhá Cota,
Fazendeira mandona,
viúva e rica...
Tanta reza na Mata da
Mumbica!...
Nunca se viu sovina tão
devota.
Contava e recontava
prata e nota,
Brigava por restolho de
canjica...
Bebeu muito remédio de
botica,
Mas morreu na tigela de
compota.
Baixado o corpo à cova
grande e calma,
Procuro ver Nhá Cota em
véu e palma,
Subindo ao céu, na capa
de ouro e renda...
Mas, só depois de muito
pega-pega,
Fui encontrar Nhá Cota,
surda e cega,
Agarrada no cofre da
fazenda.
Do cap. 31 do livro O
Espírito de Cornélio
Pires, obra
psicografada pelos
médiuns Waldo Vieira e
Francisco Cândido
Xavier.
|